quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ataque a Nice teve cúmplices e meses de preparação

O terrorista que matou 84 pessoas e feriu outras 202 com um caminhão frigorífico em Nice em 14 de junho, a data nacional da França, planejou o atentado durante meses e não agiu sozinho, afirmou há pouco o procurador François Molins. Cinco pessoas foram presas hoje de manhã, um casal albanês, um tunisiano e dois francos-tunisianos.

"As investigações realizadas desde a noite de 14 de julho não param de avançar e permitem não só confirmar ainda mais o caráter premeditado da passagem e ato mortífero de Mohamed Lahouaiej Bouhlel, mas igualmente estabelecer que este último pôde se beneficiar do apoio e da cumplicidade na preparação e realização de seu ato criminoso", declarou Molins procurador da República junto aos tribunais superiores em Paris.

Quatro homens e uma mulher foram presos hoje. Ramzi A. tem seis condenações por crime comum. Os outros quatro não tinham antecedentes criminais. Nenhum estava na lista de suspeitos de extremismo muçulmano dos serviços secretos franceses.

Um dos suspeitos detidos falou 1.278 vezes por telefone num ano com Bouhlel. Outro foi fotografado na cabine do caminhão em 12 de julho. Nas operações de busca nas casas deles, foi encontrado um fuzil Kalachnikov.

Entre as mensagens interceptadas pela polícia está um elogio ao ataque ao jornal satírico Charlie Hebdo em 7 de janeiro de 2015: "Eu não sou Charlie, estou contente que eles trouxeram de volta os soldados de Alá para concluir o trabalho."

A organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante reivindicou a autoria do atentado, alegando que Bouhlel era um dos "soldados do califado". Até agora, tudo indica que o ataque foi cometido por uma célula autônoma, sem ligação direta com a cúpula do movimento jihadista.

Ontem, o jornal esquerdista Libération acusou o governo nacional de mentir sobre o atentado. Ao contrário do que disse o governo do primeiro-ministro Manuel Valls, não havia agentes da polícia nacional na barreira que fechava o acesso de veículos à área reservada para pedestres no Passeio dos Ingleses. Só havia guardas municipais.

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