quinta-feira, 16 de junho de 2016

ONU acusa Estado Islâmico de genocídio dos yazidis

Com execuções em massa e escravidão sexual, a milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante cometeu genocídio contra o povo yazidi no Iraque e na Síria, concluiu uma investigação das Nações Unidas, informou hoje a agência Reuters.

O relatório Eles Vieram para Destruir: os crimes do EIIL contra os yazidis descreve como a milícia tentou acabar com um povo que considera adorador do demônio por seguir o zoroastrismo, uma antiga religião.

"O genocídio aconteceu e está em andamento", declarou o sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a Síria. "O Estado Islâmico submeteu toda mulher, criança ou homem yazidi que capturou às mais horríveis atrocidades

A investigação descobriu dezenas de covas rasas e relatos sobre milhares de mulheres yazidis escravizadas sexualmente pelos terroristas depois do ataque à cidade de Sinjar, no Norte do Iraque, em 3 de agosto de 2014. Entre 2 e 5 mil homens foram mortos no Massacre de Sinjar.

Quando os jihadistas cercaram 40 mil yazidis no Monte Sinjar, o presidente Barack Obama primeira ação militar direta dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, em 8 de agosto de 2014. A Força Aérea dos EUA levou ajuda humanitária e bombardeou a milícia para romper o cerco.

"O Estado Islâmico tentou eliminar os yazidis através de matanças; escravidão sexual, escravidão, tortura, tratamento degradante e desumano e transferências forçadas causando sérios danos físicos e mentais; infligiu condições de vida para levar a uma morte lenta; impôs medidas para impedir o nascimento de crianças yazidis, inclusive a conversão forçada de adultos e a separação de homens e mulheres yazidis; e a transferência do controle das crianças das famílias yazidis para guerreiros do EI para afastá-las das crenças e práticas de sua própria comunidade religiosa", afirmou o relatório.

Sob pressão em várias frentes, o Estado Islâmico perdeu 40% dos territórios que ocupava no Iraque e 25% na Síria. Apela cada vez mais ao terrorismo, mas, na análise da Agência Central de Informações (CIA) dos EUA, com 22 mil homens em armas, ainda é uma força militar considerável.

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