sábado, 10 de fevereiro de 2018

Coreia do Norte convida líder da Coreia do Sul a visitar Pyongyang

Em outro gesto de aproximação do regime mais fechado do mundo, a irmã do ditador da Coreia do Norte, Kim Yo Jong, convidou o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, a visitar Pyongyang, informou a Casa Azul, sede do governo sul-coreano. Não há data prevista para a viagem.

As duas Coreias, última fronteira da Guerra Fria, vivem um momento de degelo desde que o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, manifestou, no discurso de Ano Novo, o interesse em restabelecer o diálogo com o Sul e de enviar atletas para a Olimpíada de Inverno de Pyeongchang.

Isso deu à Coreia do Sul a garantia de que os Jogos Olímpicos não serão atacados e de que não haveria testes nucleares ao norte do paralelo 38º Norte. A olimpíada foi aberta ontem e as duas delegações coreanas desfilaram juntas sob uma bandeira branca com o mapa do país unificado em azul.

O envio de uma delegação de alto nível e o convite indicam a intenção de investir num diálogo Norte-Sul que tenta isolar os Estados Unidos de Donald Trump. Os EUA e a Coreia do Sul adiaram para abril manobras militares conjuntas que coincidiriam com os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.

A Coreia foi ocupada pelo Japão de 1910 a 1945. Quando os EUA bombardearam Nagasaki com a segunda bomba atômica, em 9 de agosto de 1945, o ditador soviético Josef Stalin declarou guerra ao Japão, ocupou algumas ilhas e o Norte da Península Coreana, enquanto os EUA ficaram com o Sul.

Em 1948, nasceram oficialmente a República Popular Democrática da Coreia (Norte) e a República da Coreia (Sul). Como ambas reivindicam a soberania sobre toda a península, em 25 de junho de 1950 estourou a Guerra da Coreia, que durou três anos e deixou milhões de mortos.

Até hoje, os dois países estão tecnicamente em guerra. O regime comunista do Norte costumava ignorar os governos da Coreia do Sul e do Japão, chamando-os de fantoche dos EUA.

Para garantir sua sobrevivência, a ditadura stalinista de Pyongyang desenvolveu armas nucleares e mísseis, a última garantia para Kim Jong Un. Ele assumiu poucos meses depois da queda e morte do ditador líbio Muamar Kadafi, que abrira mão de suas armas de destruição em massa e se aproximara do Ocidente na guerra contra o terrorismo dos jihadistas.

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