terça-feira, 31 de maio de 2016

Índia cresceu 7,6% em um ano

Com forte aumento do consumo interno, a Índia cresceu 7,6% no ano fiscal encerrado em 31 de março de 2016. É o avanço mais forte em quatro anos e o maior entre as dez maiores economias do mundo.

No primeiro trimestre do ano, a Índia progrediu num ritmo que projeta uma expansão de 7,9% ao ano. Foi uma aceleração do crescimento em relação ao fim do ano passado, quando a taxa era de 7,2% ao ano. Em 2015, a Índia ultrapassou a China como a grande economia que mais cresce.

O crescimento foi mais forte no setor de serviços, como comércio, finanças e imobiliárias, há muito pilares do desenvolvimento da Índia, hoje a sétima economia do mundo em termos nominais, com produto interno bruto de mais de US$ 2 trilhões.

Com alta de 9,3% no ano fiscal, a indústria de transformação (manufatureira) teve desempenho muito melhor do que os 5,5% do ano fiscal anterior. O investimento externo direto foi de US$ 40 bilhões, um aumento de 29% em comparação como ano fiscal encerrado em 31 de março de 2015.

A agricultura cresceu apenas 1,2%, depois de registrar queda de 0,2% no ano fiscal anterior. Depois de dois anos de seca, o governo indiano espera muita chuva na temporada das monções que está começando para aumentar a produção da agricultura.

Presidente da Romênia apoia sistema de defesa antimísseis

O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, declarou hoje apoio ao sistema de defesa antimísseis que os Estados Unidos pretendem instalar na Europa, que a Rússia denuncia como uma agressão, noticiou a agência de notícias oficial russa Sputnik, porta-voz do Kremlin para questões internacionais.

Moscou alega que o sistema de defesa antimísseis daria aos EUA a capacidade de lançar um primeiro ataque nuclear em caso de guerra com a Rússia. Um comandante militar russo anunciou em 10 de maio que o país está desenvolvendo mísseis para furar o bloqueio.

Iohannis alegou que o complexo sistema destinado a identificar, rastrear a eliminar mísseis disparados contra a Europa não tem nada a ver com a Rússia, já que os países da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pretendem manter relações pacíficas com o gigantesco país vizinho.

O objetivo do escudo antimísseis seria evitar ataques de países como o Irã, que estão desenvolvendo tecnologia de mísseis.

Prefeita de Paris anuncia criação de campo de refugiados

Quem visitou Paris recentemente notou o grande número de refugiados pedindo ajuda e dormindo nas ruas da capital da França. Hoje a prefeita socialista Anne Hidalgo anunciou a criação de um centro para acolher refugiados "dentro de um mês a um mês e meio".

O campo de refugiados, explicou a prefeita, vai "abrigar pessoas que chegam sem recursos". A Prefeitura está "examinando diferentes locais para que, sem maior atraso, o mais rapidamente possível, possamos colocá-los à disposição".

Pelo menos 880 migrantes morreram afogados no mar Mediterrâneo na semana passada, revelou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

880 migrantes morreram na semana passada no Mediterrâneo

Pelo menos 880 migrantes morreram afogados na semana passada no Mar Mediterrâneo, anunciou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. O governo da Itália afirmou ter salvo ao menos 14 mil migrantes.

A agência da ONU chegou a este número depois de interrogar sobreviventes que saíram da Líbia tentando chegar à Itália, noticiou a televisão francesa.

"Os traficantes estão enchendo barcos que ma; têm condições de enfrentar o mar e em muitos casos não servem para enfrentar a travessia. Tão logo saem do porto, chamam os navios de resgate para resgatá-los", informou o porta-voz do ACNUR, Wiliam Spindler.

A maioria dos que saem da Líbia são migrantes econômicos da África e não refugiados das guerras no Oriente Médio, declarou o ministro do Exterior da Itália em entrevista à televisão americana CNN.

O total de mortos aumentou em 2016. Desde 1º de janeiro deste ano, houve pelo menos 2.510 mortes, superando os 1.855 do mesmo período no ano passado

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Latam suspende voos por causa da crise econômica na Venezuela

A Latam, maior empresa aérea da América Latina, formada pela fusão da LAN-Chile e da TAM, anunciou hoje a suspensão de seus voos para a Venezuela citando o "complexo cenário macroeconômico atual" do país ou a capacidade de obter dólares do governo para realizar transações internacionais.

Foi a segunda grande companhia aérea a tirar a Venezuela de suas rotas de voo em dois dias. No domingo, a empresa alemã Lufthansa havia feito o mesmo. A Air Canada, desde 2014, e a Alitalia também não operam mais no país.

Com o fracasso do "socialismo do século 21" implantado pelo falecido caudilho Hugo Chávez e a queda nos preços internacionais do petróleo nos últimos dois anos, a Venezuela enfrenta a pior crise econômica de sua história.

O país com as maiores reservas mundiais de petróleo vive horas e horas sem energia elétrica. Grande exportador de petróleo, não tem dinheiro para comprar papel higiênico. A maior indústria de alimentos venezuelana, a Polar, parou de fabricar cervejas por falta de matérias-primas. Nos últimos dias, a Coca-Cola ameaçou parar por falta de açúcar.

A inflação vai a 720% neste ano, previu o Fundo Monetário Internacional. A economia deve cair 20% em três anos. O desabastecimento é generalizado. Pacientes morrem em hospitais por falta de energia e medicamentos. O índice de homicídios é o segundo maior do mundo fora de zonas de guerra, depois de Honduras.

Enquanto tenta impedir a convocação de um referendo para revogar seu mandato, o presidente Nicolás Maduro acusa inimigos internos e externos da "revolução bolivarista" pela catástrofe produzida pelo regime chavista.

Ex-ditador pega prisão perpétua por crimes contra humanidade

O ex-ditador do Chade Hissène Habré foi condenado hoje por um tribunal especial apoiado pela União Africana instalado no Senegal por crimes contra a humanidade, inclusive escravidão sexual e o assassinato de 40 mil pessoas durante seu governo, de 1982 a 1990.

"Este é um dia histórico para o Chade e para a África, declarou Yamassum Konar, representante de um grupo de vítimas, à televisão pública britânica BBC. "Pela primeira vez um chefe de Estado africano é condenado em outro país. É uma lição para todos os ditadores da África."

A União Africana se opôs ao julgamento de líderes africanos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), acusado de ser um tribunal para punir governantes de países da periferia. É a favor de um tribunal africano para julgar os africanos.

Habré tomou o poder num golpe militar em 7 de junho de 1982 e foi deposto em outro, pelo coronel Idriss Déby, em 1º de dezembro de 1990. Por sua brutalidade, ficou conhecido como o "Pinochet africano", referência ao ditador do Chile de 1973 a 1990.

Crescimento da França no início do ano é revisado para cima

A França cresceu 0,6% no primeiro trimestre de 2016, em vez do 0,5% da estimativa inicial, anunciou hoje o Insee (Instituto de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos). A maior revisão foi no consumo doméstico, que passou de 0 para 1%.

Outro fator positivo foi a retomada dos investimentos das empresas, que aumentaram 1,6% no trimestre. No setor de energia, a revisão aponta uma aceleração de 0,1% para 1%. O avanço da construção civil passou de 0,4% para 0,5%, enquanto o crescimento da indústria manufatureira se desacelerou de 0,7% para 0,1%.

No momento, a França enfrenta uma onda de greves e protestos lideradas pelas centrais sindicais contra a aprovação da uma reforma trabalhista que facilita demissões e toma outras medidas para flexibilizar o mercado de trabalho e reduzir o desemprego.

O primeiro-ministro socialista Manuel Valls usou um dispositivo excepcional da Constituição da França para aprovar a medida sem passar por uma votação na Assembleia Nacional. Dentro do próprio Partido Socialista, a reforma trabalhista sofre várias críticas.

Com os petroleiros em greve, várias refinarias estão paradas e muitos postos de abastecimento estão sem combustíveis. Os ferroviários e aeroviários também ameaçam entrar em greve a menos de duas semanas do início da Euro 2016, a copa da Europa de futebol.

Exército do Iraque lança assalto final a Faluja

Depois de tomar as vilas nos arredores da cidade, o Exército do Iraque e aliados lançaram hoje o assalto final contra Faluja, que está em poder da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante desde janeiro de 2014, informou a televisão pública britânica BBC.

A ofensiva para retomar Faluja foi lançada há uma semana. As forças de segurança, inclusive membros da unidade antiterrorismo, avançam sobre Faluja por diversas frentes e já se infiltram no perímetro urbano.

Os milicianos do Estado Islâmico resistem com atentados suicidas e carros-bomba. Até agora, a luta se concentra nas defesas externas ao perímetro urbano. Líderes de milícias aliadas ao governo central de Bagdá disseram que é provável que haja uma pausa antes do ataque final ao centro da cidade para permitir a fuga da população civil.

Num alerta aos civis, o Exército do Iraque fez um apelo a que saiam da cidade ou se refugiem nas suas casas. O Estado Islâmico tenta impedir a fuga de civis, que usa como escudos humanos.

Se Faluja, onde os Estados Unidos travaram em 2004 duas das mais violentas batalhas da invasão do Iraque, cair, restará Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, em poder do Estado Islâmico. Os EUA calculam que a mílicia tenha perdido 20% dos territórios que tomou na Síria e 40% no Iraque.

Merkel e Hollande defendem Europa no aniversário de batalha histórica

Durante cerimônia para marcar o centésimo aniversário da Batalha de Verdun, na Primeira Guerra Mundial, o presidente da França, François Hollande, e a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, destacaram ontem a importância da União Europeia para a superação dos nacionalismos e a paz no continente depois de uma longa história de guerras.

Em dez meses de combates, 700 mil franceses e alemães foram mortos. No fim, a França venceu. Mas hoje Verdun é um símbolo da reconciliação franco-alemã depois de três guerras, a Guerra Franco-Prussiana (1870-71) e as duas guerras mundiais.

Os dois países são o eixo central do projeto de integração da Europa e no momento lutam contra a ascensão da extrema direita e os riscos de fragmentação da União Europeia.

A Batalha de Verdun durou de 21 de fevereiro a 20 de dezembro de 1916. Quando terminou, a França tinha reconquistado quase todos os territórios perdidos na ofensiva da Alemanha.

O objetivo era pressionar a França e o Reino Unido a aceitar a paz nos termos da Alemanha. Não deu certo. A Alemanha teve de mobilizar mais divisões e a ofensiva fracassou.

domingo, 29 de maio de 2016

Milícias do governo da Líbia cercam Estado Islâmico em Sirte

Forças leais ao governo de união da Líbia apoiado pelas Nações Unidas estão a 15 quilômetros do centro de Sirte e planejam cercar a cidade natal do falecido ditador Muamar Kadafi, hoje a principal base no país da milícia jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

São milícias da cidade de Missurata, no Oeste da Líbia, que abandonaram Sirte no verão passado no Hemisfério Norte permitindo ao Estado Islâmico assumir o controle total da cidade.

No início de maio, os milicianos do Estado Islâmico avançaram em direção a Missurata, a noroeste de Sirte, tomando vilas e postos militares até serem obrigados a recuar diante da contraofensiva inimiga.

Cerca de 75 combatentes das milícias de Missurata foram mortos e outros 350 feridos neste mês de maio. Embora haja comandos de operações especiais da Europa e dos Estados Unidos no terreno na Líbia, o porta-voz das forças governistas declarou não ter recebido nenhuma ajuda internacional direta.

