quinta-feira, 8 de julho de 2021

Hoje na História: 8 de Julho

    Em 1853, o almirante William Perry entra na Baía de Tóquio com uma esquadra de quatro navios e ameaça bombardear a cidade para abrir o Japão ao comércio internacional. Depois de dar um tempo para as autoridades japonesas examinarem o assunto, Perry volta em março de 1854 com nove navios.

Sem condições de reagir, os japoneses aceitam certas do presidente Millard Fillmore. Os Estados Unidos se tornam o primeiro país a estabelecer relações com o Japão depois de dois séculos em que o país se fechou para estrangeiros.

Desde 1639, só a China e a Holanda comerciavam com o Japão e apenas da ilha de Dejima, em Nagasaki, a segunda cidade bombardeada com uma bomba atômica, em 9 de agosto de 1945.

Em 31 de março de 1854, o almirante assina o Tratado de Kanagawa, pelo qual o Japão abre os portos de Shimoda e Hakodate, e permite a abertura de um consulado americano no país.

A pressão dos EUA acaba com  o xogunato, acabando com a Idade Média japonesa em 1868, com a Restauração Meiji, que restitui os poderes do imperador. 

Para não ser colonizado pelo Ocidente, o Império do Japão se ocidentaliza e se torna uma potência que venceu a China na Guerra Sino-Japonesa (1894-95), a Rússia na Guerra do Pacífico (1904-5) e enfrentou o colonialismo ocidental na Ásia durante a Segunda Guerra Mundial.

    Em 1950, o presidente Harry Truman nomeia o general Douglas MacArthur comandante militar dos Estados Unidos na Guerra da Coreia (1950-53), um dia depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas recomendou que as forças internacionais fossem colocadas sob o comando militar americano.

A Coreia era ocupada pelo Japão desde 1910. Com a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, os EUA ocupam o Sul da Península Coreana. A União Soviética declara guerra ao Japão em 9 de agosto de 1945, dia da explosão da bomba atômica em Nagasaki, e invade o Norte da Coreia.

A península é dividida oficialmente em 1948, quando nascem a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Em 25 de junho de 1950, o Norte, comunista, invade o Sul para tentar reunificar a Coreia. Como a União Soviética estava boicotando a ONU por causa da não admissão da República Popular da China, os EUA obtiveram um mandato do Conselho de Segurança, que têm até hoje, para reunificar a Península Coreana.

    Em 1954, o coronel Castillo Armas toma o poder na Guatemala no segundo golpe de Estado articulado pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) durante a Guerra Fria, o primeiro na América Latina. A história é contada no livro de ficção Weekend in Guatemala, do escritor guatemalteco Miguel Ángel Asturias, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1967.

O golpe derruba o presidente nacionalista Jacobo Árbenz, que fizera uma reforma agrária e estatizara propriedades da companhia bananeira United Fruit, que mudou de nome para Chiquita Brands para tentar apagar a imagem associada a golpes de Estado.

Depois da Colômbia, a Guatemala foi o país com o maior número de mortos na América Latina durante a Guerra Fria, entre 150 e 200 mil. A democracia só é restaurada plenamente no país em 1984, mas a corrupção é endêmica até hoje.

O primeiro golpe militar apoiado pelos EUA na Guerra Fria foi em 1953, no Irã, contra o primeiro-ministro Mohamed Mossadegh, que nacionalizara o petróleo iraniano.

Ao falar sobre o golpe militar de 1964 no Brasil num curso sobre a história da política externa brasileiro, o embaixador Gélson Fonseca disse acreditar que a principal causa do apoio dos EUA foi econômica. Os EUA temeriam especialmente Leonel Brizola, que havia estatizado empresas transnacionais quando era governador do Rio Grande do Sul.

    Em 1994, morre o Grande Líder Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte. Kim luta nos anos 1930 contra a ocupação japonesa e é escolhido pela União Soviética, onde faz treinamento político e militar. Ele luta pelo Exército Vermelho na Segunda Guerra Mundial (1939-45), funda a Coreia do Norte em 1948 e inicia a Guerra da Coreia, em 25 de junho de 1950, tentando reunificar o país sob o regime comunista.

Com a intervenção militar dos Estados Unidos e depois a China, a guerra termina num impasse, sem mudar a divisão da Coreia. Nas próximas quatro décadas, Kim isola o país com sua política de autossuficiência (Juche), causando fome e falta de energia, problemas que o país tem até hoje.

Depois da morte, numa sucessão dinástica num regime comunista, é sucedido pelo filho e Querido Líder Kim Jong Il, que explode a primeira bomba atômica do país em 2006. Ao morrer, em 2011, ascende ao poder seu filho Kim Jong Un, neto do Grande Líder, que acelera os programas de mísseis e de armas nucleares - e ameaça bombardear os EUA.

O presidente Donald Trump fez três encontros de cúpula com o jovem Kim. Legitimou o ditador na expectativa de desnuclearizar a Península Coreana, mas as negociações não avançaram.

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