sexta-feira, 31 de março de 2017

Ex-assessor de Trump pede imunidade para depor sobre Rússia

O ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca Michael Flynn, primeira grande baixa do governo Donald Trump, se ofereceu a depor no inquérito do FBI (polícia federal) e na Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos sobre um possível conluio entre a campanha de Trump e a Rússia, em troca de imunidade, revelou ontem o jornal The Wall Street Journal.

Em nota, o advogado de Flynn declarou que as negociações para uma delação premiada estão em andamento. Um dos mais ferozes assessores da campanha de Trump, o general da reserva chegou a dizer a respeito das investigações sobre o correio eletrônico de Hillary Clinton que quem pede imunidade está reconhecendo a culpa.

Antimuçulmano, Flynn considera o islamismo uma "ideologia assassina" e "não uma religião". Além de defender aproximação com a Rússia a pretexto de combater o extremismo muçulmano e a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ele esteve com o embaixador russo em Washington. Discutiu o fim das sanções impostas à Rússia por causa da intervenção militar na Ucrânia e mentiu ao dizer ao vice-presidente Mike Pence não ter feito isso.

Quando a conversa, gravada pelo serviço secreto, veio a público, Trump demitiu Flynn por "quebra de confiança".

A suspeita é que a Rússia tenha feito uma série de ataques cibernéticos para revelar segredos comprometedores de adversários de Trump, que desde o início da campanha manifestou simpatia pelo homem-forte do Kremlin e prometeu melhorar as relações bilaterais. Os principais alvos teriam sido a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e o Partido Democrata, mas os rivais republicanos de Trump também não teriam sido poupados.

Como observou ontem aqui no Rio de Janeiro o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, em seminário no Palácio do Itamaraty sobre o futuro do bloco europeu depois da saída britânica, há problemas estruturais que impedem uma aproximação real entre Rússia e EUA. Putin trabalha para minar a democracia liberal e dividir o Ocidente.

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