quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Reino Unido pode perder 10 bilhões de libras em imposto por sair da UE

O Reino Unido, quinta maior economia do mundo e segunda da Europa, pode perder 10 bilhões de libras (US$ 12,7 bilhões) por ano e 75 mil empregos no centro financeiro de Londres se ficar totalmente fora do mercado único europeu com uma Brexit (saída britânica) dura, concluiu um relatório da consultoria Oliver Wyman e do grupo de pressão CityUK.

No fim de semana, ao abrir a convenção anual do Partido Conservador, a primeira-ministra Theresa May indicou que será uma saída dura ao dizer que o país votou pela saída da União Europeia em plebiscito realizado em 23 de junho de 2016 para ser totalmente independente e soberano, sem se submeter a instituições supranacionais.

Desde esse resultado inesperado, economistas tentam avaliar o impacto da Brexit sobre a economia britânica. A grande dúvida é que tipo de relação o país terá com o mercado comum europeu. Para continuar sendo parte do mercado, precisa aceitar a livre circulação de capitais, mercadorias e pessoas - e uma das principais razões de vitória da Brexit foi a promessa de controle da imigração.

May também revelou no fim de semana que pretende invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, um dos tratados constitutivos da UE, em março. Ontem, a libra caiu a US$ 1,27, a menor cotação desde 1984.

O centro financeiro de Londres e as grandes empresas britânicas se articulam para manter o Reino Unido no mercado comum. O mesmo receio atinge entre empresas das três maiores economias do mundo, Estados Unidos, China e Japão, que usam o Reino Unido como base de suas operações no mercado comum.

As negociações devem durar dois anos, um período de grande incerteza que deve adiar investimentos. Com o esvaziamento da economia do país, o relatório prevê uma perda de 10 bilhões de libras e com impostos e 75 mil empregos, em contraste com uma queda de 500 milhões de libras e 3 a 4 mil empregos com uma Brexit suave, caso as empresas britânicas mantenham seu "passaporte para fazer negócios na UE".

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