sábado, 29 de julho de 2017

Dólar passa de 10 mil bolívares com crise na Venezuela

Com o agravamento da crise política na véspera de eleições para escolher uma Assembleia Constituinte servil ao ditador Nicolás Maduro, a cotação do dólar no mercado paralelo da Venezuela chegou hoje a 10.389,79 bolívares e o euro a 12.156,05 bolívares, noticiou o boletim Dolar Today.

Os principais líderes da oposição, Henrique Capriles e Leopoldo López, convocaram a população a sair às ruas e tentar bloquear a votação. Pela Constituição da República Bolivarista da Venezuela, do governo Hugo Chávez, é necessário um plebiscito para o eleitorado autorizar a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

Sob pressão da Assembleia Nacional, onde a oposição tem maioria de dois terços desde 5 de janeiro de 2016, Maduro usa a Constituinte para desautorizar o atual Legislativo e governar com o apoio de entidades pelegas subservientes ao regime chavista. É a consolidação da ditadura. O Executivo controla o Judiciário e passará a dominar também o Legislativo, anulando a vitória eleitoral da oposição.

Dos 545 deputados da Constituinte de Maduro, 364 serão eleitos territorialmente, um em cada município e dois para as capitais de estado. Os demais 181 constituintes serão eleitos por setor, por entidades dominadas pelo chavismo, 79 trabalhadores, 28 aposentados, 8 camponeses e pescadores, 8 indígenas, 5 empresários e 4 deficientes.

Cerca de 20 mil candidatos se inscreveram para as eleições territoriais e 35 mil para as eleições setoriais, revelou o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime.

A Venezuela vive a pior crise econômica de sua história independente, com queda de 30% do produto interno bruto desde 2013, ano da morte de Hugo Chávez, o que caracteriza uma depressão econômica. Isso jogou 82% da população na miséria.

Desde a ascensão de Chávez ao poder, em 1999, a Venezuela exportou US$ 1 trilhão em petróleo, mas não tem dinheiro para importar papel higiênico. A inflação deve chegar a 1.200% neste ano e o desabastecimento de produtos básicos é generalizado. Três quartos dos venezuelanos perderam peso por falta de comida.

Para agravar ainda mais a situação, pelo menos 117 pessoas foram mortas na repressão governamental contra as manifestações de protestos que tomam as ruas da Venezuela todos os dias desde o início de abril.

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