Milícias do Leste do país que enfrentaram as milícias de Missurata no passado e não aderiram ao governo de união nacional reconhecido internacionalmente anunciaram a intenção de tomar Sirte, provocando temor de reinício da guerra civil.

A Líbia viva em estado de anarquia com milícias rivais disputando o poder desde a queda do ditador Muamar Kadafi, em agosto de 2011, numa revolta popular apoiada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Rebeldes apoiados pela Rússia matam cinco soldados da Ucrânia

Nas últimas 24 horas, os rebeldes apoiados pela Rússia mataram cinco soldados do Exército da Ucrânia e feriram outros quatro nas províncias separatistas do Leste do país, afirmou um porta-voz militar ucraniano citado pela agência Reuters. Outros sete soldados da Ucrânia haviam sido mortos em 24 de maio.

O atual foco dos combates é cidade de Avdiikva, controlada pelo governo, que fica ao norte da cidade de Donetsk, dominada pelos rebeldes. Eles usaram armas leves e artilharia pesada, inclusive mosteiros.

A Rússia fomentou uma rebelião na Ucrânia depois da revolução da Praça Maidan, em Kiev. Uma onda de protestos de novembro de 2013 a fevereiro de 2014 derrubou o presidente Viktor Yanukovich, que sob pressão do Kremlin, havia rejeitado um acordo de associação com a União Europeia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou um golpe de Estado e anexou em 17 de março de 2014 a península da Crimeia, uma região da Ucrânia de maioria russa onde fica a base naval da Frota do Mar Negro, que forneceu os soldados necessários.

Em abril daquele ano, começou a rebelião da população étnica e linguisticamente russa do Leste da Ucrânia. Um cessar-fogo anunciado em fevereiro de 2015 reduziu as hostilidades, mas não acabou com a guerra civil que causou mais de 7 mil mortes desde abril de 2014.

O reinício dos combates acontece no momento em que a UE decide se mantém as sanções econômicas impostas à Rússia junto com os EUA em resposta contra a intervenção militar russa na ex-república soviética da Ucrânia, que Moscou considera sua área de influência.

Curdos lançam ofensiva contra o Estado Islâmico perto de Mossul

Cerca de 5,5 mil guerrilheiros curdos iniciaram uma nova ofensiva hoje no Norte do Iraque para retomar vilas a leste à cidade de Mossul dominadas pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, informou a agência Reuters.

Num sinal de envolvimento crescente com as operações terrestres contra o Estado Islâmico, soldados da aliança liderada pelos Estados Unidos foram visto perto da linha de frente.

Mossul, que está na origem da palavra muçulmano, é a segunda maior cidade do Iraque e a maior em poder do Estado Islâmico. Foi tomada há dois anos, em 10 de junho de 2014.

O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, espera reconquistar Mossul ainda em 2016, mas o comando militar americano não compartilha este otimismo. Os recentes protestos em Bagdá do aiatolá xiita Muktada al-Sader enfraqueceram a coalizão de governo, abalando a união necessária na luta contra os extremistas sunitas.

Enquanto isso, o Exército do Iraque e milícias aliadas, com o apoio da coalizão aérea liderada pelos EUA, está fechando o cerco sobre a cidade de Faluja, iniciado em 23 de maio, noticiou hoje a televisão estatal. Quando o cerco estiver fechado, forças antiterroristas devem desfechar ataques dentro da cidade.

sábado, 28 de maio de 2016

Vingadores do Delta do Níger atacam mais um oleoduto na Nigéria

Em sua campanha de sabotagem à indústria do petróleo da Nigéria, o grupo rebelde Vingadores do Delta do Níger atacou um ramo do oleoduto Nembe, operado pela empresa italiana ENI, confirmou hoje o governo do estado de Bayelsa.

Depois de três meses de ações do grupo, a produção de petróleo da Nigéria caiu ao menor nível em duas décadas. O novo grupo guerrilheiro revela coragem e ousadia, observa a empresa de consultoria e análise estratégica Stratfor. Seus ataques são bem planejados e atingem alvos estratégicos.

Durante dez anos, de 2004 a 2014, o Movimento pela Emancipação do Delta do Nilo fez ações armadas na principal região produtora de petróleo do país. Declarou uma trégua durante o governo de Goodluck Jonathan, um sulista, enquanto crescia no Norte da Nigéria a rebelião muçulmana da milícia terrorista Boko Haram.

Sulista e cristão, Jonathan não teria poder para derrotar o Boko Haram. Agora que o presidente Muhammadu Buhari, um muçulmano nortista, completa um ano no poder com avanços na guerra contra a milícia jihadista, um novo desafio surge no Sul para assinalar a divisão da Nigéria.

ELN liberta três jornalistas na Colômbia

Três repórteres detidos pelo Exército de Libertação Nacional (ELN) no departamento do Norte de Santander, na Colômbia, foram libertados hoje, informou a agência Reuters. 

Na véspera, o presidente Juan Manuel Santos advertiu que as negociações com o segundo maior grupo guerrilheiro colombiano não começariam antes de todos os reféns serem libertados.

O ELN declarou que deteve a jornalista espanhola Salud Hernández Mora durante seis dias por "rotina de segurança". Quatro dias depois, sequestrou também os jornalistas colombianos Diego D'Pablo e Carlos Melo, da rede de rádio e televisão RCN.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) estão em fase final de negociações com o governo colombiano em Havana, a capital de Cuba. O presidente Santos tem a preocupação de fazer um acordo de paz também com o ELN para evitar que guerrilheiros desmobilizados pelas FARC se unam ao outro grupo.

De qualquer forma, como em outros processos de paz, é provável que muitos ex-rebeldes não se adaptem à vida civil e entrem para o crime organizado, o contrabando e o tráfico de drogas e recursos naturais.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Bombardeio aéreo mata comandante do Estado Islâmico em Faluja

Um ataque da coalizão aérea liderada pelos Estados Unidos matou o comandante da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante na cidade de Faluja, alvo de uma ofensiva do Exército do Iraque, revelou um porta-voz militar americano.

O porta-voz do Pentágono afirmou que Maher al-Balawi foi alvejado dois dias atrás, mas não revelou o local exato.

As forças do governo do Iraque e milícia aliadas lançaram em 23 de maio de 2016, com a cobertura da Força Aérea dos EUA, uma operação para reconquistar Faluja, que está em poder do Estado Islâmico desde janeiro de 2014. A cidade foi palco de duas violentas batalhas dos EUA contra a rede terrorista Al Caeda no Iraque em 2004.

Obama faz visita histórica a Hiroxima

Barack Obama se tornou hoje o primeiro presidente dos Estados Unidos no exercício do cargo a visitar Hiroxima, a cidade do Japão atacada com uma bomba atômica em 6 de agosto de 1945, no primeiro bombardeio nuclear da história, no fim da Segunda Guerra Mundial.

Em discurso no Parque da Paz, Obama defendeu um mundo sem armas nucleares, o que parece mais um sonho do que uma possibilidade real: "Há 71 a morte desceu do céu e mudou o mundo", disse o presidente americano.

Mais de 80 mil pessoas morreram na hora e um total de 140 mil em poucos dias. Em 9 de agosto, os americanos jogaram outra bomba atômica, em Nagasaque, matando mais 60 mil pessoas. Com os efeitos de longo prazo da radiação, o total de mortos nos dois ataques passa de 300 mil.

O Japão se rendeu em 15 de agosto e se tornou aliado dos EUA, que se comprometeram a garantir a segurança do país. Desde a invenção da bomba atômica, não houve mais guerras entre as grandes potências.

EUA cresceram mais do estimado anteriormente no primeiro trimestre

O crescimento do produto interno bruto dos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2016 foi revisado de 0,5% ao ano para 0,8% ao ano, um pouco abaixo da expectativa do mercado financeiro, que era de 0,9%.

Ainda ficou abaixo do 1,4% ao ano do fim de 2015 e dos 3,9% do segundo trimestre do ano passado. Vários indicadores apontam uma aceleração ao crescimento no segundo trimestre deste ano. Isso leva o mercado a acreditar em novo aumento das taxas básicas de juros na reunião de junho do Comitê de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed).

O consumo doméstico permaneceu inalterado em 1,9%, mas a queda nos investimentos, causada principalmente pela redução nos preços do petróleo, foi menor, de 2,6%, em vez dos 3,5% da estimativa anterior.

No segundo trimestre de 2016, a delegacia regional do banco central americano com sede em Atlanta, na Geórgia, prevê uma alta de 2,9% ao ano no PIB dos EUA.

Os investidores aguardavam um pronunciamento da presidente do Fed, Janet Yellen, hoje na Universidade de Harvard, em Cambridge, no estado de Massachusetts para reexaminar suas apostas sobre alta nos juros. Ela considerou "provável" uma alta de juros nos próximos meses.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Protesto contra presidente do Congo tem dois mortos

A polícia da República Democrática do Congo entrou em choque hoje na capital, Kinshasa, e na cidade de Goma, no Leste do país, onde a polícia usou gás lacrimogênio, uma policial apedrejada e um manifestante morreram. 

Os manifestantes protestavam contra a intenção do presidente Joseph Kabila de continuar no poder depois do fim de seu segundo mandato, em dezembro de 2016, noticiou a televisão pública britânica BBC

Kabila apela para todos os meios para ficar no cargo. Tenta aprovar uma reforma constitucional para acabar com os limites à reeleição presidencial. Neste mês, obteve uma decisão favorável do Supremo Tribunal do Congo para continuar governando se não houver eleições.

Para colaborar com suas intenções, a Comissão Nacional Eleitoral divulgou estudo sobre os problemas logísticos e orçamentários para organizar as eleições previstas para novembro de 2016.

Joseph Kabila herdou o poder de seu pai, Laurent Kabila, um veterano guerrilheiro que lutou ao lado de Ernesto Che Guevara no Congo nos anos 1960s.

Em 1997, depois de ficar 30 anos refugiado nas Montanhas da Lua, no Centro da África, Laurent Kabila marchou sobre Kinshasa e derrubou o ditador Joseph Mobutu, envolvido no assassinato em 1961 do líder da independência do Congo, Patrice Lumumba, um dos grandes heróis da luta anticolonialista no continente.

Mobutu estava no poder desde 1965 e tinha mudado o nome do país para Zaire. Kabila restaurou o antigo nome acrescentando a expressão "república democrática", usada pelos regimes comunistas durante a Guerra Fria.

Marinha de Israel entra em alerta contra Estado Islâmico

A Marinha de Israel entrou em estado de alerta máxima contra possíveis ataques da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante na cidade de Eilat, no Sul do país, um importante porto no Mar Vermelho próximo à fronteira com o Egito.

Eilat fica perto da Península do Sinai, onde atua a Província do Sinai do Estado Islâmico, um grupo aliado à organização terrorista que ocupa parte do Iraque e da Síria, onde está sob ataque em várias frentes.

O Exército do Egito tem intensificado as operações contra o grupo, mas ele ainda representa a maior ameaça à estabilidade na área. Desde o golpe militar de 3 de julho de 2013 contra o governo da Irmandade Muçulmana, o Egito retomou a cooperação com Israel no combate e troca de informações sobre grupos terroristas, especialmente no Sinai.

Petróleo passa de US$ 50 pela primeira vez em 2016

O barril de petróleo do tipo Brent, do Mar do Norte, padrão da Bolsa de Mercadorias de Londres, foi vendido a US$ 50,08 na manhã de hoje, superando pela primeira vez neste ano a barreira dos US$ 50. É a maior cotação desde novembro de 2015.

