quinta-feira, 9 de junho de 2016

Disputa na eleição presidencial do Peru se arrasta até os últimos votos

Com 99,561% das urnas escrutinadas, o segundo turno da eleição presidencial no Peru ainda está matematicamente indefinido, embora há 24 horas os analistas deem como certa a vitória do ex-primeiro-ministro Pedro Pablo Kuzynski, da aliança Peruanos pela Mudança, sobre a ex-deputada Keiko Fujimori, da Força Popular. Faltando contar cerca de 64 mil votos, ele tem uma vantagem de 39 mil votos.

A diferença percentual permanece estável, depois de Keiko apertar na reta final da apuração, que se arrasta por conta as aldeias remotas da Cordilheira dos Andes, do "Peru profundo" onde ela esperava neutralizar a vantagem do adversário, e dos votos do exterior. Na última parcial, divulgada uma horas e meia atrás, Kuczynski tinha 50,11% dos votos válidos contra 49,89% para Keiko.

Liberal economicamente e conservador em política, PKK, de 77 anos, como é mais conhecido no Peru, será o presidente mais velho da história do país. Ele promete acelerar o crescimento econômico, que nos últimos dois anos caiu pela metade da média de 6% dos três anos anteriores.

Keiko é filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000), que ainda tem grande popularidade por ter acabado com a hiperinflação e com o grupo terrorista Sendero Luminoso, um grupo guerrilheiro de orientação maoísta responsável por uma guerra civil que deixou mais de 70 mil mortos.

Alberto Fujimori deu um golpe, fechando o Congresso, intervindo no Judiciário e censurando a mídia, em 1992, e foi condenado a 25 anos de prisão por corrupção e violação dos direitos humanos. Mesmo assim, o fujimorismo ainda é a maior força política do Peru isoladamente. Todas as forças antifujimorismo se reuniram para dar esta vitória estreita a Kuczynski.

NOTA: horas depois, o Escritório Nacional de Processos Eleitorais anunciou o resultado final: 50,12% para PKK e 49,88% para Keiko, com uma diferença de 41 mil votos.

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