segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Oposição vai pedir impeachment da presidente da Coreia do Sul

Os três partidos de oposição com deputados na Assembleia Nacional da Coreia do Sul decidiram hoje iniciar um processo de impeachment contra a presidente conservadora Park Geun Hye, acusada de corrupção, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O Partido Democrático, o maior da oposição, criou uma comissão de alto nível para lutar pelo afastamento da presidente, enquanto os dois menores, o Partido da \justiça e o Partido Popular aderiram formalmente ao movimento pelo impeachment.

Pela Constituição de Coreia do Sul, a presidente só pode ser processada pelo Supremo Tribunal por traição. A abertura de um julgamento político da presidente exige a maioria absoluta da Assembleia Nacional, de 300 deputados. Para o afastamento definitivo, são necessários dois terços ou 200 votos.

O escândalo de tráfico de influência envolve a líder xamânica Choi Soon Sil, filha de Choi Tae Min, o suposto mentor da presidente Park. Choi Soon Sil teria usado sua proximidade com a presidente para pressionar empresas sul-coreanas a financiar fundações e instituições supostamente não lucrativas.

Quando a relação suspeita foi revelada, começou uma onda de manifestações que chegou a levar 1 milhão de pessoas às ruas de Seul, a capital da Coreia do Sul, nos maiores protestos da história do país. A popularidade da presidente caiu a 5% e a praticamente zero entre os jovens.

Depois de três décadas de democracia e de ter se tornado um país desenvolvido, a Coreia do Sul é o país com a Internet mais rápida do mundo e tem o maior número de telefones inteligente por habitante do planeta. Mas ainda sofre com o nepotismo e a burocracia no setor público, as relações promíscuas entre os políticos e os grandes conglomerados econômicos, e com uma cultura que preza laços familiares e regionais. Tudo isso contribui para a corrupção institucionalizada.

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