Com a redução nos estoques dos Estados Unidos maior do que se esperava, os preços internacionais do petróleo subiram. Podem continuar em alta. O colapso em até 70% nos preços desde junho de 2014 reduziu o investimento e a produção no setor.

A Agência Internacional de Energia, dominada pelos países consumidores, prevê uma "redução dramática" na oferta no segundo semestre em meio a um aumento da demanda. Isto pressionaria os preços para cima.

Mas há um excesso de oferta na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um aumento na produção do Iraque, a volta do Irã ao mercado. No início da semana, o regime iraniano declarou não ter a intenção de congelar a produção.

A produção do Canadá era de 1 milhão de barris por dia a menos por causa do incêndio florestal no estado de Alberta, grande produtor, que agora já está superado.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Iraque anuncia avanços na nova batalha de Faluja

O Exército do Iraque e milícias aliadas avançaram hoje na luta para reconquistar a cidade de Faluja, na província de Ambar, que está em poder da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, anunciaram políticos e militares iraquianos citados pelo jornal digital curdo Rudaw.

As forças governamentais afirmaram ter feito uma varredura em mais de 16 áreas ao redor de Faluja e penetrado em alguns setores da periferia da cidade.

Pelo menos 163 jihadistas, 15 civis e 35 homens das forças de segurança iraquianas foram mortos nesta nova batalha por Faluja, a cidade onde quatro seguranças privados dos Estados Unidos foram mortos e arrastados pelas ruas em 31 de março de 2004, deflagrando uma feroz batalha em que morreram 600 iraquianos.

Um comandante da Polícia Federal do Iraque, Shakir Jawdat, declarou que 22 carros-bomba e 168 explosivos armados pelo Estado Islâmico foram desativados. Uma força policial treinada internacionalmente entrou em alguns bairros da cidade pelo oeste para pressionar os militantes em dois pontos.

Outra tática usada pelo governo iraquiano foi alagar partes da zona sul de Faluja para desativar bombas e minas colocadas pelo Estado Islâmico para impedir o avanço inimigo.

Exército do Quênia mata 21 jihadistas na Somália

O Exército do Quênia, parte de uma força internacional da União Africana em missão de paz autorizada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, matou pelo menos 21 rebeldes da milícia terrorista Al Chababe (A Juventude), noticiou a agência Reuters.

O confronto ocorreu no Oeste da Somália perto da fronteira com o Quênia, no Nordeste da África. Um porta-voz da milícia extremista muçulmana ligada à rede terrorista Al Caeda alegou ter matado cinco soldados quenianos e ferido outros oito. O Exército do Quênia nega ter sofrido baixas.

Apesar da intervenção internacional em apoio ao governo provisório, a Somália vive em clima de anarquia e guerra civil desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, no fim da Guerra Fria.

Milícia quer trocar armas por cargos na República Centro-Africana

A milícia rebelde Séléka aceita entregar as armas em troca de participação no governo da República Centro-Africana, reportou hoje a agência de notícias Bloomberg citando como fonte um comandante do grupo.

A proposta foi apresentada a repórteres em Bangui, a capital do país, por Abdoulaye Hissene, um comandante da Séléka que fugiu da cadeia em março de 2016.

Também em março, a França anunciou o fim da intervenção militar iniciada em dezembro de 2013 para conter a violência generalizada entre cristãos e muçulmanos, que ameaçava provocar uma guerra civil na RCA.

O líder da Séléka, Michel Djotodia, chegou a presidir o país de março de 2013 a janeiro de 2014.

França mobiliza 90 mil para segurança da Euro 2016

Mais de 90 mil soldados, policiais e agentes privados da França vão participar da segurança da Euro 2016, a copa da Europa de seleções, que começa em 10 de junho, anunciou hoje o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, noticiou hoje a agência Reuters.

A preocupação aumentou desde os atentados terroristas em Paris e contra o Estádio da França, na cidade-satélite de Saint-Denis, em 13 de novembro de 2015, quando houve explosões ao redor do estádio, onde o presidente François Hollande assistia a um amistoso entre França e Alemanha e foi retirado rapidamente pelo serviço secreto.

Cerca de 2,5 milhões de torcedores devem assistir aos 51 jogos programados para 10 estádios da França, um sério desafio às autoridades do país, que desde novembro está em estado de emergência para combater o terrorismo dos extremistas muçulmanos.

Mais de 10 mil suspeitos estão na lista das autoridades francesas. Com a entrada no país de torcedores estrangeiros, a ameaça é ainda maior. Ao atacar o Estádio de França, a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante rompeu uma nova barreira. A rede terrorista Al Caeda, sua predecessora, não atacava eventos esportivos.

Com milhões de pessoas acompanhando os jogos em telões nas chamadas zonas para fãs, a Euro 2016 será uma das competições mais difíceis de policiar, adverte a empresa de consultoria e análise estratégica americana Stratfor.

A ameaça se estende à Olimpíada do Rio de Janeiro. O Brasil não é alvo, mas várias delegações e até mesmo torcidas estrangeiras podem ser. Os terroristas sempre buscam alvos fáceis e multidões são vulneráveis.

Talebã nomeiam novo líder e dois subcomandantes

Depois de confirmar a morte do mulá Akhtar Mansur, a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes) do Afeganistão anunciou hoje Maulavi Haibatullah Akhunzada como novo líder, noticiou a agência Reuters.

Foram nomeados subcomandantes o comandante da rede Haqqani, Sirajuddin Haqqani, e o mulá Mohamed Yacub, filho do fundador dos Talebã, o mulá Mohamed Omar.

A morte de Mansur, num ataque de drones dos Estados Unidos em 21 de maio foi um duro golpe na milícia dos Talebã. Ela governou o Afeganistão de 1996 até uma invasão americana, em outubro de 2001, para punir a rede terrorista Al Caeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro, que tinha sua bases no país, sob a proteção do emirado fundamentalista muçulmano.

A Guerra do Afeganistão é a mais longa da história dos EUA. Ao matar o líder da milícia, os americanos enterram a possibilidade de negociações. A morte dos líderes não costuma significar o fim dos grupos terroristas. Outros logo ocupam seu lugar.

Nos EUA, há uma pressão sobre o presidente Barack Obama para intensificar os bombardeios aéreos aos talebã na expectativa de continuar golpeando o grupo abalado pela morte do líder para enfraquecer os rebeles, que aproveitam o verão para fazer sua guerra de guerrilha.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Brasil precisa negociar com mundo inteiro sem discriminação

A proposta do novo ministro das Relações Exteriores, senador José Serra, de dar mais destaque ao Itamaraty e usar a política externa para ampliar as relações econômicas do país foi tema de matéria do jornal  O Globo de 22 de maio de 2016 em que fui citado. Abaixo, outras considerações além do que foi publicado.

Em princípio, é uma boa ideia um ministro do Exterior que não seja diplomata de carreira por causa do corporativismo do Itamaraty, mas Serra não é lá muito diplomático.

Foi correta a resposta pronta aos governos latino-americanos que denunciam golpe no Brasil, mas conceder passaporte diplomático a um pastor evangélico num Estado laico é um erro. Sou a favor de taxar as religiões e não de fazer concessões eleitoreiras.

É importante retomar as relações com as grandes potências democráticas, falo de EUA, Europa, Canadá, Japão e Austrália. Temos em comum a defesa da democracia liberal e dos direitos humanos. Devemos rejeitar atitudes colonialistas, mas não hostilizar EUA e Europa como potências imperiais como fazia o PT.

A Guerra Fria acabou. No mundo globalizado, é preciso negociar soberanamente com o mundo todo.

O grupo BRICS me parece mais um instrumento de política externa da China, com quem precisamos manter boas relações por causa da importância econômica, mas China e Rússia são defensoras de um autoritarismo que não interessa a países verdadeiramente democráticos. De acordo com a Constituição, os direitos humanos são um pilar importante da política externa brasileira.

A cooperação econômica é importante, mas a aliança política com qualquer potência não pode ser automática. Não pode haver alinhamento automático nem com China nem com EUA e o maior desafio será sempre negociar com as superpotências.

Precisamos de uma política externa independente, soberana e flexível. O Brasil é um ator global e precisa continuar sendo.

Serra sempre foi contra o Mercosul, o que me parece um equívoco. Sob a orientação do embaixador Rubens Ricupero, reconhece a importância do bloco na arquitetura da política externa brasileira, que desde a redemocratização reconhece a importância da região, especialmente da América do Sul.

Seria importante resgatar a proposta original do bloco, o regionalismo aberto, onde um grupo de países que se une para ter voz mais forte e maior poder de barganha em negociações e foros internacionais. A Venezuela de Maduro atrapalha, mas de que servem Mercosul, Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), se não forem capazes de negociar uma transição pacífica na Venezuela?

É o problema mais urgente no nosso entorno. Do jeito que vai, o derramento de sangue parece inevitável. O governo Dilma Rousseff estava muito mais qualificado para fazer isso por causa da identidade ideológica. Perdeu a oportunidade pelo desinteresse de Dilma com a política externa.

A política externa é uma política de Estado, que requer continuidade. Dilma esvaziou o Itamaraty, que hoje tem excesso de terceiros-secretários porque sob Lula o Rio Branco admitia cem pessoas por ano e Dilma teria reduzido para 20. Dilma desmontou o árduo trabalho de Celso Amorim para aumentar a internacionalização do Brasil.

Em seu estilo pouco diplomático, Serra mandou fazer logo uma análise de custos com o objetivo evidente de fechar embaixadas. Todo orçamento tem limite, mas fechar as portas é dar um tapa na cara de países com que o Brasil tentou reforçar os laços.

Imagino que o continente mais afetado seja a África, onde Lula estabeleceu “amizades” com ditadores sanguinários como Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial, e Denis Sassou-Nguesso, do Congo (ex-Francês). Não dá para ignorar graves violações dos direitos humanos enquanto se faz negócios, mas se pode usar a influência para tentar melhorar a situação ao contrário do que faz a China, que ignora tudo em nome da soberania nacional.

A África é o próximo continente que pode sofrer um crescimento acelerado, até mesmo por partir de um nível muito baixo. O Brasil, como segundo maior país africano do mundo em população, deve participar deste processo.

Se olharmos um mapa da África à noite, veremos uma escuridão quase total. O ex-ministro francês Jean-Louis Borloo lançou a proposta de um Plano Marshall para a eletrificação do continente, Energias para a África. Com energia e mão de obra barata, pode ser um salto no desenvolvimento africano. O Brasil deveria se associar a este projeto. 

Obama suspende embargo ao Vietnã e critica China

Um dia depois de suspender o embargo à venda de armas ao Vietnã que vinha desde a guerra entre os dois países, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e criticou a China, afirmando que as grandes potências não podem pressionar os países menores.

O regime comunista chinês disputa águas territoriais com vários países vizinhos, com Brunei, as Filipinas, o Japão, a Malásia, Taiwan e o Vietnã. Obama levantou o embargo pensando na indústria de armas. Hoje, 82% das importações de armas e equipamentos militares vietnamitas vêm da Rússia.

Ao suspender o embargo, o presidente tenta normalizar as relações do país com mais um ex-inimigo, a exemplo do que fez com o Irã e Cuba. Essas reaproximações são parte do legado histórico de Obama.

Mais de 58 mil americanos e  pelo menos 1 milhão de vietnamitas foram mortos na Guerra do Vietnã (1964-75).

