terça-feira, 10 de outubro de 2017

Trump cobra caro para proteger "sonhadores"

O governo Donald Trump enviou domingo ao Congresso uma proposta de política anti-imigração ilegal com medidas duras em troca de qualquer acordo para proteger os chamados "sonhadores", crianças e jovens que eram menores de idade quando entraram ilegalmente com suas famílias nos Estados Unidos.

Em 5 de setembro, o secretário da Justiça, Jeff Session, anunciou a revogação da Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA), um programa do governo Barack Obama para proteger 800 mil jovens ilegais. Muitos passaram a maior parte de suas vidas nos EUA e não têm grande ligação com seu país de origem.

Entre as exigências de Trump, estão dinheiro para construir um muro na fronteira com o México, verba para contratar mais 10 mil guardas de fronteira, regras mais duras para concessão de asilo político e o fim da ajuda federal para "cidades santuários", que não colaboram com as autoridades federais na caçada aos imigrantes ilegais. O México não vai pagar pelo muro como o presidente prometeu na campanha.

A Casa Branca também exige que as empresas usem o sistema de verificação E-Verify para não contratar imigrantes ilegais, impedir o acesso aos EUA da família extensa (avós, tios e primos) dos imigrantes que regularizaram a situação e fechar a fronteira para centenas de milhares que menores que fugiram da violência na América Central nos últimos anos.

Com a guerra do México contra as drogas, vários cartéis do tráfico transferiram parte de suas atividades para a América Central, onde países muito menores não tem recursos para enfrentar o seu poder financeiro e seu poder de fogo.

Honduras e El Salvador estão hoje entre os países mais violentos do mundo fora de zonas de guerra. Isso gerou uma migração de menores centro-americanos para os EUA.

Pelas regras atuais, se entrarem em território americano, esses menores têm o direito a uma audiência na Justiça para contar sua história e pedir asilo, num processo que pode durar até dois anos. Trump quer o direito de bloquear a entrada ou deportar sumariamente essas crianças.

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