segunda-feira, 18 de julho de 2022

Hoje na História do Mundo: 18 de Julho

 NASCE LÍDER QUE SUPERA O APARTHEID

   Em 1918, nasce em Mevzo Nelson Rolihlahla Mandela, o líder que negocia o fim do regime segregacionista do apartheid e se torna o primeiro presidente eleito democraticamente da história da África do Sul.

Mandela estuda em direito e advoga em causas anticolonialistas e de defesa dos direitos da maioria negra. Em 1943, entra para o Congresso Nacional Africano (CNA). Sob a influência das ideias de Henry David Thoreau, Leon Tolstoy e Mohandas Gandhi, defende a luta pacífica contra o apartheid.

Depois do Massacre de Sharpeville, em 1960, quando 69 negros são fuzilados pela polícia, o CNA adere à luta armada. Mandela vira comandante da Umkhonto we Siswe (A Lança da Nação), braço armado do movimento antiapartheid.

Preso em 1962, a promotoria pede pena de morte, mas ele é condenado à prisão perpétua em 1964, depois de um discurso de três horas inspirado por Fidel Castro quando o então rebelde afirmou num tribunal que "a história me absolverá". 

Mesmo na cadeia, o regime mantém contato com Mandela nos momentos de crise, mas ele sempre se nega a negociar enquanto está preso. Parte do princípio de que só homens livres podem negociar.

Quando o ditador Frederik de Klerk decide negociar o fim do regime e a transferência do poder para a maioria negra, Mandela é libertado, em 11 de fevereiro de 1991. Depois de três anos de negociações, a África do Sul realiza suas primeiras eleições democráticas em abril de 1994.

Mandela toma posse em 10 de maio de 1994 e cumpre apenas um mandato de cinco anos, um raro exemplo na África, e se torna uma reserva moral da nação. É um dos maiores líderes mundiais da segunda metade do século 20.

HITLER LANÇA LIVRO

    Em 1925, Adolf Hitler lança seu livro Mein Kampf (Minha Luta), um guia do seu programa político para implantar o Terceiro Reich, escrito na prisão de Landsberg quando ele está condenado a cinco anos de prisão (cumpre apenas nove meses) pela fracassada tentativa de tomar o poder na Baviera no Golpe da Cervejaria, em Munique, em 9 de novembro de 1923.

Na primeira parte do livro, chamada de Uma Avaliação, em mais de 400 páginas, o futuro ditador nazista faz uma diatribe sobre os problemas que cercam a Alemanha: a França, que gostaria de dividir a Alemanha; a falta de Lebensraum (espaço vital) e a necessidade de se expandir ao leste; e a influência nefasta de raças mestiças e inferiores.

Para Hitler, o Estado não é apenas uma organização política e econômica; é racial. Vê a pureza racial como uma necessidade absoluta para revitalizar a Alemanha, humilhada na Conferência de Paz de Versalhes depois da derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-18), "porque o homem não perece como resultado de guerras perdidas, mas da perda da pureza sanguínea".

Dentro da autoritária tradição prussiana, o controle do poder deve ser total: "Não deve haver decisões majoritárias. (...) Com certeza, todo homem tem assessores, mas a decisão deve ser tomada por um homem só."

O segundo volume de Mein Kampf, publicado em 1927, trata do nacional-socialismo, o Nazismo. As vendas são medíocres até a ascensão do nazismo ao poder, em 1933, depois de vencer sem maioria absoluta as eleições de 1932, em plena Grande Depressão (1929-39), quando a taxa de desemprego na Alemanha está em 12,5%.

Hitler vira chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha em 30 de janeiro de 1933. Em 27 de fevereiro, os nazistas tocam fogo no Reichstag, o Parlamento, e acusam os comunistas. É o grande marco da ascensão do nazismo. 

Novas eleições são realizadas em 5 de março. Os nazistas conquistam 44% dos votos e 288 das 647 cadeiras. Em 23 de março, o Parlamento aprova a Lei Habilitante. Hitler ganha poderes especiais para fazer a transição da República de Weimar para o regime nazista.

Com a morte do presidente, marechal Paul von Hindenburg, em 2 de agosto de 1934, o governo nazista convoca um referendo. Em 9 de agosto, 90% dos votantes aprovam a fusão dos cargos de chanceler e presidente. Hitler se torna o Führer, o líder supremo de um regime totalitário.

GOLPE DE FRANCO

    Em 1936, começa a Guerra Civil Espanhola, com uma revolta do militares direitistas no Marrocos Espanhol que logo se espalha para a metrópole. 

Das Ilhas Canárias, o general Francisco Franco divulga mensagem de rádio convocando todas as unidades do Exército a sublevar contra o governo republicano da Frente Popular, de esquerda.

Nos primeiros três dias, os rebeldes tomam o Marrocos, parte do Norte da Espanha e várias cidades do Sul. Franco vai para o Marrocos e prepara o Exército da África para invadir a Espanha.

