quinta-feira, 29 de junho de 2017

Oposição acusa ditadura de Angola de se eleger com dinheiro da Odebrecht

A União Nacional pela Independência Total de Angola (Unita) acusou ontem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder desde a independência do país, em 1975, de receber US$ 50 milhões de dinheiro sujo da empreiteira brasileira Odebrecht nas eleições de 2012.

O escândalo foi revelado na Operação Lava Jato aqui no Brasil. A denúncia de Raul Danda, vice-presidente da Unita e candidato a vice-presidente nas eleições de agosto, se baseia nas delações premiadas dos marqueteiros do Partido dos Trabalhadores (PT), João Santana e Mônica Moura, indicados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazerem a campanha eleitoral do ditador José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.

Em 2012, "o ex-presidente brasileiro deslocou-se a Luanda na companhia do então presidente da Odebrecht, Emilio Odebrecht. O presidente José Eduardo dos Santos manifestou-lhes o interesse em contratar o publicitário João Santana e seus interlocutores prontificaram-se em contatar e persuadir o publicitário a fazer a campanha do MPLA", afirmou o líder da Unita.

Com "o custo do serviço no valor de US$ 50 milhões", a contratação só seria possível "se o publicitário aceitasse receber o dinheiro da Odebrecht." Foram fechados dois contratos: "o primeiro, de US$ 30 milhões, com a empresa do publicitário e o segundo, de US$ 20 milhões, entre a mulher do publicitário e o responsável da Odebrecht Angola".

Para Raul Danda, foi "uma ilicitude eleitoral e um atentado à independência, à unidade nacional e à democracia no país."

Depois de 38 anos no poder, Santos não é candidato à reeleição. O candidato governista é o general João Lourenço, atual ministro da Defesa. A Unita também denuncia o utilização abusiva das Forças Armadas na atual campanha.

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