terça-feira, 30 de abril de 2019

Guaidó convoca rebelião e há luta nas ruas de Caracas

O presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido por 52 países, inclusive o Brasil, convocou hoje o povo e as Forças Armadas a uma rebelião contra a ditadura de Nicolás Maduro. 

Algumas unidades militares aderiram à revolta, mas o ministro da Defesa, general Padrino López, fez pronunciamento em apoio a Maduro, ameaçando usar a força para controlar a rebelião.

Na madrugada, Guaidó fez um pronunciamento diante da base aérea de La Carlota, perto do aeroporto de Caracas, ao lado de soldados da Guarda Nacional Bolivariana que o apoiam e de Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular e padrinho de Guaidó. Em seguida, os dois foram a um comício na  Praça da França.

Guaidó pediu à população para sair às ruas para derrubar o "usurpador Nicolás Maduro". O regime chavista acusou a oposição de golpe. Maduro convocou os coletivos, as milícias populares criadas para defender o regime, que teriam hoje 2 milhões de membros.

Em Chacao, uma parte rica da capital onde López foi prefeito, as milícias abriram fogo contra um grupo de manifestantes. Perto dali, em Chacaito, a polícia não conseguiu controlar os manifestantes.

Os Estados Unidos prometeram o fim das sanções aos membros do regime que aderirem a Guaidó. O secretário de Estado, Mike Pompeo, afirmou que havia um avião pronto para levar Maduro para o exílio em Cuba, mas a Rússia o mandou ficar. E o assessor para Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, declarou que o governo Donald Trump espera uma transição pacífica na Venezuela.

Trump, por sua vez, ameaçou aumentar as sanções econômicas a Cuba se o regime comunista cubano continuar apoiando Maduro.

O Brasil também reiterou o apoio a Guaidó, enquanto Rússia, Cuba, Bolívia, Nicarágua e Turquia repudiaram o que descreveram como uma "tentativa de golpe".

A oposição venezuelana alega que Maduro é um "usurpador", um presidente ilegítimo porque foi eleito de modo fraudulento.

Se a rebelião tiver sucesso, a Venezuela terá um governo mais liberal que terá a tarefa hercúlea de reconstruir a economia do país, arrasada pelas políticas fracassadas que o finado caudilho Hugo Chávez chamava de "socialismo do século 21".

Se a rebelião fracassar, deve haver um endurecimento do regime, com repressão mais rigorosa aos dissidentes e aumento da participação de aliados externos como a Rússia na segurança do que resta do chavismo.

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