quarta-feira, 7 de junho de 2017

Estado Islâmico ataca Parlamento do Irã e túmulo de Khomeini

Quatro homens armados vestidos de mulher invadiram hoje a sede do Majlis (Parlamento) do Irã com bombas e metralhadoras e atacaram indiscriminadamente. Meia hora depois, houve um ataque ao mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini, o líder espiritual da Revolução Islâmica de 1979. 

Pelo menos 17 pessoas morreram e mais de 40 saíram feridas. A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a responsabilidade pelos ataques. A Guarda Revolucionária Iraniana acusou os Estados Unidos e a Arábia Saudita.

Através de sua agência de propaganda na Internet Amaq, o Estado Islâmico divulgou um vídeo do ataque feito dentro do Parlamento para comprovar sua autoria. No vídeo, vozes louvam a Alá e dizem em árabe: "Vocês acham que vamos embora? Vamos ficar, se Deus quiser."

O ataque começou no meio da manhã, quando os terroristas entraram no Majlis, vestidos de mulher, de acordo com um funcionário do Ministério do Interior iraniano. No primeiro momento, mataram um guarda de segurança e outra pessoa, disse a agência de propaganda do Estado Islâmico. Um homem-bomba se detonou no quarto andar da sede do Parlamento, que estava em sessão e foi cercado por populares que acompanharam a batalha.

Depois de quatro horas de combate, as forças de segurança mataram três terroristas, o outro se detonou. O regime dos aiatolás retomou o controle do Majlis por volta das 15h em Teerã (7h30 em Brasília). No ataque ao mausoléu de Khomeini, dois terroristas suicidas, sendo uma mulher, se detonaram matando um jardineiro e ferindo outra pessoa.

O presidente do Majlis, Ari Larijani, considerou o atentado um "incidente menor" e descreveu o Irã como "um centro ativo e efetivo no combate ao terrorismo. O serviço secreto iraniano revelou ter desmantelado uma conspiração para realização de um ataque múltiplo em Teerã e outras cidades.

Num raro vídeo divulgado em persa, a língua do Irã, em março, o Estado Islâmico advertiu: "Vamos conquistar o Irã e restaurar a nação muçulmana como era antes."

O Estado Islâmico segue a corrente sunita, salafista e jihadista do islamismo. Considera os xiitas infiéis e traidores, o que justifica seu assassinato. O Irã é predominantemente xiita.

A ação contra o Irã acontece no momento em que o Estado Islâmico está prestes a perder o controle de suas duas maiores cidades. A Batalha de Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, está no fim.
Ontem, as Forças Democráticas Sírias, uma milícia árabe-curda apoiada pelos EUA, invadiram Rakka, na Síria, a capital do califado proclamado pelo líder Abu Baker al Baghdadi, o Califa Ibrahim, em 29 de junho de 2014, depois da conquista de Mossul.

Sem Mossul e Rakka, será o fim do califado. O Estado Islâmico deixa de ser um protoestado e regride a grupo terrorista, o que não o torna menos perigoso, como mostram os recentes atentados na Europa.

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