sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Trump adverte Coreia do Norte: armas estão "carregadas e engatilhadas"

Em sua escalada verbal com a ditadura comunista da Coreia do Norte, o presidente Donald Trump afirmou hoje de manhã no Twitter que as Forças Armadas dos Estados Unidos estão prontas para a guerra e à tarde esperar que os norte-coreanos entendam a gravidade da advertência.

"As soluções militares estão totalmente preparadas, carregadas e engatilhadas, se a Coreia do Norte agir insensatamente", disparou Trump no Twitter ao amanhecer. "Espero que Kim Jong Un encontre outro caminho.

Durante entrevista no seu clube de golfe em Bedminster, no estado de Nova Jérsei, Trump visou diretamente o ditador Kim Jong Un: "Este cara não vai escapar depois do que está fazendo. Se fizer uma ameaça clara ou qualquer ação contra a ilha de Guam, território dos EUA, ele vai lamentar e lamentar rapidamente."

Apesar da retórica inflamada do presidente, os militares americanos não dão sinais de que estejam se preparando para uma guerra. Trump tenta ganhar no grito. Com um discurso inflamado, acredita estar agindo mais com firmeza do que seus antecessores, que não conseguiram parar o programa nuclear militar norte-coreano.

Desde 2006, a Coreia do Norte fez cinco testes nucleares e dezenas de testes de mísseis. Os últimos, de mísseis de longo alcance, indicariam capacidade de atingir o território continental dos EUA. Isso provocou o tiroteio verbal de Trump.

Uma guerra não interessa a ninguém. Para a ditadura stalinista de Pionguiangue, seria uma derrota certa e o fim. Numa simulação feita pelo Departamento da Defesa dos EUA em 1994 a pedido do então presidente, Bill Clinton, a estimativa seria de mais de um milhão de mortes.

Só com o arsenal convencional, o regime comunista norte-coreano tem condições de arrasar Seul, a capital da Coreia do Sul, uma cidade de 10 milhões de habitantes. Mesmo em caso de vitória, o custo de reconstrução e de reunificação da Coreia seria tremendo para o Sul abalando o extraordinário desenvolvimento econômico das últimas décadas e o atual nível de riqueza.

Para a China, além do risco de uma guerra nuclear em sua fronteira, poderia haver uma onda de refugiados norte-coreanos e a reunificação da Península Coreana sob o controle da Coreia do Sul, onde há 28 mil soldados americanos, uma presença militar que vem desde a Guerra da Coreia (1950-53).

Os EUA lutaram a Guerra da Coreia com um mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que a União Soviética boicotava por causa da exclusão da China comunista, para reunificar o país. Quando as tropas americanas e aliados cruzaram o paralelo 38º Norte, o Exército Popular de Libertação da China atravessou o rio Yalu e entrou na guerra.

Dentro da Guerra da Coreia, houve uma guerra entre os EUA e a China, vencida pela China, que conseguiu empurrar os americanos de volta para baixo do paralelo 38º Norte, restaurando o status quo anterior à guerra, iniciada quando o avô de Kim Jong Un, o Grande Líder Kim Il Sung, invadiu o Sul.

Desde então, não houve mais guerras entre os EUA e a China. Com a ascensão da China a superpotência, seria uma guerra hoje de consequências catastróficas, tema de A Armadilha de Tucídides, último livro do professor Graham Allison, da Universidade de Harvard, autor do clássico The Essence of Decision, sobre a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962.

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