sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Trump nomeia falcões para cargos-chaves

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou hoje três expoentes da linha dura para cargos importantes de seu governo. Todos são considerados dissidentes em relação ao pensamento tradicional do Partido Republicano.

O senador Jeff Sessions, um dos primeiros republicanos a aderir a Trump, será ministro da Justiça e procurador-geral. O deputado Mike Pompeo será o diretor-geral da CIA (Agência Central de Inteligência). E o general da reserva Michael Flynn será o assessor de segurança nacional da Casa Branca.

Sessions é um conservador do Alabama. Em 1986, a Comissão de Justiça do Senado barrou sua indicação para juiz federal por causa de declarações racistas. Ele será responsável pela repressão à imigração ilegal. Trump fala em deportar pelo menos 3 milhões de ilegais.

Pompeo, da Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes, criticou as decisões do presidente Barack Obama de fechar prisões clandestinas da CIA e de proibir a tortura em interrogatórios. Na campanha, Trump defendeu a tortura.

Um dos líderes do movimento radical de direita Festa do Chá, Pompeo comandou as investigações sobre o ataque ao Consulado dos EUA em Bengázi, na Líbia, tentando responsabilizar a então secretária de Estado, Hillary Clinton, pela morte do embaixador e de três outros americanos.

O general Flynn foi uma das vozes mais raivosas do setor de segurança e defesa durante a campanha. Ele afirma que o islamismo não é uma religião, é uma ideologia política sanguinária que chamou de câncer, desprezando a crença de 1,3 bilhão de seres humanos.

Amigo de protoditadores como Vladimir Putin, da Rússia, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, defende uma aliança com eles para combater o extremismo muçulmano, ignorando as intervenções militares russas na Ucrânia e na Síria e o desprezo desses autocratas pela democracia e o respeito aos direitos humanos.

Para quem esperava um Trump mais moderado no poder do que na campanha, é um choque de realidade. Até agora, não há nenhum moderado nem centrista no futuro governo dos EUA.

Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente, o mundo com Trump será perigoso.