A Alemanha e a Itália apoiam Franco com armas, tanques e aviões de guerra, enquanto a União Soviética apoia os republicanos. No mundo inteiro, socialistas e anarquistas se mobilizam em Brigadas Internacionais para lutar pela República. Conseguem defender Madri até o fim da guerra civil.

Barcelona é tomada em janeiro de 1939. Madri cai em 28 de março daquele ano, quando os republicanos se rendem em Madri e a guerra civil acaba. 

Mais de um milhão de pessoas morreram no pior conflito da história da Espanha. Franco é ditador do país até a morte, em 20 de novembro de 1975.

FDR INDICADO PARA INÉDITO TERCEIRO MANDATO

    Em 1940, o Partido Democrata nomeia o presidente Franklin Delano Roosevelt, eleito em 1932 para combater a Grande Depressão (1929-39), para concorrer a um inédito terceiro mandato. 

FDR concorreria a um quarto mandato em 1944. É o único presidente da história dos Estados Unidos a servir mais de dois mandatos.

Franklin Roosevelt nasce em 30 de janeiro de 1982 em Hyde Park, no estado de Nova York. Antes de chegar à Casa Branca, é senador estadual (1911-13), secretário adjunto da Marinha (1913-20) e governador de Nova York (1929-32).

Na campanha presidencial, promete o New Deal, um novo pacto social para enfrentar a depressão econômica. Reeleito com vitória esmagadora em 1936, é criticado por tentar um terceiro mandato, mas entende que é seu dever diante da Segunda Guerra Mundial (1939-45) na Europa, onde a Alemanha nazista está vencendo.

Reeleito mais uma vez em 1944, FDR morre em 12 de abril de 1945, quando a guerra na Europa estava praticamente ganha. O vice-presidente Harry Truman o sucede e é eleito presidente em 1948.

Em 22 de março de 1947, o Congresso aprova a 22ª Emenda à Constituição dos EUA, ratificada em 1951, para proibir qualquer pessoa de exercer a Presidência por mais de dois mandatos.

PESADELO DE TED KENNEDY

    Em 1969, um carro dirigido pelo senador Edward Kennedy ao sair de uma festa cai de uma ponte de madeira em Chappaquiddick, no estado de Massachusetts. Ted consegue escapar, mas sua acompanhante, Mary Jo Kopechne, com quem tinha um caso, morre afogada. 

Ted Kennedy só comunica o acidente à polícia dez horas depois, levantando a suspeita de que dirigia embriagado. Ela havia deixado a bolsa e a chave do quarto na festa.

Ted Kennedy é o herdeiro político dos irmãos John Kennedy, presidente assassinado em 22 de novembro de 1963 em Dallas, no Texas, e Robert Kennedy, morto depois de assegurar a candidatura do Partido Democrata à Casa Branca, em 6 de junho de 1968. Até então, Ted é o favorito para disputar a candidatura democrata à eleição de 1972.

O senador é condenado a dois meses de prisão por omissão de socorro ao abandonar a cena do acidente, com direito a suspensão da pena. Pede desculpas e retoma as atividades no Senado até sua morte, em 25 de agosto de 2009. 

Em 1980, disputa as eleições primárias do Partido Democrata com o presidente Jimmy Carter e perde. A candidatura presidencial foi enterrada com Mary Jo.

PROFESSOR OBAMA LANÇA LIVRO

    Em 1995, Barack Obama, na época um pouco conhecido professor de direito, lança o livro Sonhos do Meu Pai: uma história de raça e herança. Treze anos depois, torna-se o primeiro negro eleito para presidir os Estados Unidos.

Obama nasce em 4 de agosto de 1961 em Honolulu, no Havaí, filho de mãe americana, Ann Dunham, e pai queniano, Barack Obama Sr., que se conhecem quando estudam na Universidade do Havaí. O casal se separa no fim daquele ano.

O pai se forma no Havaí, faz mestrado na Universidade de Harvard, se divorcia em 1964 e volta para o Quênia. Só encontra o filho uma vez antes de morrer em acidente de automóvel, em 1982. 

A mãe se casa de novo com um indonésio e vai morar na Indonésia em 1967. Obama volta aos EUA em 1971 para morar com os avós maternos em Honolulu e só aí começa a se dar conta do racismo da sociedade norte-americana. 

Na introdução do livro, Obama se descreve como "um garoto em busca de seu pai e através desta busca procurar um sentido para a vida como um negro norte-americano". Por não ser descendente de escravos, ele não tem o pessimismo derrotista e tenta escapar da autodestruição da comunidade negra com drogas e criminalidade.

Depois de ser organizador comunitário em Chicago, em 2004, Obama se candidata ao Senado por Illinois e ganha renome nacional ao fazer o discurso de apresentação do candidato à Casa Branca, John Kerry, na Convenção Nacional do Partido Democrata. No ano seguinte, se destaca na ajuda aos flagelados pelo furacão Katrina.

Em 2008, vence as eleições primárias democratas e é eleito presidente.

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