quinta-feira, 23 de março de 2017

Partido Socialista cai para 5º lugar na eleição presidencial da França

Com o avanço de Jean-Luc Mélenchon, candidato da frente de esquerda França Insubmissa, a um mês do primeiro turno da eleição presidencial na França, o ex-ministro da Educação Benoît Hamon, candidato oficial do Partido Socialista, caiu para quinto lugar numa pesquisa de opinião realizada na terça-feira para a televisão BFMTV e a revista L'Express.

O líder na pesquisa sobre o primeiro turno, marcado para 23 de abril de 2017, é o ex-ministro da Economia do atual governo, Emmanuel Macron, considerado liberal demais dentro do PS, com avanço de 0,5 ponto percentual e 26% das preferências. 

Em segundo lugar, vem a chefe da neofascista Frente Nacional, Marine Le Pen, com queda de meio ponto percentual e 24,5%. Ela promete acabar com a "imigração legal e ilegal", e tirar a França da União Europeia.

Marine Le Pen se inspira nas vitórias do plebiscito sobre a saída do Reino Unido do bloco europeu e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Tem o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Um banco russo emprestou 8 milhões de euros a seu partido de ultradireita. É a maior ameaça nesta eleição.

Todos os partidos devem se unir contra Le Pen no segundo turno. Foi que aconteceu com seu pai, Jean-Marie Le Pen, quando ele superou o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, em 21 de abril de 2002, e foi para o segundo turno contra o presidente Jacques Chirac, vencedor no final por ampla margem.

De acordo com as pesquisas, Macron e Le Pen devem disputar o segundo turno, em 7 de maio, deixando de fora os grandes partidos que dominaram a 5ª República, o PS e o partido gaulista, herdeiro das ideias do general Charles de Gaulle, grande herói da Segunda Guerra Mundial e principal dirigente do país no pós-guerra, que hoje se chama Os Republicanos.

O candidato gaulista, o ex-primeiro-ministro François Fillon, era o favorito depois de ganhar a eleição primária do partido até a imprensa denunciar que ele empregou a mulher os filhos como funcionários-fantasmas do Senado. Apesar do escândalo e de estar sendo processado, Fillon se recusa a abandonar a candidatura. Está em queda e perdeu mais 0,5 ponto desde a pesquisa anterior. Tem 17%.

Mélenchon é o quarto, com um avanço de meio ponto e 13,5% do total, ultrapassando o socialista Hamon, que caiu 2 pontos para 11,5%, o pior resultado da história do PS.

Por causa de sua impopularidade, o presidente François Hollande desistiu de concorrer e o ex-primeiro-ministro Manuel Valls foi derrotado pela esquerda, que optou por Hamon. Mas cada vez mais os socialistas embarcam na candidatura Macron. O próprio presidente Hollande pediu outro dia a desistência de Fillon, numa clara jogada para beneficiar a candidatura de seu jovem ex-ministro.

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