terça-feira, 2 de maio de 2017

Ex-primeiro-ministro Renzi volta a liderar centro-esquerda na Itália

Com mais de 70% dos votos na eleição primária do último domingo, o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi recuperou a liderança do Partido Democrático, de centro-esquerda, e vai disputar o direito de formar o novo governo da Itália nas próximas eleições parlamentares, que precisam ser realizadas até 20 de maio de 2018.

Renzi deixou o cargo em dezembro de 2016, depois de perder um referendo sobre reformas constitucionais. Tinha chegado lá numa disputa interna do partido, sem o aval do voto popular em eleições legislativas. Agora, vai em busca desta legitimidade.

Na eleição primária do PD, Renzi venceu o ministro da Justiça, Andrea Orlando, e o governador regional da Apúlia, Michele Emiliano. Seu maior adversário nas eleições gerais será o Movimento 5 Estrelas, do comediante Beppe Grillo.

A decisão de convocar eleições é do primeiro-ministro Paolo Gentiloni e do presidente Sergio Mattarella. Gentiloni pode renunciar antes disso para abrir o caminho para Renzi. Seria mais uma vez sem eleições e Renzi sofreria o desgaste do poder.

Três fatores podem acelerar a convocação de eleições na Itália: a aprovação da lei do orçamento, a cotação eleitoral do PD nas pesquisas e a reforma na lei eleitoral.

Como a orçamento deve impor novos sacrifícios para equilibrar as contas públicas e reduzir a dívida, interessa ao partido do governo realizar eleições antes da aprovação do orçamento. Uma alternativa é Gentiloni aprovar o orçamento enquanto Renzi prepara o partido para a campanha.

No momento, o PD e o M5E estão tecnicamente empatados, mas Renzi tem opções de coalizão enquanto o populista Beppe Grillo é por natureza isolacionista. Também pesa contra o fracasso do M5E na Prefeitura de Roma.

A lei eleitoral italiana foi declarada inconstitucional em janeiro. O Congresso deve aprovar uma nova legislação no fim de maio ou início de junho. Aí, definidas as regras, começa a batalha eleitoral.

O Congresso da Itália é formado por uma Câmara com 630 deputados e um Senado com 315 cadeiras.

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