terça-feira, 6 de junho de 2017

Pesquisa reduz vantagem conservadora a um ponto no Reino Unido

A vantagem do Partido Conservador, da primeira-ministra Theresa May, sobre o Partido Trabalhista caiu para apenas um ponto percentual em pesquisa divulgada hoje, dois dias antes das eleições parlamentares de 8 de junho de 2017 no Reino Unido. 

A sondagem foi feita na sexta-feira e no sábado, antes do último atentado terrorista em Londres, que matou sete pessoas e deixou outras 48 feridas.

Na pesquisa do instituto Survation, os conservadores tiveram a preferência de 41,5% dos entrevistados contra 40,4% para os trabalhistas, 6% para o Partido Liberal-Democrata e 3% para o Partido da Independência do Reino Unido (UKIP). Outra sondagem do mesmo instituto publicada no domingo no jornal Mail on Sunday chegou praticamente à mesma diferença: 40% a 39%.

O instituto YouGov registrou em 1º e 2 de junho 42% a 38% para os conservadores. Assim, May perderia a maioria absoluta na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico. Sairia enfraquecida. Outras pesquisas recentes dão vantagens de até 11 e 12 pontos percentuais aos conservadores. Isso garantiria ampla maioria à primeira-ministra.

Uma das possíveis explicações para a divergências entre é que o crescimento dos trabalhistas se deu entre o eleitorado jovem, que tem menos tendência de votar num país onde o voto não é obrigatório. Por isso, algumas pesquisas dão peso menor aos jovens, que podem se sentir incentivados a participar como reação aos atentados terroristas.

Quando May convocou eleições gerais antecipadas, há um mês e meio, tinha uma vantagem de 20 pontos. Esperava obter ampliar sua escassa maioria de 17 cadeiras na Câmara dos Comuns. Na lógica da primeira-ministra, isto lhe daria mais força nas negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Sob a liderança radical de Jeremy Corbyn, o Partido Trabalhista deu uma forte guinada à esquerda, prometendo universidade gratuita e reestatizar os correios, o sistema ferroviário e as companhias de água e de energia elétrica.

As negociações da Brexit (saída britânica, do inglês) ficaram em segundo plano na campanha eleitoral. Quem mais defendeu a permanência no mercado comum europeu foram os liberais-democratas, que não se recuperaram da aliança com os conservadores no primeiro governo David Cameron (2010-15) e caíram ainda mais.

Em princípio, o atentado terrorista deveria ajudar os conservadores, tradicionalmente mais duros em questões de segurança e defesa. Mas May era ministra do Interior, responsável pela polícia, durante o governo Cameron, quando um programa rígido de austeridade fiscal para equilibrar as contas públicas causou a demissão de dezenas de milhares de policias.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, trabalhista e muçulmano, criticou a primeira-ministra por reduzir o contingente de policiais nas ruas.

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