Curdos atacam Rakka com apoio dos EUA

As Forças Democráticas Sírias, um grupo guerrilheiro curdo apoiado pelos Estados Unidos, lançaram uma ofensiva contra a cidade de Rakka, capital do autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, no Norte do Síria, noticiou a televisão americana CBS.

O ataque começa depois de uma visita à região, em 21 de maio, do chefe do Comando Central das Forças Armadas dos EUA, general Joseph Votel, responsável pelas operações militares americanas no Oriente Médio.

Um comandante das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) anunciou que o objetivo da operação é "limpar" a área e ocupar posições ao norte de Rakka para preparar o assalto final à cidade.

O ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, prometeu coordenar as ações com os EUA e os curdos para evitar que os inimigos do Estado Islâmico acabem atingindo outras forças em luta contra a milícia terrorista.

Exército do Iraque lança operação para retomar Faluja

Com a cobertura aérea dos Estados Unidos e aliados, o Exército do Iraque e milícias aliadas lançaram ontem uma operação para reconquistar a cidade de Faluja, último bastião da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante na província de Ambar, em poder dos jihadistas desde janeiro de 2014.

O ataque será em três frentes: noroeste, sudoeste e sudeste, revelou Karim al-Nuri, porta-voz da operação, em entrevista telefônica ao jornal digital Al Monitor: "A resistência não tem forte como esperávamos. Até agora, eles recorreram a atentados suicidas, carros-bomba e franco-atiradores.""

Faluja foi cenário de duas batalhas épicas em 2004 durante a ocupação do Iraque pelos EUA. Depois da morte de quatro funcionários americanos terceirizados de uma empresa de segurança, em 31 de março daquele ano, quando eles foram arrastados pelas ruas, os EUA atacaram a cidade e mataram cerca de 600 iraquianos.

Na Segunda Batalha de Faluja, em novembro e dezembro de 2004, 95 soldados americanos, 11 iraquianos e três britânicos foram mortos, além de mais de 1.350 rebeldes e cerca de 800 civis iraquianos.

O inimigo, na época, era a rede terrorista Al Caeda no Iraque, que se transformou no Estado Islâmico do Iraque e, com a guerra civil na vizinha Síria, no Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Ao mesmo tempo, na Síria, guerrilheiros curdos iniciaram uma ofensiva contra Rakka, a capital do Estado Islâmico, que ontem apelou para o terrorismo, matando mais de 140 pessoas em duas cidades costeiras dominadas pela ditadura de Bachar Assad onde praticamente não houvera conflitos desde o começa da guerra civil, em março de 2011.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Estado Islâmico mata mais de 120 em redutos do governo da Síria

Uma onda de atentados a bomba reivindicados pela milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante matou mais de cem pessoas nas cidades de Jableh e Tartus, no litoral da Síria, tradicionais redutos do regime presidido por Bachar Assad, informou a Agência France Presse (AFP) citando como fonte o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Sete bombas explodiram nas cidades onde a minoria alauíta, ligada à ditadura de Assad, é maioria e que até agora tinham sido poupadas da guerra civil da Síria.

Em Tartus, one a Rússia tem sua única base naval no Mar Mediterrâneo, os terroristas atacaram uma estação rodoviária matando cerca de 50 pessoas. Também foi um ataque à intervenção militar russa na guerra civil síria, iniciada em 30 de setembro de 2015.

Quase ao mesmo tempo outras bombas mataram 73 pessoas numa estação rodoviária e num hospital de Jableh, uma cidade histórica que foi parte do Principado de Antioquia, um dos reinos cruzados, até ser capturada pelo sultão Saladino na Terceira Cruzada, em 1189.

Depois de anos de um conflito desastroso com total de mortos estimado entre 250 e 400 mil, os alauítas de Tartus sentem a violência da guerra civil síria. Sob pressão cada vez maior nos campos de batalha do Oriente Médio, o Estado Islâmico recorre cada vez mais ao terrorismo para resistir.

Candidato verde derrota ultradireita e vai presidir a Áustria

Por margem estreita, 50,3% a 49,7%, o candidato independente Alexander Van der Bellen, ex-líder do partido Verde, venceu Norbert Hofer, do Partido da Liberdade, de extrema direita, no segundo turno da eleição presidencial da Áustria.

O resultado saiu um dia depois porque mais de 700 mil votos foram depositados no Correio e a disputa foi apertada. Em mais de 4,6 milhões de votos, Van der Bellen ganhou com uma vantagem de apenas 31 mil votos.

Vereador em Viena depois que saiu do Parlamento em 2012, o presidente eleito fez campanha com um discurso de defesa da União Europeia, enquanto seu adversário dizia que "o Islã não tem lugar na Áustria". Se eleito, ameaçava dissolver o governo caso não tomasse medidas contra a imigração.

Hofer agradeceu "ao apoio fantástico. É claro que estou triste hoje. Gostaria de zelar por vocês como presidente do nosso maravilhoso país." Ele pediu aos eleitores verem a campanha como "um investimento no futuro".

Nunca a ultradireita chegou tão perto do poder num país da UE. Desta vez, explorou o descontentamento com a crise econômica e a crise dos refugiados muçulmanos que chegam em massa à Europa fugindo das guerras no Oriente Médio e no Afeganistão.

O Partido Social-Democrata e o conservador Partido Popular, que dominavam a política da Áustria desde o fim da Segunda Guerra Mundial, ficaram fora do segundo turno. Apesar de derrotado, o Partido da Liberdade se firma como o maior partido austríaco num momento de avanço da extrema direita e do nacionalismo radical contra o projeto de integração da Europa.

Enquanto os britânicos votam em 23 de junho de 2016 se querem sair da UE, ganha força o novo partido Alternativa para a Alemanha e a Frente Nacional tem chance de chegar ao segundo turno da eleição presidencial na França com Marina Le Pen.

domingo, 22 de maio de 2016

Maioria dos eleitores dos EUA rejeita Hillary ou Trump

Pela primeira vez na história da pesquisa conjunta do jornal The Washington Post e da rede de televisão ABC, os dois principais candidatos à Presidência dos Estados Unidos são rejeitados pela maioria do eleitorado. Ambos são repudiados por 57% dos eleitores inscritos para votar em 8 de novembro de 2016.

Só 41% têm uma visão favorável da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, provável candidata do Partido Democrata, enquanto 40% aprovam o magnata imobiliário nova-iorquino Donald Trump, do Partido Republicano, que faz uma campanha fascistoide, explorando o medo do eleitorado.

No momento, Hillary tem 46% das preferências contra 44% de Trump, o significa em empate técnico, dentro de margem de erro da pesquisa. Em março, Hillary tinha uma vantagem de 11 pontos percentuais entre os eleitores inscritos.

Entre toda a população adulta, Hillary lidera por 48% a 42%, com uma queda de 12 pontos na diferença.

O senador socialista Bernie Sanders, que ainda disputa a candidatura democrata, tem imagem positiva junto a 49% do eleitorado e rejeição de 41%, mas sua insistência pode abalar Hillary, dando munição a Trump na eleição geral.

Vida saudável pode evitar até 60% dos cânceres

NOVA YORK - Na era dos tratamentos com medicamentos que podem custar US$ 10 mil por mês, uma nova pesquisa divulgada na revista médica da Associação Médica Americana estima que mais da metade dos cânceres pode ser evitada.

Com uma vida saudável, conclui o estudo publicado na revista JAMA Oncology, os novos casos de câncer cairiam de 40% a 60%.

A melhor prevenção é um estilo de vida com algumas regras básicas: não fumar, beber com moderação, evitar o excesso de peso e fazer exercícios físicos regularmente.

A pesquisa acompanhou 89.571 mulheres e 46.399 homens, dos quais 16.531 mulheres e 11.371 levavam uma vida saudável. Foram considerados saudáveis quem não fumou nos últimos cinco anos, as mulheres que tomam uma dose e os homens que tomam até duas doses de bebida alcoólica em média por dia, índice de massa corporal de 18,5 a 27,5 e que fazem pelo menos 75 minutos de exercício aeróbico vigoroso por semana ou 150 minutos de exercício aeróbico moderado.

sábado, 21 de maio de 2016

Líder dos Talebã foi morto por drones dos EUA

Um bombardeio com aeronaves não tripuladas (drones) dos Estados Unidos no Paquistão matou o líder da milícia extremista muçulmana dos Talebã (Estudantes), mulá Akhtar Mansur, informou hoje o Departamento da Defesa dos EUA (Pentágono). Horas depois, o grupo confirmou a morte.

É um duro golpe na milícia que governou o Afeganistão de 1996 a 2001 e ressurgiu depois da retirada da maior parte das forças internacionais que invadiram o país depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Mas a morte do líder não costuma ser o fim dos grupos terroristas.

O ataque, autorizado pelo presidente Barack Obama, foi às 6h de hoje pela hora local, quando Mansur viaja de carro numa região remota do Paquistão perto da fronteira como Afeganistão.

Mansur era o sucessor do mulá Mohamed Omar, fundador da Milícia dos Talebã, que morreu em 2013, mas sua morte só foi revelada em 2015.

Hillary bate Trump por 62% a 23% no eleitorado latino

NOVA YORK - Ao lançar sua candidatura à Presidência dos Estados Unidos, o magnata imobiliário Donald Trump acusou os imigrantes mexicanos de cometer crimes, inclusive sexuais, e prometeu construir um muro na fronteira com o México. Agora, as pesquisas refletem a rejeição do eleitorado de origem latino-americana ao bufão bilionário.

De acordo com uma sondagem da televisão conservadora Fox News, porta-voz informal do Partido Republicano, 62% dos latinos registrados para votar preferem a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e apenas 23% votariam em Trump, que apela para o medo como arma política.

Para 72% dos chamados hispânicos, Hillary representa melhor suas ideias. Só 14% dizem isso de Trump. Em relação a armas nucleares, 65% confiam na ex-senadora e 20% no magnata. Quanto ao uso da força, 60% preferem Hillary e 29% Trump. Na nomeação de ministros da Suprema Corte, 66% acreditam numa escolha da ex-primeira-dama e 24% na capacidade de julgamento de Trump.

Trump não pagou imposto de renda em dois anos

NOVA YORK - O multibilionário Donald Trump, virtual candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, não pagou imposto de renda durante dois anos, revelou a rede de televisão americana ABC, citando como fonte um relatório do governo do estado de Nova Jérsei.

Em 1978, o magnata alegou perdas de US$ 406.379 e, em 1979, de US$ 3.443.560. Em 1975, 1976 e 1977, ele declarou renda de US$ 76.210, US$ 24.594 e US$ 118.530 e pagou respectivamente US$ 18.714, US$ 10.832 e US$ 42.386.

Qualquer que seja o motivo, não parece correto, observou o colunista John Voorhees, da revista digital Slate: "Ou ele não é o grande empresário que sempre alegou ser, ou estava agindo como os executivos que acusa de 'matar impunemente' por se aproveitarem de todos os furos na lei que puderem encontrar."

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Governo do México aprova extradição do megatraficante El Chapo

O Ministério das Relações Exteriores do México aprovou hoje o pedido de extradição para os Estados Unidos do grande traficante de drogas Joaquín El Chapo Guzmán, ex-todo-poderoso chefão do Cartel de Sinaloa. 

Seus advogados têm agora 30 dias para recorrer à Justiça contra a decisão, mas a expectativa é que ele passe o resto da vida numa prisão americana.

