domingo, 22 de abril de 2018

Terrorista suicida do Estado Islâmico mata 57 pessoas no Afeganistão

Pelo menos 57 pessoas que faziam fila para se alistar como eleitores foram mortas hoje por um homem-bomba em Cabul, a capital do Afeganistão. Outras 119 saíram feridas, informou o Ministério da Saúde Pública. A organização terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado.

O ataque aconteceu no fim da manhã no bairro de Dasht-i-Barchi, onde a maioria da população pertence à minoria xiita hazara. O Estado Islâmico é uma milícia extremista sunita. Já atingiu mesquitas, santuários, escolas e outros alvos xiitas. Na Internet, declarou ter atacado "apóstatas", como se refere aos xiitas.

Foi o pior ataque desde uma onda de atentado em janeiro, quando uma ambulância-bomba matou mais de 100 pessoas e feriu outras 235.

Cerca de 14 milhões de afegãos podem se registrar para votar nas eleições parlamentares e municipais de 20 de outubro. A inscrição pode ser feita em uma das 7,3 mil zonas e seções eleitorais, das quais 948 estão situadas em locais fora do controle governamental.

A inscrição eleitoral começou em 14 de abril. Até agora, o ritmo de alistamento é lento, talvez por causa da desesperança do eleitor diante da corrupção generalizada e do não cumprimento de promessas de melhoria das condições de segurança e nos serviços públicos.

Os salafistas, que pregam o retorno à "pureza" do Islã do tempo do profeta Maomé (571-632), dos Talebã ao Estado Islâmico, repudiam eleições democráticas. Só aceitam a "lei de Deus", sua interpretação do livro sagrado dos muçulmanos, o Corão, de acordo com a religião ditado por Alá ao profeta.

"Os hazaras não vão desistir nunca", reagiu Mohammad Zia Feroz, de 26 anos, empregados do Crescente Vermelho, o equivalente à Cruz Vermelha nos países muçulmanos. "Ameaças não vão nos parar. Não há alternativa além de participar das eleições."

Desde a derrota do Califado que tentou criar no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico se infiltrou em países que vivem sob anarquia e guerra civil, especialmente na Líbia e no Afeganistão.

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