terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Ex-presidente Sarkozy será julgado por financiamento ilegal de campanha

Um juiz da França instaurou hoje um processo contra ex-presidente Nicolas Sarkozy e outras 13 pessoas por esconder US$ 20 milhões em gastos da sua campanha à reeleição, em 2012, noticiou a imprensa francesa.

Sarkozy rejeita a denúncia de que seu partido conspirou com a empresa de relações públicas Bygmalion para manipular as cifras e desrespeitar o limite legal de despesas numa campanha presidencial.

Na época, o partido Os Republicanos, de centro-direita, se chamava União por um Movimento Popular (UMP).

O ex-presidente tentou concorrer à eleição presidencial deste ano, mas ficou em terceiro lugar na eleição primária do partido. O vencedor foi o ex-primeiro-ministro François Fillon, que está sendo pressionado a desistir depois que o jornal semanal Canard Enchaîné revelou que sua mulher e seus filhos foram funcionários-fantasmas.

Este escândalo abala ainda mais a imagem dos partidos tradicionais e favorece a campanha da neofascista Marine Le Pen, que promete convocar um plebiscito para tirar a França da União Europeia e conta com o apoio dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin.

Extremamente impopular, o presidente socialista François Hollande decidiu não disputar a reeleição. Seu ex-primeiro-ministro Manuel Valls perdeu a eleição primária do PS para o ex-ministro da Educação Benoît Hamon, da ala mais esquerdista do partido. Sem argumentos para defender o atual governo, o candidato socialista parece condenado à derrota.

Quem desponta como alternativa à extrema direita é o ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, um ex-funcionário do mercado financeiro com uma visão econômica liberal. Sem chances de conquistar a candidatura socialista, Macron criou seu próprio movimento, Em Marcha, para levar adiante seu projeto. Sem um partido por trás, sua candidatura foi desprezada inicialmente.

No momento, as pesquisas apontam a vitória de Marine Le Pen no primeiro turno e sua derrota no segundo, seja qual for o rival. Com o escândalo envolvendo Fillon, que já liderou as pesquisas, Macron subiu para o segundo lugar.

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