Depois de sua primeira prisão, em 2014, as autoridades mexicanas rejeitaram o pedido dos EUA. Queriam que cumprisse pena em seu país. Em julho de 2015, ele escapou pela segunda vez de uma prisão de segurança máxima, uma vergonha para o governo do México.

Quando El Chapo foi recapturado em janeiro deste ano, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, mudou de ideia e concordou em enviá-lo para os EUA.

Índia registra temperatura recorde de 51 graus centígrados

Toda a Índia está enfrentando temperaturas acima da média para esta época do ano, pior ainda do que em maio de 2015, quando 2.330 pessoas morreram na quinta pior onda de calor da história do planeta. Hoje a máxima chegou a 51º C na cidade de Falodi, no estado do Rajastão.

O recorde anterior era de 50,6º C, registrado em Alwar, também no Rajastão, em 1956. A Índia costuma enfrentar ondas de calor antes do início da temporada de chuvas das monções, quando a água que evapora no Mar da Arábia é retida pelas montanhas da cordilheira do Himala e forma nuvens carregadas que causam grandes tempestades.

Em vários estados, entre eles Déli, Hariana, Rajastão, Telangana e Uttar Pradesh, as temperaturas máximas passam de 40º C. Desde abril, pelo menos 340 pessoas morreram em Déli e 300 em Telangana. Há dois dias, a capital do país, Nova Déli, registrou 47º C.

Com o aquecimento global causado pela emissão de gases carbônicos produzidos pelo homem, este deve ser o ano mais quente da história, prevê a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA (NASA).

No início da semana, a Administração Nacional de Atmosfera e Oceanos dos Estados Unidos (NOAA) anunciou que novos recordes de temperaturas globais foram registrados por 12 meses consecutivos.

Avião egípcio tinha fumaça na cabine antes da queda

Antes da queda do Airbus 320 da Egypt Air na madrugada de ontem no Mar Mediterrâneo, os sistemas de segurança do avião enviaram vários alertas de que haveria fumaça no nariz da aeronave. É o primeiro dado concreto de problemas a bordo antes da tragédia que matou todos os 56 passageiros e os 10 tripulantes.

Os dados do voo MS-804 (Paris-Cairo) indicam detecção de fumaça num banheiro próximo à cabine do piloto 10 minutos antes da aeronave desaparecer dos radares, informou a rede de televisão americana NBC.

De acordo com especialistas americanos, pode ser um sinal de explosão, falha mecânica ou problema elétrico. Não elimina a dúvida sobre a causa da tragédia, se foi acidente ou ação terrorista.

Os investigadores aguardam uma análise detalhada dos destroços do avião para resolver a charada.

Presidente de Taiwan pede à China que deixe "bagagem histórica"

Ao tomar posse hoje, a nova presidente da República da China em Taiwan, a ex-professora de direito e ex-negociadora comercial Tsai Ing-wen, pediu ao regime comunista chinês que "deixe de lado a bagagem histórica" para se concentrar no progresso das relações bilaterais.

Tsai, eleita em janeiro com pequena vantagem sobre o Kuomintang (KMG) não referendou o Consenso de 1992 afirmando que só existe uma China, como querem os autocratas da China continental.

Em Beijim, a repartição do governo chinês encarregada das relações com a ilha que o regime comunista considera uma província rebelde criticou a nova presidente taiwanesa por "não fazer nenhuma sugestão concreta para garantir o desenvolvimento estável dos laços através do estreito" de Taiwan.

O Partido Progressista Democrático (PPD) é favorável à independência de Taiwan. Não proclama isso publicamente para evitar uma intervenção militar de Beijim. Quando venceu sua primeira eleição presidencial, no ano 2000, a China ameaçou bombardear a ilha e os EUA enviaram navios de guerra ao Estreito de Taiwan. Com o desenvolvimento do poderio militar chinês, hoje isso seria inviável.

Em janeiro deste ano, o PPD elegeu 58 deputados, conquistando pela primeira vez a maioria no Parlamento, historicamente dominado pelo KMT, o partido de Chiang Kai-shek, que fugiu para a ilha com a vitória da revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung em 1º de outubro de 1949.

O presidente anterior, Ma Ying-jeou, baseou as relações com a China na "política dos três nãos: não à independência, não há unificação e não à guerra".

Quando introduziu o conceito de "um país com dois sistemas" (capitalista e comunista) para negociar a devolução de Hong Kong pelo Reino Unido, em 1984, o então dirigente máximo chinês, Deng Xiaoping, pensou também em aplicar a fórmula à reintegração de Taiwan.

A vitoria de Tsai tem um significado especial. É a primeira de uma mulher na Ásia sem relações com um homem que tenha exercido o poder.

Ela pretende manter a atual situação nas relações com o continente. Deve concentrar sua energia no fortalecimento das relações com países democráticos como os Estados Unidos, o Japão, a Austrália e a Índia, capazes de contrabalançar o crescente poderio chinês.

Com seu extraordinário desenvolvimento econômico nas últimas décadas, cada vez mais traduzido em poderio militar, a China desafia cada vez mais a liderança dos EUA na Ásia, onde Beijim disputa águas territoriais com Brunei, Filipinas, Japão, Malásia, Taiwan e o Vietnã.

Nos últimos dias, aviões de caça chineses interceptaram um avião-espião dos EUA que sobrevoava recifes que a China está transformando em ilhas para fortalecer suas ambições territoriais. É um recado claro que os EUA não se envolverem nas disputas com os países vizinhos.

Destroços do avião do Egito são encontrados no Mar Mediterrâneo

Destroços do Airbus 320, bagagens de passageiros e pedaços de corpos humanos do voo Paris-Cairo da companhia aérea Egypt Air que caiu ontem foram encontrados hoje no Mar Mediterrâneo a cerca de 288 quilômetros ao norte do porto de Alexandria, informaram as Forças Armadas do Egito.

Todos os 56 passageiros e 10 tripulantes morreram. Ainda não se sabe se foi acidente ou atentado terrorista.

O avião saiu da capital francesa às 23h09 pela hora local (18h09 em Brasília) de 18 de maio de 2016 e desapareceu dos radares por volta das 2h45 (21h45 em Brasília), 16 quilômetros de depois de entrar no espaço aéreo do Egito.

Mais de 8 mil funcionários têm acesso à area de segurança do Aeroporto Charles de Gaulle, o oitavo mais movimentado do mundo. Desde os atentados terroristas do ano passado em Paris, 83 perderam o direito de acesso a áreas internas por suspeita de ligação com extremistas muçulmanos.

Em 31 de outubro de 2015, um avião da companhia aérea russa Metrojet caiu na Península do Sinai, no Egito, quando ia da praia de Charm al-Cheikh, no Mar Mediterrâneo, para São Petersburgo, na Rússia, com 224 pessoas a bordo. Não houve sobreviventes.

A milícia terrorista Província do Sinai do Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado, uma retaliação pela intervenção militar da Rússia na guerra civil da Síria a pretexto de combater o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a partir de 30 de setembro do ano passado.

A maior suspeita é que algum funcionário do aeroporto de Charm al-Cheikh tenha colocado a bomba no compartimento de bagagens depois delas terem passado pela inspeção de segurança.

Rússia aplica sanções aprovadas pela ONU à Coreia do Norte

O Banco Central da Rússia ordenou os bancos e instituições financeiras do país a suspender todas as operações com a Coreia do Norte, aderindo assim ao regime de sanções imposto pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ao regime comunista de Pionguiangue, noticiou hoje a Rádio Ásia Livre.

Também estão proibidas todas as transações de bônus de propriedade de cidadãos e organizações norte-coreanas sujeitas às sanções impostas ao país. Todas as instituições financeiras russas devem fechar contas ligadas aos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.

Desde o fim do comunismo e o colapso da União Soviética, o regime norte-coreano faz uma chantagem atômica, ameaçando com ataques nucleares para barganhar ajuda em energia e alimentos para sua economia falida.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

"Não sou traidor, tu és", diz secretário-geral da OEA a Maduro

Em carta aberta, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, ex-ministro do Exterior do Uruguai, repudiou ontem as acusações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de que seria um agente secreto dos Estados Unidos e um traidor.

"Não sou agente da CIA [Agência Central de Inteligência dos EUA]. E tua mentira, ainda que repetida mil vezes, não será verdade. De todas as formas, convém esclarecer, ainda que seja negar o absurdo", disparou Almagro.

O ex-chanceler uruguaio foi além: "Não sou traidor. Não sou traidor nem de ideias, nem de princípios e isto implica que não o sou de minha gente, os que se sentem representados pelos princípios da liberdade, honestidade, decência, probidade pública (sim, os que sobem e descem do poder pobres), democracia e direitos humanos. Mas tu, sim, és, presidente, trais teu povo e tua suposta ideologia com diatribes sem conteúdo, és traidor da ética na política com tuas mentiras e trais o princípio mais sagrado da política, que é se submeter ao escrutínio de teu povo."

Maduro tenta impedir a oposição venezuelana de convocar um referendo para revogar seu mandato, como prevê a Constituição da República Bolivarista da Venezuela.

"Deves devolver a riqueza de quem governa contigo o teu país, porque a mesma pertence ao povo, deves devolver a justiça ao povo em toda a dimensão da palavra (inclusive encontrar os verdadeiros assassinos dos 43 e nos os que manténs presos por suas ideias, ainda que não sejam as tuas nem as minhas). Deves devolver os presos políticos a suas famílias", desafiou Almagro.

"Deves devolver à Assembleia Nacional seu poder legítimo, porque o mesmo emana do povo, deves devolver ao povo a decisão sobre seu futuro. Nunca poderás devolver a vida às crianças mortas em hospitais por não ter medicamentos, nunca poderás desfazer tanto sofrimento, tanta intimidação, tanta miséria, tando desassossego e angústia", fulminou Almagro.

"Que ninguém cometa o desatino de dar um golpe de Estado contra ti, mas que tu tampouco o dês. É teu dever. Tu tens um imperativo de decência pública de realizar o referendo revogatório neste 2016 porque quanto a política está polarizada a decisão deve voltar ao povo, é isso o que diz tua Constituição. Nega a consulta ao povo, negar-lhe a possibilidade de decidir te transforma num ditadorzinho a mais como tantos que teve o continente.

"Se te incomodam a OEA e meu trabalho", concluiu o secretário-geral da OEA, "lamento te informar que não me inclino nem me intimido."

Egypt Air desmente encontro de restos do avião desaparecido

A companhia aérea egípcia Egypt Air desmentiu uma declaração anterior de que haviam sido encontrados restos do Airbus 320 que caiu na madrugada de hoje no Mar Mediterrâneo quando fazia a rota Paris-Cairo, noticiou a televisão americana CNN.

Mais cedo, a companhia havia dito que os destroços do avião haviam sido localizados perto da ilha de Karpathos, na Grécia. O ministro da Defesa grego afirmou que o avião deu uma guinada de 90 graus e girou sobre si mesmo antes de desaparecer.

O Egito e os Estados Unidos consideram atentado terrorista a hipótese mais provável para explicar a queda do avião com 66 pessoas a bordo, mas a hipótese de acidente não foi descartada.

Estado Islâmico reivindica no Twitter ataque ao avião do Egito

De acordo com relatos no Twitter ainda não confirmados, um grupo afiliado à organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante seria responsável pela queda de um Airbus 320 da companhia aérea egípcia Egypt Air na madrugada de hoje no Mar Mediterrâneo.

