terça-feira, 7 de março de 2017

Usbequistão liberta jornalista preso há 18 anos

Um dos jornalistas presos há mais tempo no mundo, Muhammad Bekjanov, foi solto no mês passado depois de ficar 18 anos na cadeia na ex-república soviética do Usbequistão, informou a organização não governamental de defesa da liberdade de imprensa Repórteres sem Fronteiras (RsF).

Bekjanov tem hoje 62 anos. Ele foi torturado repetidamente depois da prisão, em 1999, e deveria ter sido libertado em 2012, quando sua pena foi ampliada. Durante um ano, não poderá sair do país.

Como editor do Erk, o principal jornal de oposição usbeque, Bekjanov colocou em discussão temas considerados tabus como a situação da economia, o uso de trabalhos forçados na lavoura de algodão e a catástrofe ecológica do Mar Aral. Seu irmão, o poeta Muhammad Salikh, foi o único adversário do presidente Islam Karimov em 1991.

Karimov, no poder desde a era soviética, aproveitou uma série de ataques a bomba para calar a oposição, acusando-a de cumplicidade. Bekjanov e outros ativistas pela democracia foram presos e condenados. Ele pegou 15 anos de cadeia.

Dias antes da data em que deveria ser solto, a pena foi arbitrariamente aumentada em quatro anos e oito meses.

Em 2016, o Usbequistão ficou em 166º lugar entre 180 países no Índice de Liberdade de Imprensa dos RsF. Com a morte de Karimov, em agosto de 2016, alguns presos políticos foram soltos, mas ainda há jornalistas, ativistas dos direitos humanos, oposicionistas e líderes da sociedade civil presos injustamente.

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