terça-feira, 17 de abril de 2018

Israel se prepara para uma retaliação direta do Irã

Dentro da guerra civil da Síria, o maior risco no momento é de uma guerra entre Israel e o Irã. O governo israelense espera um ataque direto da república islâmica em retaliação pelo bombardeio a uma base aérea síria em que sete militares iranianos foram mortos, em 9 de abril de 2018, informou o jornal The Jerusalem Post.

A expectativa é de um ataque de mísseis ou drones disparados pela Guarda Revolucionária do Irã de alguma base na Síria e não por milícias aliadas como o Hesbolá (Partido de Deus), do Líbano, que luta ao lado da ditadura de Bachar Assad na guerra civil síria. A ordem deve partir do general Kassem Suleimani, comandante da Força al-Qods, braço da Guarda Revolucionária para ações no exterior.

"Israel vai reagir duramente a qualquer ação iraniana partindo da Síria", declarou uma fonte das Forças de Defesa de Israel à TV Sky News em árabe. Os militares israelenses estão certos de que a resposta virá.

Depois do bombardeio israelense, Ali Akbar Velayati, ex-ministro do Exterior e atual assessor do Supremo Líder Espiritual da República Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, advertiu Israel de que "deve esperar uma resposta poderosa".

O representante de Khamenei junto à Guarda, Ali Shirazi, foi ainda mais agressivo: "Se Israel quer continuar sua existência traiçoeira, deve evitar medidas estúpidas. Se derem pretextos ao Irã, Telavive e Haifa serão destruídas."

Fotos de satélites-espiões mostram um aumento da presença militar iraniana na Síria sob o comando do general-brigadeiro Air Ali Hajizadeh, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária do Irã. Também revelam que o Irã envia mísseis para a Síria como se fosse ajuda humanitária.

Os iranianos estabeleceram várias bases, inclusive T4, a base atacada por Israel; em Alepo, a capital econômica do país; no Aeroporto Internacional de Damasco e em outro campo de pouso, ao sul da capital; e em Deir el-Zur, no Leste da Síria, para onde aviões Ilyushin levaram armas e equipamentos militares do Irã.

As companhias aéreas comerciais Simorgh Air e Pouya Cargo Air estariam sendo usadas, de acordo com a mesma fonte, para levar mais soldados e armamentos para a Síria.

No início de fevereiro, um drone iraniano armado com explosivos invadiu o espaço aéreo israelense e foi abatido. Foi um divisor de águas importante nas relações bilaterais entre os dois países.

"Foi a primeira vez que o próprio Irã fez alguma coisa contra Israel - e não através de aliados", observou um oficial israelense, e "foi a primeira vez que atacamos alvos iranianos vivos, tanto instalações quanto pessoas".

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