Os destroços do avião, que fazia a rota Paris-Cairo com 66 pessoas a bordo, foram encontrados. O ministro da Aviação Civil do Egito, Sherif Fathi, admitiu ser "mais forte" a probabilidade de um atentado terrorista. Os Estados Unidos também trabalham com a hipótese de terrorismo.

Dos 56 passageiros, 30 eram egípcios, 15 franceses, dois iraquianos, um britânico, um canadense, um belga, um português, um argeliano, um saudita, um kuwaitiano, um sudanês e um chadiano.

Em 31 de outubro de 2015, um avião da companhia aérea russa Metrojet caiu na Península do Sinai, no Egito, com 224 pessoas a bordo quando ia da cidade balneária de Charm al-Cheikh para São Petersburgo, na Rússa. O grupo Província do Sinai do Estado Islâmico reivindicou a autoria daquele atentado.

Avião egípcio desaparece na rota Paris-Cairo

Um Airbus 320 da companhia aérea Egypt Air com 66 pessoas a bordo desapareceu dos radares hoje à noite pouco depois de entrar no espaço aéreo do Egito durante um voo Paris-Cairo. Ainda não se sabe se foi acidente ou atentado terrorismo.

Em 31 de outubro de 2015, um avião da empresa aérea russa Metrojet caiu na Península do Sinai, no Egito, quando ia da estação de veraneio egípcia de Charm al-Cheikh, no Mar Mediterrâneo, para São Petersburgo na Rússia. Todas as 224 pessoas a bordo morreram.

Como Moscou intervém na guerra civil da Síria desde 30 de setembro do ano passado sob o pretexto de combater a milícia Estado Islâmico do Iraque e do Levante, aquele atentado foi atribuído a esta organização terrorista, que atua no Egito sob o nome de Província do Sinai do Estado Islâmico.

Hoje, o voo MS-804 saiu de Paris às 23h09 (18h09 em Brasília). Eram 2h45 da madrugada de quarta-feira quando desapareceu, 16 quilômetros depois de entrar no espaço aéreo do Egito, caindo no Mar Mediterrâneo. Horas depois, a Egypt Air revelou ter recebido um sinal de problemas, mas não confirmou se foi da tripulação ou de um dispositivo eletrônico do avião.

Pela altitude em que estava, é improvável que haja sobreviventes. Havia passageiros de 12 países a bordo. As autoridades do Egito fazem buscas no Mar Mediterrâneo.

Além do Estado Islâmico, há vários grupos jihadistas em ação no Egito, onde o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, foi deposto em 3 de julho de 2013 pelo atual ditador, marechal Abdel Fattah al-Sissi. Desde então, mais de mil extremistas muçulmanos foram mortos.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Liberais pressionam Sanders a abandonar corrida à Casa Branca

CAMBRIDGE-MA, EUA - Depois de uma noite de intimidação e ameaças de violência, inclusive contra a senadora Barbara Boxer, líderes do Partido Democrata acusaram o senador socialista Bernie Sanders de fazer o jogo do republicano Donald Trump ao atacar Hillary Clinton e convencer seus aliados de que ele ainda têm chance de ser o candidato do partido à Presidência dos Estados Unidos em 8 de novembro.

Com as eleições prévias de ontem, faltam apenas 92 delegados para Hillary chegar aos 2.383 necessários para garantir a indicação na convenção nacional democrata. Entre eles, há os chamados superdelegados. A nova tática dos aliados de Bernie é tentar pressioná-los a mudar de lado.

Enquanto isso, Bernie tenta convencer seus eleitores de que pode vencer Hillary e ser o candidato democrata. Não tem a menor chance de bater Hillary e dificilmente um socialista ganharia uma eleição geral nos EUA, que será decidida pelos eleitores independentes, sem filiação partidária.

O problema é que no fim das eleições primárias, se não vencerem, os eleitores de Bernie ficaram revoltados como ontem à noite no estado de Nevada e podem não votar em novembro, abrindo caminho para a ascensão do magnata imobiliário Donald Trump, que se mostrou capaz de dizer qualquer coisa para se eleger e de se desdizer depois, se não agradar.

Trump é um perigo. Há um ano, ninguém acreditava que pudesse ser o candidato republicano. Hillary, por sua vez, tem muitas vulnerabilidades, a começar pelo uso de uma conta privada de correio eletrônico quando era secretária de Estado do primeiro governo Barack Obama e pelas doações milionárias recebidas pela Fundação Clinton.

Hillary é considerada direitista demais pela ala mais à esquerda do Partido Democrata. Sob pressão de Bernie, adotou bandeiras de esquerda. Pode ser considerada esquerdista demais pelo eleitorado. E Trump vai explorar todas as acusações contra ela ventiladas por Bernie e seus seguidores.

O senador socialista do estado de Vermont cumpriu seu papel ao denunciar a concentração da riqueza e o peso excessivo do dinheiro e do centro financeiro de Wall Street nas eleições americanas, mas no momento corre o risco de ajudar a eleger um plutocrata para a Casa Branca.

Maduro ameaça Assembleia Nacional por rejeitar estado de emergência

Depois da rejeição de seu novo decreto de estado de emergência, o presidente Nicolás Maduro ameaçou a Assembleia Nacional da Venezuela: "Perdeu a vigência política. É uma questão de tempo para que desapareça", informa o correspondente da Folha de São Paulo, Sami Adghirni.

Os deputados alegaram que a medida só agravaria a crise econômica do país. Maduro quer usar o decreto para intervir em empresas privadas do setor de alimentos e se defender da tentativa da oposição de convocar um referendo para revogar seu mandato presidencial.

O líder da oposição, o governador Henrique Capriles, derrotado por pequena margem na eleição presidencial de 2013, instou a população a ignorar o estado de emergência: "Este é um decreto inconstitucional e Maduro não está acima da Constituição. Se Maduro quer aplica este decreto, deve preparar os tanques para a guerra.

Com uma depressão econômica, inflação prevista para chegar a 720% neste ano e desabastecimento generalizado, a Venezuela enfrenta a pior crise econômica da história, consequência das desastrosas políticas do "socialismo do século 21" do finado caudilho Hugo Chávez. Mas o regime chavista insiste em atribuir a culpa a conspirações domésticas e internacionais.

Hoje uma grande manifestação de protesto exigiu que o Conselho Nacional Eleitoral decida logo sobre o pedido inicial de convocação do referendo revogatório, mas foi impedida pela Guarda Nacional Bolivarista de chegar ao centro de Caracas e dispersada com bombas de gás lacrimogênio.

Aiatolá xiita retira milícia das ruas de Bagdá

O aiatolá xiita Muktada al-Sader ordenou hoje a retirada de centenas de milicianos das ruas da capital do Iraque, um dia depois do início de patrulhas para combater o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, responsável por uma série de ataques terroristas suicidas que deixaram centenas de mortos nas últimas semanas.

Com metralhadoras montadas em veículos, combatentes da milícia Saraya al-Salam, o antigo Exército Mehdi, saíram às ruas do bairro conhecido como Cidade de Sáder e outras áreas de maioria xiita de Bagdá revistando veículos e pessoas que faziam compras em mercados públicos.

Em comunicado a seus seguidores, Muktada afirmou que os atentados terroristas comprovam que o governo do Iraque não consegue proteger os civis dos ataques do Estado Islâmico.

Sob pressão nos campos de batalha, perdendo territórios, o Estado Islâmico regride cada vez mais a grupo terrorista. Os ataques contra os xiitas visam a fomentar um conflito sectário para se apresentar como defensor dos sunitas.

terça-feira, 17 de maio de 2016

França cresceu 1,3% em 2015

A economia da França, a terceira maior da Europa e sexta do mundo, avançou 1,3% em 2015. O resultado de 2014 foi revisado para cima de 0,4% para 0,6% e o de 2013 para baixo, de 0,7% para 0,6%, anunciou hoje o Insee (Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos).

O aumento do consumo das famílias cresceu de 0,7% em 2014 para 1,5% no ano passado, enquanto o investimento passou de uma contração de 0,3% para alta de 1%.

Em 2015, o déficit público foi de 3,6%, um pouco acima da estimativa anterior de 3,5% anunciada em 25 de março de 2016. A dívida pública ficou em 96,1% do produto interno bruto, um pouco acima dos 95,7% do cálculo anterior. Os gastos públicos consumiram 57% do PIB.

A retomada do crescimento e a queda no desemprego são fundamentais para a candidatura à reeleição em 2017 do presidente socialista François Hollande, no momento o mais impopular da história da França, com apoio de apenas 13% do eleitorado.

Dezenas de milhares de pessoas voltaram a sair hoje às ruas das principais cidades francesas para protestar contra a reforma trabalhista aprovada numa manobra do primeiro-ministro Manuel Valls sem votação na Assembleia Nacional. Novas manifestações serão realizadas amanhã.

Também hoje o presidente Hollande anunciou a intenção de cortar impostos. Mais detalhes devem ser revelados em julho, informou o jornal econômico Les Echos.

Por outro lado, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, líder do partido de centro-direita Os Republicanos, declarou que o referendo sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Europeia cria uma oportunidade para rediscutir o projeto de integração do continente. Ele propõe a criação de um conselho de ministros do interior e com um presidente estável e mais autoridade para controlar as fronteiras externas do bloco

Filipinas detêm barcos pesqueiros da China

A guarda costeira das Filipinas deteve ontem dois barcos de pesca chineses com 25 marinheiros a bordo e três barcos vietnamitas com 18 homens a bordo na costa norte do arquipélago, informou hoje o jornal filipino The Daily Inquirer.

Os barcos apreendidos estavam perto de ilhas próximas à grande ilha de Luzón numa região do Mar do Sul da China reivindicada pelo regime comunista chinês. Foram escoltados até o porto de Basco, onde as tripulações foram interrogadas.

"A presunção neste tipo de casos é que iriam pescar ilegalmente", declarou o diretor do Escritório de Recursos Pesqueiros e Aquáticos das Filipinas, Asis Perez. Pela lei filipina, a pesca ilegal pode ser punida com multas de até US$ 1 milhão.

Com a industrialização e o crescimento populacional, o consumo de pescado cresce na Ásia, aumentando a disputa por águas territoriais e recursos pesqueiros. O governo chinês se considera dono de quase todo o Mar do Sul da China, que disputa com Brunei, as Filipinas, a Malásia, o Vietnã e Taiwan.

As Filipinas recorreram à Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, com sede em Haia, na Holanda. A decisão é esperada em meados deste ano, mas a China já avisou que não vai aceitá-la.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Colômbia faz apreensão recorde de cocaína

A Colômbia faz a maior apreensão de cocaína da história, quase oito toneladas, avaliadas em US$ 240 milhões, perto da cidade costeira de Turbo, no Noroeste do país, noticiaram o jornal El Espectador e a televisão pública britânica BBC.


Os policiais disseram que a droga pertencia ao Clã Usuga, uma gangue também acusada de extorsão, exploração ilegal de recursos naturais e assassinatos.

Nos últimos cinco anos, a polícia colombiana prendeu 6,7 mil traficantes do grupo, mas estima que ainda haja 2 mil em atividade.

Cerca de 1,5 tonelada estava empacotada e pronta para exportação, declarou o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas.

Ruanda expulsa mais de 1,3 mil burundeses

O governo de Ruanda, no Centro da África, expulsou mais de 1,3 mil cidadãos do vizinho Burúndi na semana passada, revelaram hoje funcionários burundeses citados pela agência Reuters.

