segunda-feira, 22 de maio de 2017

Irã acusa Trump de iranofobia

A República Islâmica do Irã reagiu hoje ao discurso do presidente Donald Trump em Riade, na Arábia Saudita, convocando 50 países de maioria muçulmana sunita a formar uma aliança antiterrorista com os Estados Unidos. 

Foi um "encontro teatral", ironizou o presidente reeleito, Hassan Rouhani, enquanto o Ministério do Interior do Irã acusava o presidente americano de "iranofobia", noticiou a televisão americana CNN.

"Você não pode resolver o problema do terrorismo simplesmente dando o dinheiro do povo a uma superpotência", declarou Rouhani hoje em entrevista em Teerã, referindo-se à compra de US$ 110 bilhões em armas dos EUA pela monarquia saudita.

Mais cedo, o porta-voz da chanceleria iraniana, Bahram Kassemi, criticou Washington por suas políticas, que descreveu como "belicismo, intervenção, iranofobia e venda de armas inúteis e perigosas aos maiores patrocinadores do terrorismo".

Em seu discurso, Trump acertou ao alertar os países muçulmanos sunitas que precisam combater o terrorismo para garantir um futuro de paz e prosperidade, mas culpou isoladamente o Irã por apoiar e fomentar o terrorismo no Oriente Médio.

"Desafortunadamente", lamentou o porta-voz iraniano, "estamos sob políticas agressivas e hostis do estadista americano, estamos assistindo a um renovado fortalecimento dos grupos terroristas na região e um erro de cálculo das ditaduras que apoiam estes grupos."

Embora o Irã apoie grupos como a milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e o Movimento de Resistância Islâmica (Hamas) palestino, a maior ameaça hoje vem do salafismo jihadista, que tem sua origem no wahabismo, a corrente do islamismo seguida e incentivada pela Arábia Saudita.

Desde que o embargo ao Ocidente multiplicou os preços do petróleo, em 1973, a monarquia saudita faz um proselitismo político para difundir sua corrente fundamentalista do Islã. Suspeita-se que muitos príncipes das monarquias petroleiras do Golfo Pérsico financiem grupos salafistas jihadistas como a rede terrorista Al Caeda e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

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