sábado, 18 de março de 2017

Terrorista é morto em aeroporto de Paris

Um francês de origem árabe foi morto hoje no Terminal Sul do Aeroporto de Orly, perto de Paris, depois de tentar tomar a arma de uma militar que participa da Operação Sentinela, deflagrada depois dos atentados de 13 de novembro de 2015 na capital da França. A procuradoria está tratando o caso como terrorismo.

Ziyed Ben Belgacem, de 39 anos, avançou contra um grupo de quatro militares que patrulhava o setor de embarque do aeroporto e atacou a mulher. Ele ameaçou-a com uma pistola e a pegou pelo pescoço enquanto gritava "Alá é grande" antes de ser abatido, por volta das 8h30 (4h30 em Brasília).

Imediatamente, o aeroporto foi evacuado e ficou fechado até o início da tarde. Vários voos foram transferidos para o Aeroporto Charles de Gaulle, em Roissy, o maior que serve Paris.

A caminho do Aeroporto de Orly, pouco antes das sete da manhã, ele tinha furado uma barreira de segurança e ferido um policial com um tiro de pistola em Val-d'Oise, onde vivia no bairro popular de Garges-lès-Gonesse. Era um homem solitário. Os vizinhos não sabiam de suas passagens pela prisão.

Ele tinha ficha criminal por pequenos delitos comuns, como roubo e tráfico de drogas. Em 2001, foi condenado a cinco anos de cadeia por assalto a mão armada. Em 2009 foi condenado duas vezes, a três e cinco anos, por tráfico de drogas. No seu apartamento, a polícia encontrou uma pequena quantidade de cocaína.

Os primeiros sinais de extremismo muçulmano surgiram em 2011 e 2012, declarou o procurador da República em Paris, François Molins. Belgacem não estava na lista dos principais suspeitos de terrorismo, mas sua ficha justificou uma operação de busca depois da decretação do estado de emergência, em novembro de 2015. Ele não foi encontrado.

Hoje, em Orly, acrescentou o procurador de Paris, o terrorista estava "pronto para morrer por Alá" e para "matar". Molins o descreveu como "um indivíduo extremamente violento" com a intenção de cometer atos terroristas, determinado a "ir até o fim" em seu "processo destruidor".

A candidata da neonazista Frente Nacional à Presidência da França, Marine Le Pen, tentou ganhar pontos em cima do novo ato terrorista. Criticou o primeiro-ministro Bernard Cazeneuve, que disse que o estado de emergência pode ser suspenso.

"Nosso governo está ultrapassado, exaurido, paralisado como um coelho diante dos faróis de um carro", vociferou Martine, prometendo "restaurar a ordem no país" com prioridade ao combate ao terrorismo e à delinquência.

Cazeneuve respondeu que não era o momento de fazer política em torno de um episódio tão grave: "Embora um acontecimento grave pudesse ter ocorrido hoje de manhã em Orly, a Srª Le Pen exagerou" num momento de "risco extremamente elevado" em que, na sua opinião, os dirigentes políticos "devem mais do que nunca manter sua dignidade".

O candidato de centro-direta acossado por denúncias de corrupção, François Fillon, também tentou faturar em cima do terrorismo, estimando que a França está "numa situação quase de guerra civil, segundo expressão empregada pelo diretor-geral da segurança interna diante da comissão que investigou os atentados de 13 de novembro."

Le Pen, Fillon e o ex-ministro da Economia do governo socialista Emmanuel Macron lideram as pesquisas sobre o primeiro turno da eleição presidencial, marcado para 23 de abril. Com as acusações de que Fillon empregou mulher e filhos como funcionários-fantasmas do Senado, Macron é o favorito, já que todas as forças democráticas devem se unir contra a Frente Nacional no segundo turno, em 7 de maio.

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