terça-feira, 10 de outubro de 2017

FARC se registram como partido para disputar eleições de 2018

Altos dirigentes das agora desmobilizadas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) registraram o grupo oficialmente ontem no Conselho Nacional Eleitoral, em Bogotá, como partido político, um dos pontos centrais do acordo de paz para acabar com quase 70 anos de guerra civil no país. O novo partido, as Forças Alternativas Revolucionárias do Comum, mantém a sigla FARC.

"Entregamos toda a documentação, inclusive o certificado de entrega das armas do Mecanismo de Monitoramento das Nações Unidas e os outros documentos exigidos pela legislação", declarou o dirigente Jairo Estrada.

Os ex-guerrilheiros preparam agora lista de candidatos do partido à Câmara e ao Senado. Ainda não decidiram se lançam candidato à Presidência. O subcomandante Iván Márquez, principal negociador das FARC, disse que o grupo está pronto a trabalhar com outros partidos para "superar a ordem social antiga e injusta".

Mais de 500 mil pessoas morreram desde que o assassinato do candidato liberal à Presidência da Colômbia Jorge Eliécer Gaitán foi morto em Bogotá, em 9 de abril de 1948. Mais de 2 mil pessoas foram mortas nos dias seguintes, no chamado Bogotazo, e entra 200 e 300 mil na década seguinte, conhecida na Colômbia como o período de La Violencia.

Naquela época, as oposições liberais e de esquerda foram para a clandestinidade para lutar contra o conservadorismo colombiano. No meio da guerra civil, em 1964, nasceram as FARC, como braço armado do Partido Comunista Colombiano, alinhado à União Soviética.

Com o declínio do comunismo como ideologia e o fim da URSS, em 1991, as FARC acabaram se aliando a máfias do tráfico de drogas para financiar a luta armada. Isso permitiu sua sobrevivência muito além dos outros grupos guerrilheiros de esquerda que tentaram tomar o poder na América Latina.

Nenhum comentário: