terça-feira, 25 de outubro de 2016

Assembleia Nacional da Venezuela decide processar Maduro

Depois que o Conselho Nacional Eleitoral, submisso ao regime chavista, suspendeu a coleta de assinaturas para convocar um referendo revogatório do presidente Nicolás Maduro, a Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, denunciou um "golpe de Estado" e hoje abriu um processo "político e penal", acusando o presidente de "ruptura da ordem constitucional".

Como existe o referendo revogatório, a Constituição da República Bolivarista da Venezuela não prevê o processo de impeachment. A oposição alega que houve um "abandono do cargo" por Maduro ao rejeitar o referendo.

O presidente foi convocado para comparecer à Assembleia Nacional em 1º de novembro. Ele respondeu acusando a oposição de planejar um "golpe parlamentar" e prometeu comparecer à reunião de conciliação mediada pelo Vaticano marcada para 30 de outubro na Ilha Margarida.

Mesmo que o Parlamento condene Maduro, isso não será suficiente para destituí-lo. O Conselho Moral Republicano e o Tribunal Supremo de Justiça, ambos subservientes ao regime, podem barrar seu afastamento.

A oposição busca apoio externo para pressionar Maduro a aceitar o referendo revogatório, apelando a instituições internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), o Mercosul e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) para que acionem suas cláusulas democráticas contra o regime fascistoide venezuelano.

2 comentários:

Anônimo disse...

Se as negociações com a Russia, para instalação de uma base russa na Venezuela, derem certo; podemos ter várias pespectivas, inclusive, a que ocorre na Syria: uma guerra civil.

Nelson Franco Jobim disse...

Com a militarização do regime chavista por Maduro, que tem muito menos força política do que Chávez, e a rejeição do referendo revogatório, é cada vez mais improvável uma mudança de regime democrática na Venezuela. O risco de guerra civil é enorme, com ou sem bases russas.