terça-feira, 29 de agosto de 2017

Ex-procuradora-geral acusa Maduro de roubar milhões de dólares

A ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega Díaz afirmou hoje em São José, na Costa Rica, ter provas de que o ditador Nicolás Maduro desviou entre US$ 8 milhões e US$ 10 milhões dos cofres públicos, informou o jornal Latin American Herald Tribune.

"Há muitos altos funcionários comprometidos com a corrupção envolvendo a [companhia brasileira] Odebrecht, além do fato de que o presidente Maduro tirou de US$ 8 milhões a US$ 10 milhões do Tesouro em dinheiro e entregou-o a uma empresa importante", declarou Luisa Ortega. Ela fugiu da Venezuela de lancha depois da decretação da prisão de seu marido, o deputado Germán Ferrer, também dissidente do chavismo.

De acordo com a acusação, "a Contextus Comunicación Corporativa foi usada como uma empresa de fachada" para dissimular a corrupção. Esta companhia é de Monika Ortigosa, mulher de Alejandro Escarra, sobrinho de Hermann Escarra, deputado da Assembleia Nacional Constituinte criada por Maduro para tirar os poderes da Assembleia Nacional eleita democraticamente, onde a oposição tem maioria de dois terços.

Ortega Díaz rompeu com o regime chavista ao denunciar a Constituinte de Maduro como ilegal e ilegítima. Foi demitida pela Constituinte em 5 de agosto. Teve seu passaporte cassado e foi acusada pelas 127 mortes ocorridas em confrontos entre manifestantes, a polícia e milicianos chavistas desde o íncio de abril

A ex-procuradora-geral citou nominalmente como envolvidos em casos de corrupção o ex-vice-presidente Elías Jaua, Jorge Rodríguez, Jesse Chacón, Maximilian Sánchez e o ex-presidente da Assembleia Nacional Diosdado Cabello, considerado o número dois da ditadura venezuelana. As provas foram entregues ao Departamento da Justiça dos Estados Unidos e ao procurador-geral da Costa Rica, Jorge Chavarría, presidente da Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos.

Ao justificar sua decisão, Ortega alegou que, "na Venezuela, não é possível fazer justiça, então estou entregando as provas a diferentes países". Ela não pretende voltar a seu país para não ser presa. Prometeu lutar "pelo retorno da democracia e da liberdade".

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