domingo, 22 de outubro de 2017

Shinzo Abe consolida poder com ampla maioria no Japão

Mesmo perdendo sete deputados, o Partido Liberal-Democrata (PLD) conquistou uma ampla vitória nas eleições para a Câmara da Dieta, o Parlamento do Japão, elegendo 283 dos 465 deputados. Em aliança com os 29 deputados do budista Komeito (Partido do Governo Limpo), o primeiro-ministro Shinzo Abe terá a maioria de dois terços necessária para mudar a Constituição pacifista e preparar o país para se defender da ameaça nuclear da Coreia do Norte.

A recuperação da economia e o programa nuclear da Coreia do Norte foram os grandes temas da campanha. Durante o último um ano e meio, a economia japonesa, a terceira maior do mundo, cresceu em todos os trimestres graças às políticas de incentivo da abeconomia. Há mais de um década, não vivia um período de crescimento tão longo.

Com o regime comunista norte-coreano testando bombas atômicas e mísseis balísticos, Abe acredita que chegou a hora de reformar a Constituição de 1947, imposta pelos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), que impede o Japão de mandar suas Forças Armadas ao exterior, a não ser em missões de paz das Nações Unidas.

A primeira mudança do artigo 9 da Constituição foi em 1992, quando os militares japoneses foram autorizados a participar de missões de paz da ONU. Em 2014, o governo reinterpretou a Constituição para afirmar que as Forças de Defesa do Japão poderiam socorrer inimigos sob ataque.

Diante do desafio norte-coreano, o tabu está caindo. A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, do conservador Partido da Esperança, de centro-direita, apoia a reforma constitucional: "Estamos chegando a um lugar onde podemos ter uma discussão nacional sólida."

Uma pesquisa divulgada em 19 de outubro pelo jornal Asahi Shimbun indica que a opinião pública japonesa está dividida entre os que querem e os que rejeitam a reforma constitucional para o Japão voltar a ser um país normal, capaz de projetar seu poderio militar no exterior.

Se Abe, hoje com 63 anos, ficar no cargo até novembro de 2019, será o primeiro-ministro que governou o Japão por mais tempo no pós-guerra.

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