sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Brasil, Espanha e Austrália monitoram biodiversidade da Amazônia

Uma equipe de cientistas do Brasil, da Espanha e da Austrália desenvolveram em conjunto o sistema de controle remoto mais sofisticado usado até hoje para monitorar a perda da diversidade biológica na Floresta Amazônica. 

O projeto de alta tecnologia Providência, iniciado nesta semana, reúne o Laboratório de Aplicações Bioacústicas da Universidade Politécnica da Catalunha, da Espanha; o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e a Universidade Federal do Amazonas, do Brasil; e a Organização Federal para Pesquisa Industrial e Científica (CSIRO), da Austrália.

Uma rede sem fio de sensores distribuídos por toda a Amazônia vai vigiar constantamente a vida sob a cobertura vegeral da floresta. A Fundação Gordon e Betty Moore, criada por Gordon Moore, fundador da empresa de informática Intel, deu um financiamento de US$ 1,4 milhão.

As espécies amazônicas estão desaparecendo num ritmo mais rápido do que os cientistas conseguem catalogá-las. "Os satélites e os drones fornecem uma grande quantidade de dados sobre as principais mudanças na cobertura florestal, o desmatamento e o uso da terra, mas estes métodos pouco revelam sob o que acontece sob a copa das árvores", declarou Emiliano Ramalho, coordenador do projeto e de biodiversidade no Instituto Mamirauá.

"A avaliação da biodiversidade é difícil em zonas distantes utilizando os métodos tradicionais. Os investigadores devem viajar fisicamente através da selva e percorrer áreas perigosas para identificar as espécies que veem e ouvem. O resultado não é muito confiável nem exaustivo e muito limitado em termos de coleta de informações", explicou Alberto Elfes, pesquisador do CSIRO e diretor do projeto na Austrália.

Ramalho acrescentou que a experiência poderá ser reproduzida em outras regiões: "Nossa inovação tecnológica para monitorar a biodiversidade na Amazônia se inscreve numa escala nunca alcançada: combina várias tecnologias, inclusive sons, imagens visuais e imagens térmicas para levar a cabo a detecção e a identificação dos animais. Além da Amazônia, estas tecnologias serão de grande valor para pesquisas a diversidade em bosques tropicais no mundo."

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