sábado, 23 de novembro de 2019

Exército sai às ruas para conter manifestações na Colômbia

O presidente conservador Iván Duque decretou toque de recolher noturno ontem em Bogotá a partir das 21 horas (23h em Brasília), convocou o Exército para patrulhar as ruas junto com a polícia para garantir a ordem pública e anunciou um diálogo social, mas não esclareceu que reformas vai propor.

Na quinta-feira, durante uma greve geral, mais de um milhão de pessoas protestaram nas ruas contra as reformas previdenciária e trabalhista. Houve cenas de vandalismo em Bogotá, Cáli e Barranquilla. Pelo menos 146 pessoas foram presas.

Ontem, houve panelaços em parte da capital e confrontos entre manifestantes e a polícia, saques e vandalismo. Ao todo, 76 estações do Transmilênio, um veículo leve sobre pneus que é o principal meio de transporte público da capital colombiana, foram vandalizadas 79 ônibus foram destruídos.

"Temos uma horda de delinquentes que destroem os bens de todos os cidadãos, que saqueiam e roubam, que querem acabar com a cidade. São uma minoria", afirmou o prefeito verde, liberal e radical de Bogotá, Enrique Peñalosa.

O presidente se reuniu com um gabinete de crise, visitou o posto de comando unificado das forças de segurança e pediu aos prefeitos de toda a Colômbia para manter a ordem com decretação de lei seca e e toque de recolher noturno onde for necessário.

"Devemos rechaçar categoricamente qualquer forma de violência", declarou Duque em pronunciamento na televisão sexta-feira à noite. Desde 1977, o Exército não saía às ruas para garantir a lei e a ordem. Lutava contra grupos guerrilheiros.

Em 2016, o governo Juan Manuel Santos assinou um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). O Exército de Libertação (ELN) ainda está em atividade. Pode cometer atentados isolados, mas não representa uma grande ameaça.

Com a paz, tão rara na história da Colômbia, afloraram as reivindicações sociais em uma sociedade conservadora e oligárquica, com impressionante histórico de violência.

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