Desde que o presidente Pierre Nkurunziza decidiu concorrer a um terceiro mandato, em abril de 2015, centenas de pessoas foram mortas e milhares fugiram do país. Muitos se refugiaram em Uganda, que tem uma composição étnica semelhante, com uma maioria do povo hutu e uma minoria tútsi.

Na semana passada, o governo ruandês mandou os burundeses irem para campos de refugiados ou voltarem para o Burúndi.

Com o aumento da violência, os países vizinhos, especialmente Ruanda, temem o extravasamento do conflito através das fronteiras. Em 1994, quando a Frente Patriótica Ruandesa (FPR) derrubou o governo da maioria hutu, os hutus em fuga cometeram um genocídio, massacrando 800 mil pessoas.

Colômbia e FARC chegam a acordo sobre meninos soldados

O governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) chegaram a um acordo para liberar os menores de idade que estão lutando pelo grupo guerrilheiro, noticiou a televisão pública britânica BBC.

A prioridade é desmobilizar os meninos de menos de 15 anos, mas o acordo abrange todos os menores de 18 anos. Eles serão considerados vítimas da guerra e devolvidos às famílias.

Pelos dados oficiais do governo, nos últimos 17 anos, cerca de 6 mil menores deixaram grupos armados; 60% lutavam pelas FARC.

Depois de quatro anos de negociações, realizadas em Havana, a capital de Cuba, governo e guerrilha estão na fase final. Ja houve acordos sobre reforma agrária, a transformação das FARC num partido político, o julgamento dos crimes de guerra, o envolvimento da guerrilha com o tráfico de drogas, a desminagem e a busca pelos desaparecidos. Havia expectativa do anúncio de um acordo de paz definitivo em março, mas o prazo foi prorrogado.

Pela primeira vez desde o assassinato do então candidato liberal à Presidente da Colômbia Jorge Eliécer Gaitán, em 9 de abril de 1948, o país tem uma expectativa concreta de paz. Desde então, estima-se que 500 mil pessoas tenham sido mortas.

Em 30 de março de 2016, o governo anunciou a abertura de negociações de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o segundo maior grupo guerrilheiro colombiano.

Mesmo que as FARC e o ELN abandonem a luta armada, a exemplo do que aconteceu em outros processos de paz, muitos ex-guerrilheiros devem aderir a organizações criminosas como tráfico de drogas e extração ilegal de recursos naturais, observa a empresa de consultoria e análise estratégica Stratfor.

domingo, 15 de maio de 2016

Estado Islâmico mata 25 recrutas em ataque à polícia no Iêmen

Pelo menos 25 recrutas foram mortos por um terrorista suicida da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante que se explodiu dentro de uma academia da polícia na cidade de Mukalla, no Sul do Iêmen.

Mukalla era um antro da rede terrorista Al Caeda, tomada depois do colapso do governo central iemenita na guerra civil contra os rebeldes hutis, xiitas zaiditas apoiados pelo Irã, em fevereiro de 2015. 

Desde 25 de março do ano passado, a Arábia Saudita lidera uma coalizão de países majoritariamente sunitas para tentar conter o avanço dos aliados do Irã, Em abril, as forças governistas retomaram a cidade com o apoio da coalizão saudita.

No momento, aliados do presidente deposto, Abed Rabbo Mansur Hadi, e os hutis negociam a paz no Kuwait.

Maduro ameaça confiscar fábricas de alimentos

Para combater a crise de desabastecimento, o presidente Nicolás Maduro ameaçou ontem em discurso em Caracas ocupar e confiscar as fábricas de alimentos que pararem de produzir na Venezuela, noticiou a televisão pública britânica BBC.

A ameaça foi feita depois que a maior companhia do setor, as Empresas Polar, suspenderam a fabricação de cerveja acusando o governo de proibir a importação de cevada.

Além da incompetência do "socialismo do século 21" do finado caudilho Hugo Chávez, a Venezuela foi atingida em cheio pela queda de mais de 60% nos preços internacionais do petróleo nos últimos dois anos. Faltam alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, há racionamento de água e energia.

Há dois dias, Maduro decretou estado de emergência alegando haver conspirações domésticas e internacionais para derrubá-lo. A oposição, que desde as eleições parlamentares de dezembro de 2015 dominam a Assembleia Nacional, está recolhendo assinaturas para convocar um referendo para revogar o mandato do presidente.

Até agora, o Conselho Nacional Eleitoral, dominado pelo regime chavista, ainda não revisou as assinaturas da primeira petição. Pela Constituição da República Bolivarista da Venezuela, se o referendo revogatório for aprovado até o fim deste ano, o país deverá realizar nova eleição presidencial.

sábado, 14 de maio de 2016

Rebeldes sunitas mataram comandante do Hesbolá na Síria

O comandante militar da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá na guerra civil da Síria, Mustafá Amine Badreddine, foi morto por um ataque de artilharia de rebeldes sunitas e não pela Força Aérea de Israel como noticiado inicialmente, declarou hoje o grupo em nota oficial citada pela agência de notícias Reuters.

O funeral de Badreddine foi realizado ontem em Beirute, a capital do Líbano. A organização não governamental Observatório dos Direitos Humanos, que monitora a guerra civil na Síria, desmentiu a versão da milícia libanesa alegando que não havia artilharia rebelde em ação onde ele foi morto.

A milícia xiita é uma das principais forças terrestres leais à ditadura de Bachar Assad. Estima-se tenha perdido 1,2 mil na Síria, mas, de acordo com a empresa de análise e consultoria estratégica Stratfor, tenta ampliar e consolidar sua presença no país.

Maduro impõe estado de emergência na Venezuela

Depois de citar conspiração domésticas e internacionais, inclusive o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente Nicolás Maduro decretou ontem estado de emergência na Venezuela por 60 dias, noticiou a agência Reuters.

A medida suspende as garantias constitucionais como a proteção aos direitos humanos. O anúncio foi feito depois de uma declaração dos serviços secretos dos Estados Unidos de que a economia da Venezuela está à beira do colapso e que isso tende a acabar com o governo Maduro.

Em protesto contra o impeachment de Dilma, Maduro retirou temporariamente o embaixador venezuelano no Brasil.

No ano passado, antes das eleições parlamentares de dezembro, o presidente havia decretado estado de emergência ao longo da fronteira com a Colômbia e estado de emergência econômica, que lhe permite confiscar produtos e fábricas de empresas acusadas de sabotagem.

Com a queda nos preços do petróleo, o produto interno bruto da Venezuela deve acumular uma perda de 20% em dois anos, enquanto a inflação deve chegar a 720% em 2016 e o desabastecimento de produtos básicos atinge níveis alarmantes.

A oposição venezuelana tenta convocar um referendo para revogar o mandato de Maduro e, a pedido do Poder Executivo, o Tribunal Supremo de Justiça pode afastar toda a mesa diretora da Assembleia Nacional, dominada pela oposição depois das eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2015.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Alemanha teve crescimento acelerado no primeiro trimestre

Com aumento do consumo interno e do ritmo da construção civil, a economia da Alemanha, a maior da Europa e quarta do mundo cresceu 0,7% nos três primeiros meses de 2016, mais do que o dobro do 0,3% do fim do ano passado, anunciou hoje o Destatis, o escritório oficial de estatísticas do país.

Esse ritmo projeta uma expansão anual de 2,7%. A expectativa dos economistas eram de uma alta trimestral de 0,6%.

O avanço da Alemanha contrasta com a desaceleração do crescimento nos Estados Unidos e no Reino Unido. Como o Japão está praticamente estagnado, a não ser que o Canadá surpreenda, a Alemanha está com a atividade econômica mais forte entre os países do Grupo dos Sete (maiores potências industriais capitalistas).

Comandante do Hesbolá na Síria morre em ataque aéreo

O principal comandante da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) na Síria, Mustafá Amine Badreddine, de 55 anos, morreu num bombardeio aéreo. Inicialmente a Força Aérea de Israel foi acusada, mas a suspeita não foi confirmada.

Em nota, o Hesbolá não deu detalhes, mas admitiu a morte do "mártir", descrevendo-o como "um grande líder da guerra santa" que "participou da maioria das operações de resistência islâmica desde 1982".

O governo israelense não assumiu a autoria do ataque: "Isto é bom para Israel, mas nem sempre Israel é responsável. Não sei se Israel foi responsável. Lembrem que tem muita gente com ódio lutando hoje na Síria", declarou à Rádio do Exército de Israel Yaakov Amidror, ex-assessor de segurança nacional do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

A milícia xiita, armada, treinada e financiada pelo Irã, é uma das principais forças terrestres leais à ditadura de Bachar Assad na guerra civil síria.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Supremo Tribunal do Congo decide que presidente pode ficar no poder

O presidente Joseph Kabila pode se manter no cargo depois do fim do segundo mandato, em dezembro de 2016, se não houver eleição em novembro, decidiu hoje o Supremo Tribunal da República Democrática do Congo, informou a agência de notícias Reuters.

A comissão eleitoral já advertiu que terá grandes "problemas orçamentários e logísticos" para realizar a eleição.

Kabila é filho do ditador Laurent Kabila, que derrubou em 1997 o ditador Joseph Mobutu e adotou o antigo nome do país, chamado de Zaire na era Mobutu (1965-97). Está usando todos os recursos para ficar no cargo por mais um mandato, inclusive uma reforma constitucional.

Com a decisão do Supremo, Kabila pode adiar as eleições parlamentares e presidencial até o momento que considerar mais adequado para ficar no poder.

Supremo da Venezuela pode dissolver direção da Assembleia Nacional

Num golpe contra a democracia, a pedido do presidente Nicolás Maduro, o Tribunal Supremo da Venezuela pode destituir a mesa diretora da Assembleia Nacional, dominada pela oposição deste o início de 2016, alegando violação da Constituição.

Em mensagem divulgada ontem no Twitter, Maduro argumentou que o presidente da Assembleia, Henry Ramos Allup, desrespeitou a Constituição ao desobedecer uma ordem do Supremo para cancelar a sessão legislativa de 26 de abril.

Depois da ampla vitória nas eleições legislativas de 6 de dezembro de 2015, no momento, a oposição coleta assinaturas para convocar um referendo para revogar o mandato de Maduro, que apela para o TSV, totalmente subserviente ao regime chavista para se defender. A pedido do governo, o Supremo já afastou deputados para negar maioria de dois terços à oposição.

A Venezuela vive uma crise econômica sem precedentes, com inflação prevista para chegar a 720% ao ano em 2016, queda acumulada do produto interno bruto de 20% em dois anos, desabastecimento generalizado e um índice de homicídios de país em guerra. Mas o regime não cede, não negocia e não aceita mudar as ruinosas políticas econômicas do "socialismo do século 21" pregado pelo finado caudilho Hugo Chávez.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Carros-bomba do Estado Islâmico matam 93 em Bagdá

Três atentados a bomba deixaram pelo menos 93 mortos e 165 feridos hoje na capital do Iraque. A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria dos ataques.

Com a perda de territórios no Iraque e na Síria, o protoestado está encolhendo e a milícia volta cada vez mais a ser apenas um grupo terrorista. Os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris foram um sinal de fraqueza.

Mais de 1,7 mil pessoas foram mortas em março e abril de 2016 pela estimativa das Nações Unidas. No atentado mais violento, uma caminhonete bomba deixou 63 mortos e 85 feridos ao explodir perto de um salão de beleza da Cidade de Sader, no Sul de Bagdá, onde havia várias noivas que se preparavam para casar.

