sábado, 30 de dezembro de 2017

Puigdemont exige diálogo da Espanha com separatistas da Catalunha

Sem acenar com qualquer tipo de reconciliação, o ex-governador regional da Catalunha Carles Puigdemont, em mensagem de Ano Novo, feita na Bélgica, onde está refugiado, exigiu do governo da Espanha a abertura de negociações sobre a independência da Catalunha, noticiou o jornal catalão La Vanguardia.

"Fracassada a receita da violência, da repressão e do artigo 155, há de começar a era do diálogo e da negociação. É o momento de aceitar o mandato de 21 de dezembro, de retificar, restaurar tudo aquilo que destituíram sem permissão dos catalãoes", declarou Puigdemont, do alto de sua arrogância e incompetência, que muito contribuíram para a crise atual.

O movimento pela independência conquistou maioria absoluta de 70 das 135 cadeiras no Parlament nas eleições antecipadas pela intervenção do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. Madri suspendeu a autonomia regional da Catalunha com base no artigo 155 da Constituição da Espanha.

Sob acusação de sedição, rebelião e traição à pátria, por convocar um plebiscito ilegal e impedir a ação da Guarda Civil,os ex-governantes catalães estão sendo processados. Puigdemont saiu da Espanha para não ser preso, enquanto o vice-governador Oriol Junqueras está detido em Madri.

A lista Juntos pela Catalunha, liderada por Puigdemont, foi o partido mais votado do bloco separatista. Por isso, ele se considera no direito de voltar à chefia do governo.

Do outro lado, o primeiro-ministro conservador Rajoy não mostra intenção de ceder nem um milímetro do território espanhol ao movimento nacionalista catalão. O governo usa a Constituição de 1978, que democratizou a Espanha depois da ditadura do generalíssimo Francisco Franco (1936-75). Ela exige que todo o país vote em plebiscitos sobre a independência.

Depois de denunciar a repressão ao plebiscito e a prisão de dirigentes políticos nacionalistas, Puigdemont desafiou Rajoy: "O governo espanhol tem uma nova oportunidade de se comportar como uma democracia europeia que diz ser" e "comece a negociar politicamente com o governo legítimo da Catalunha."

O governador deposto destacou o "êxito democrático histórico" das últimas eleições, onde a participação beirou 82%. Puigdemont não revelou se pretende voltar da Bélgica para assumir sua cadeira no novo Parlament, mas prometeu que no próximo Ano Novo vai falar do Palau de la Generalitat, a sede do governo catalão.

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