sexta-feira, 9 de setembro de 2016

EUA e Rússia anunciam trégua e plano de paz para a Síria

Os Estados Unidos e a Rússia chegaram a um acordo para acabar com a guerra civil na Síria que inclui um cessar-fogo no país inteiro e uma transição política, anunciou hoje o secretário de Estado americano, John Kerry, depois de encontro com o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, em Genebra, na Suíça.

Depois de cinco anos de guerra civil em que mais de 400 mil pessoas foram mortas e 5 milhões fugiram do país, Kerry descreveu o acordo como um "momento da virada" para "reduzir a violência, aliviar o sofrimento e retomar o movimento rumo a uma paz negociada e uma transição política na Síria".

A trégua entre a ditadura de Bachar Assad, apoiada pelo Rússia, o Irã e a milícia extremista xiita libanesa Hesbolá, e os diversos grupos rebeldes apoiados pelos Estados Unidos, a Europa, a Turquia, a Arábia Saudita e outros países do Oriente Médio entra em vigor ao pôr-do-sol da segunda-feira, 12 de setembro de 2016. O cessar-fogo vai permitir a chegada de ajuda humanitária às regiões mais críticas como a parte da cidade de Alepo tomada pelos rebeldes e cercada pelo Exército.

Apesar das divergências, os EUA e a Rússia estão unidos no combate a organizações terroristas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante e a Frente de Combate no Levante (Jabhat Fatah al-Cham), criada pela rede terrorista Al Caeda.

O acordo pede o fim dos bombardeios da Força Aérea da Síria e a suspensão de missões de combate contra forças rebeldes, com a exceção das duas milícias terroristas citadas acima. O Estado Islâmico opera sozinho, mas a Frente de Combate no Levante está aliada a outros grupos islamistas no Exército da Conquista. Isso pode permitir a Assad continuar atacando os rebeldes.

A guerra civil da Síria chegou a um impasse. O regime sírio não consegue derrotar os rebeldes nem estes tiveram força para tomar o poder em Damasco. Com a intervenção militar da Rússia, a partir de 30 de setembro de 2015, Assad viu uma esperança de conseguir a vitória no campo de batalha. Fortalecido, não parece disposto a fazer concessões na mesa de negociações a oposicionistas que desqualifica como "terroristas".

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