sexta-feira, 5 de maio de 2017

Magreza excessiva de modelos vira crime na França

A exploração publicitária da magreza extrema de modelos passa a ser crime na França, com a publicação no Diário Oficial de duas emendas à Lei de Saúde Pública. O objetivo é combater a anorexia, especialmente entre meninas e mulheres jovens.

O retoque ou manipulação de fotos para emagrecer ou afinar a silhueta de manequins será punido com multa de até 37,5 mil euros, cerca de R$ 131 mil, a partir de 1º de outubro. A exploração da magreza excessiva será punida com penas de até seis meses de prisão e multa de até 75 mil euros (R$ 262 mil).

Daqui em diante, as agências de modelos terão de fornecer certificados assinados por médicos do trabalho atestando que suas contratadas (e contratados) não são excessivamente magras. O índice de massa corporal, calculado dividindo o peso em quilos pela altura em metros ao quadrado, não poderá ser inferior a 17, o que indicaria magreza extrema.

Em defesa da medida, o autor do projeto de certificação, deputado socialista Olivier Véran, citou o depoimento de uma modelo de 1,80m e 45kg que "estava faminta", mas "recebia elogios porque tinha perdido peso".

"A exposição de imagens manipuladas e não realistas do corpo provoca um sentimento de autodepreciação e queda na autoestima que pode ter um impacto sobre a saúde", declarou em nota o Ministério da Saúde.

"As duas emendas visam a agir sobre a imagem dos corpos na sociedade para evitar a promoção de ideias de beleza inatingíveis", acrescenta a nota. "O objetivo é também proteger a saúde de uma categoria profissional especialmente atingida por este risco: os manequins."

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