O segundo alvo foi uma delegacia no distrito de Kadimia, no Noroeste da cidade, onde 18 pessoas morreram e outras 34 saíram feridas. Um terceiro-carro bomba explodiu em Jamia, no Norte da capital, matando 12 pessoas e feriu outras 46.

O Estado Islâmico é sunita e ataca sistematicamente os xiitas, que considera infiéis, para fomentar um conflito sectário.

Professores de Portugal tentam barrar Acordo Ortográfico

A Associação Nacional de Professores de Português e o grupo Cidadãos contra o Acordo Ortográfico entraram na Justiça em Portugal para tentar anular a harmonização acertada pelos países lusófonos em 1990, informa o jornal português Público.

Na ação judicial popular apresentada hoje ao Supremo Tribunal Administrativo, os professores e seus aliados no grupo formado no Facebook alegam que a reforma ortográfico só poderia ser aprovada por projeto de lei e não pela Resolução do Conselho de Ministros nº 8/2011.

Os impetrantes alegam que ninguém seguia as novas regras ortográficas até o então primeiro-ministro José Sócrates baixar a resolução.

Pelo acordo de 1990, a reforma só entraria em vigor quando ratificada por todos os países. Até hoje, Angola e Moçambique não aprovaram. Durante recente visita a Moçambique, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu que será necessário revisá-lo se os dois grandes países da África portuguesa não o ratificarem.

Qualquer se seja a decisão cabe recurso ao Tribunal Constitucional.

Veja aqui as principais mudanças, no Guia Prático da Nova Ortografia dos Dicionários Michaelis.

Itália aprova união civil de homossexuais

A Itália se tornou hoje o último grande país da Europa Ocidental a aprovar uma lei de união civil aberta a casais homossexuais, noticiou hoje o jornal francês Le Monde. 

Por 369 a 193 votos, o projeto, já aprovado no Senado, passou na Câmara dos Deputados. Era o único grande país da região em que os casais homossexuais não tinha nenhum reconhecimento legal.

A forte tradição católica foi a maior força de oposição, o que explica a demora em relação a outros países da União Europeia.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Obama será primeiro presidente em exercício dos EUA a ir a Hiroxima

O presidente Barack Obama vai visitar Hiroxima na sua próxima visita ao Japão, tornando-se o primeiro chefe de Estado americano a ir à cidade onde os Estados Unidos jogaram a primeira bomba atômica da história, em 6 de agosto de 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, matando 140 mil pessoas, anunciou hoje a Casa Branca, citada pelo jornal The New York Times.

Assessores do presidente disseram que a visita, marcada para 27 de maio, confirma seu compromisso de lutar por um mundo sem armas nucleares: "Ele não vai revisar a decisão de usar a bomba atômica no fim da Segunda Guerra Mundial", afirmou Benjamin Rhodes, assessor adjunto de Segurança Nacional dos EUA para comunicação estratégica.

Mas não dá para acreditar num mundo sem armas nucleares em futuro próximo. Com uma arma tão terrível, acabaram as guerras entre as grandes potências mundiais. O equilíbrio do terror nuclear significava destruição mutuamente assegurada.

Por mais contraditório que possa parecer, as armas nucleares tornaram as guerras mundiais obsoletas ou suicidas. Na visão do estrategista alemão Carl von Clausewitz, a guerra é a continuação da política por outros meios, sempre tem objetivos políticos, conquista de território, recursos naturais ou simplesmente obrigar o inimigo a fazer o que o outro lado quer.

Com a terra arrasada no fim de um conflito nuclear, qual o sentido político de conquistar um território devastado e radioativo?

Terrorista esfaqueia cinco e mata um na Alemanha

Aos gritos de "Deus é grande", um muçulmano atacou a facadas cinco passageiros numa estação de trem da Grande Munique, no Sul da Alemanha, noticiou a agência Reuters citando como fonte uma rádio local do estado da Baviera.

Testemunhas disseram que ele gritou "Allahu Akbar", o lema dos terroristas muçulmanos ao desferir o ataque na localidade de Grafing, a leste de Munique. Todas as vítimas era homens. O suspeito foi preso.

Turquia retira acusações contra homem que matou piloto da Rússia

Um promotor público da Turquia anulou todas as acusações contra Alparsian Celik, acusado de matar um piloto da Força Aérea da Rússia depois que seu avião foi abatido na guerra civil da Síria, informou hoje o boletim de notícias World Bulletin.

Celik seria militante de um grupo de sírios do povo turcomeno que estaria sendo bombardeado pelo avião de guerra russo quando este foi derrubado, em 24 de novembro de 2015, deflagrando um conflito diplomático entre os dois países não resolvido até hoje.

A polícia turca prende Celik e outros ativistas num restaurante na cidade de Izmir no fim de março, e apreendeu revólveres e munição com eles. O gesto foi apreciado em Moscou, mas a decisão de libertá-lo sem julgamento certamente vai irritar as autoridades do Kremlin, atrasando a normalização das relações entre os dois países.

Como país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), se a Turquia fosse atacada pela Rússia, a aliança atlântica teria a obrigação de reagir.

Panamá aceita fim do sigilo bancário em 2018

NOVA YORK - Sob intensa pressão internacional desde a revelação de um gigantesco esquema de ocultação de riqueza no escândalo dos Papéis do Panamá, este país da América Central concordou em fornecer informações bancárias de maneira automática a autoridades de outros países.

O Panamá se engaja assim nas negociações da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, um clube de países ricos, para sair da lista negra dos paraísos fiscais onde os ricos, criminosos e corruptos guardam seu dinheiro para não pagar impostos e escapar da polícia.

No fim de semana, uma reportagem do jornal esquerdista britânico The Guardian revelou que existem hoje em paraísos fiscais depósitos suspeitos de US$ 12 trilhões vindos de países em desenvolvimento.

A pesquisa do professor James Henry, da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, mostra que até 2014 US$ 1,3 trilhão saíram da Rússia para paraísos fiscais. Cidadãos da China têm ao menos US$ 1,2 trilhão depositados longe da fiscalização das autoridades, inclusive em Hong Kong e Macau.

O Brasil, a Argentina, Angola, a Nigéria, a Indonésia, a Malásia e a Tailândia também figuram no topo da lista de países em desenvolvimento corruptos.

Em conversa com a rainha Elizabeth II, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, admitiu que muitos países que participarão de uma conferência internacional anticorrupção estão "entre os mais corruptos do mundo". Esqueceu de dizer que a maioria em ilhas do Império Britânico.

EUA desafiam reivindicação chinesa sobre o Mar do Sul da China

Um contratorpedeiro da Marinha dos Estados Unidos equipado com mísseis teleguiados passou perto hoje de um recife em águas territoriais disputadas do Mar do Sul da China, noticiaram a agência Reuters e o jornal South China Morning Post, de Hong Kong.

A "operação de liberdade de navegação" foi a menos de 12 milhas náuticas do recife Cruz Ardente, no arquipélago das ilhas Spratlys. O objetivo foi "desafiar as reivindicações excessivas de alguns reclamantes no Mar do Sul da China", declarou o Pentágono, o Departamento da Defesa dos EUA.

O navio de guerra americano cruzou a área depois de manobras militares feitas pela China. O regime comunista chinês está aterrando recifes para construir ilhas artificiais. Pela Convenção Internacional dos Direitos do Mar, ilhas tem mar territorial maior do que recifes.

A China reivindica o controle sobre quase todo o Mar do Sul da China, em disputas territoriais com Brunei, as Filipinas, a Malásia, a Tailândia, Taiwan e o Vietnã.

Parlamento da Grécia aprova reformas fiscal e previdenciária

Todos os 153 deputados da coalizão de governo da Grécia, liderada pela Coligação de Esquerda Radical (Syriza) votaram ontem a favor das reformas do sistema de impostos e da Previdência Social, noticiou o jornal grego Kathimerini. A expectativa é economizar 5,4 bilhões de euros por ano do orçamento público. 

Hoje o ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, se encontra com seus colegas da Zona do Euro para discutir novas renegociações e a possibilidade de nova redução da dívida do país. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Alemanha exigem cortes adicionais de 3 bilhões de euros.

A consequência inevitável foi o reinício das manifestações de protesto na Praça Sintagma, diante do Parlamento da Grécia. Começa mais um verão do descontentamento.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Muitos europeus gostariam de deixar a UE

Sob o peso das crises econômica e dos refugiados, uma pesquisa divulgada hoje indica que cerca de metade dos italianos e 40% dos franceses e dos suecos gostariam que seus países deixassem a União Europeia.

A pesquisa Ipsos-Mori tenta avaliar o impacto do referendo do Reino Unido sobre a permanência na UE sobre outros países do maior bloco comercial do planeta. A metade dos entrevistados acredita que o Reino Unido vai sair do processo de integração.

Os britânicos vivem numa ilha, o que estimula o euroceticismo e a impressão de ser diferente, mas os resultados do continente surpreendem. Na França, por exemplo, o governo trabalha ativamente para aprofundar a integração europeia, enquanto boa parte da população, embora não a maioria, gostaria de sair da UE.

Na última pesquisa das pesquisas, uma média de seis sondagens realizadas de 26 de abril a 8 de maio, a situação no Reino Unido está empatada, com cerca de 50% apoiando a permanência no bloco enquanto a outra metade quer sair.

Iraque toma vila do Estado Islâmico na ofensiva rumo a Mossul

Com a cobertura da coalizão aérea liderada pelos Estados Unidos, o Exército do Iraque e milícias aliadas tomou a vila de Kabruk, perto da cidade de Makhmur, da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou hoje a agência Reuters.

A reconquista faz parte da longa ofensiva para retomar Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, em poder do Estado Islâmico desde 10 de junho de 2014. A próxima cidade é Kayará. Sua queda vai ajudar a cercar o Estado Islâmico pelo sul e pelo leste.

O avanço rumo a Mossul é lento. Um porta-voz militar dos EUA estimou que para retomar Mossul serão necessários ao menos 40 mil homens. Com a chegada do verão, que torna o calor insuportável e deve reduzir o ritmo dos combates, a reconquista de Mossul será provavelmente adiada para o fim de 2016 ou início de 2017.

domingo, 8 de maio de 2016

Estado Islâmico metralha policiais no Egito

Pelo menos oito policiais vestidos a paisana foram mortos hoje no Cairo por milicianos da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, noticiou a televisão pública britânica BBC, no maior ataque desta natureza no Egito desde a revolução que derrubou o ditador Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011.

A caminhonete da polícia iam foi emboscada e metralhada por quatro milicianos no distrito de Helwan na manhã deste domingo. Eles pertencem à chamada Província do Sinai do Estado Islâmico, nome do braço armado do grupo no Egito.

Depois da revolução, a Irmandade Muçulmana, o mais antigo movimento fundamentalista muçulmano, ganhou as eleições parlamentares e presidenciais, mas o presidente Mohamed Mursi adotou políticas autoritárias e sectárias, alienando tantos os militares ligados ao antigo regime quanto os próprios revolucionários.

Sob pressão popular, o Exército interveio em 3 de julho de 2013, derrubou Mursi e colocou seu comandante, o marechal Abdel Fattah al-Sissi no poder. Milhares de militantes islamitas foram mortos, criando um conflito permanente entre a nova ditadura e os extremistas muçulmanos.

Os islamitas e o chamado Estado profundo (forças de segurança e elites econômicas aliadas, inclusive criminosas) fizeram uma contrarrevolução, destruindo pelo menos por enquanto as promessas da revolução. Os egípcios com fé na política acreditam que é uma trajetória sinuosa como a de tantas revoluções.