domingo, 12 de junho de 2016

Terrorista mata 50 pessoas em boate gay em Orlando

Com uma pistola e um fuzil de assalto, um terrorista solitário matou 50 pessoas e feriu outras 53 na madrugada de hoje numa boate gay de Orlando, na Flórida. Foi a maior matança a tiros da história dos Estados Unidos e o pior ataque desde os atentados de 11 de setembro de 2001, noticiou o jornal local Orlando Sentinel.

O terrorista foi identificado como Omar Mir Seddique Mateen, de 29 anos, um cidadão americano da cidade de Port Saint-Lucie. Ele invadiu o Pulse Club, a boate gay mais famosa da Flórida, onde havia cerca de 300 pessoas, e começou a atirar por volta de duas da madrugada (3h em Brasília), tomando vários frequentadores como reféns.

Centenas conseguiram fugir, inclusive alguns feridos, enquanto parte ficou presa dentro da boate. Um grupo se refugiou no banheiro e pediu ajuda pelos telefones celulares. Às 5h, um comando de operações especiais da polícia invadiu o prédio e matou Omar Mateen.

Com o grande número de feridos, os bancos de sangue de Orlando estão fazendo apelo a possíveis doadores.

Um agente da divisão da polícia federal americana (FBI) em Tampa, na Flórida, Ronald Hopper, revelou que a investigação parte da hipótese de que o terrorista fosse um extremista muçulmano, mas considerou cedo para descartar qualquer possibilidade.

O deputado Adam Schiff, da Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes, disse ter ouvido agentes comentando que Omar Mateen teria jurado lealdade ao Estado Islâmico. Até agora, não há indícios de ligações com uma organização terrorista.

Em dezembro do ano passado, um casal de origem paquistanesa matou 14 pessoas numa festa de fim de ano da empresa em São Bernardino, na Califórnia. Syed Farook nascera em Chicago. Sua mulher, Tashfeen Malik, no Paquistão.

Aparentemente eles não tinham ligação direta com nenhum grupo terrorista. Foram radicalizados pela propaganda de organizações como a rede Al Caeda e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Outros atentatos terroristas cometidos nos EUA depois de 11 de setembro de 2001 seguiram padrão semelhante. Em 5 de novembro de 2009, Nidal Hasan, major e médico do Exército dos EUA abriu fogo contra seus companheiros no Forte Hood, no Texas, matando 13 pessoas e ferindo outras 32.

Hasan tinha contato com o imã Anwar al-Awlaki, um americano que virou líder da rede terrorista Al Caeda na Península Arábica, mas o Departamento da Defesa e a Justiça preferiram tratar o caso como "violência no local de trabalho".

Em 15 de abril de 2013, os irmãos Tamerlan e Djokhar Tsarnaev, de origem chechena, explodiram duas bombas caseiras na chegada da Maratona de Boston. Três pessoas morreram e 264 saíram feridas.

O irmão mais velho, Tamerlan, morto em confronto com a polícia dias depois, teria se radicalizado numa visita às repúblicas muçulmanas da Federação Russa na região do Cáucaso. Djokhar, o sobrevivente, condenado à morte, confessou que viraram extremistas em reação às guerras dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

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