terça-feira, 25 de julho de 2017

Trump frita ministro da Justiça e procurador-geral dos EUA

Insatisfeito com a investigação sobre um possível conluio de sua campanha com o governo da Rússia, o presidente Donald Trump está hostilizando publicamente o ministro da Justiça e procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions.

Sessions foi o primeiro senador a apoiar a candidatura Trump. Se for demitido, as relações do presidente com a bancada do Partido Republicano no Senado serão sensivelmente abaladas. O presidente o humilha publicamente para forçar a demissão

O problema de Sessions é que ele admitiu ter se encontrado com o embaixador russo em Washington, depois de ter omitido isso no primeiro momento. Por essa razão, ele se declarou impedido de presidir o inquérito sobre a interferência indevida da Rússia na eleição presidencial americana.

Trump quer se livrar não apenas de Sessions, mas principalmente do procurador especial Robert Mueller, ex-diretor-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA. Quando demitiu o procurador independente Archibald Cox, em 1973, o então presidente Richard Nixon deixou clara sua culpabilidade no escândalo de Watergate, que o levou a renunciar em 1974.

Em 9 de maio, Trump demitiu o diretor-geral  James Comey, depois que este se recusou a encerrar o inquérito. Só um diretor-geral do FBI fora demitido no meio do mandato, por corrupção. Comey foi o primeiro afastado por investigar um presidente. Mas demitir o ministro da Justiça e procurador-geral é um desafio muito maior para um presidente que não respeita a liturgia do cargo e se considera melhor do que seus antecessores.

Nesta semana, Trump chegou a tuitar sobre seu "poder total" para perdoar, como se pudesse indultar a si mesmo. Hoje, acusou Sessions de ser "fraco" por não reabrir a investigação sobre o uso de correio eletrônico privado por Hillary Clinton quando secretária de Estado. O FBI encerrou o inquérito.

Três desafios aguardam Trump: o fracasso de mais uma votação da reforma de saúde para acabar com a cobertura universal do governo Obama; o inquérito sobre a Rússia, que se aproxima da família dele, nesta semana um filho e o genro depõe no Congresso; e a aprovação pelo Congresso de novas sanções à Rússia, que vão testar as relações de Trump com o Kremlin.

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