quinta-feira, 30 de março de 2017

Trump e Xi se encontram em 6 e 7 de abril na Flórida

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, vai se reunir pela primeira vez em 6 e 7 de abril de 2017 no clube Mar-a-Lago, de propriedade de Trump, na Flórida. Será um diálogo difícil, depois das acusações de comércio desleal feitas durante a campanha eleitoral nos EUA e do contato direto de Trump com a presidente de Taiwan, num desafio à política de que só existe uma China.

Em fevereiro, o presidente americano recebeu o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, no mesmo lugar. O Japão é aliado dos EUA desde a derrota na Segunda Guerra Mundial, mas Abe está decepcionado com o abandono por Trump da Parceria Transpacífica, um acordo de comércio e investimentos negociado pelo governo Barack Obama.

Com a China, a conversa será muito mais carregada. Trump está determinado a renegociar as relações comerciais com os países que têm saldo positivo no comércio com os EUA. A maior saldo é o chinês. O presidente e sua equipe acusam a China de manipular o câmbio e desvalorizar o iuane para aumentar a competitividade das exportações chinesas.

No Mar do Sul da China, onde o regime comunista chinês constrói ilhas artificiais para instalar bases e garantir à força sua reivindicação de soberania sobre 90% da superfície, o secretário de Estado, Rex Tillerson, ameaça impor um bloqueio naval às bases chinesas para defender a livre navegação. Em visita à Coreia do Sul e ao Japão, o secretário da Defesa, James Mattis, falou em solução diplomática.

Outro problema sério é a chantagem nuclear da Coreia do Norte. Neste momento, há uma movimentação detectada por satélites em instalações atômicas norte-coreanas. Pode ser a preparação para o quinto teste nuclear do país.

Como a China é a maior aliada da ditadura stalinista de Pionguiangue, os EUA pressionam a China a controlar o regime sanguinário de Kim Jong Un, acusado de mandar matar o meioirmão Kim Jong Nam na Malásia. A China anunciou a suspensão da compra de carvão norte-coreano, mas os analistas não acreditam que Beijim pressione demais por temer o colapso do governo do país vizinho.

A questão nuclear norte-coreana é uma carta que a China tem na manga para negociar com os EUA. Mas a ameaça de um bombardeio nuclear levou Washington a instalar um sistema de defesa antimísseis na Coreia do Sul. O regime chinês vê uma desvantagem estratégica num possível conflito futuro com os americanos.

Em discurso no Fórum Econômico Mundial, em janeiro deste ano, o dirigente máximo chinês defendeu o livre comércio. O protecionismo de Trump assusta, mas a China tem grande poder de pressão. Várias empresas americanas têm fábricas na China.

As relações diplomáticas entre os EUA e a China estão praticamente congeladas desde dezembro, quando Trump quebrou uma tradição que vem desde o reatamento das relações entre os dois países, em 1979. Ele aceitou um telefonema de cumprimentos pela vitória da presidente Tsai Ing-wen, da Taiwan, que o regime comunista chinês considera uma província rebelde.

Trump insinuou ainda uma mudança nas relações com Taiwan, ameaçando ignorar a política de uma só China ou colocá-la em jogo em negociações comerciais. Beijim respondeu que essa política é inegociável.

A primeira conversa telefônica entre os dois homens mais poderosos do mundo aconteceu em 10 de fevereiro, 20 dias depois da posse de Trump. O presidente americano prometeu respeitar o princípio de que só existe uma China, representada pelo regime comunista de Beijim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oriente médio e extremo oriente estão muito quentes, resquícios do colonialismo e da guerra fria. fico imaginando quando essa quentura chegar a Africa, que tem restos de tudo.