quinta-feira, 24 de março de 2016

Operação para retomar Mossul está em marcha

Com cobertura aérea dos Estados Unidos e aliados, o Exército do Iraque e milícias aliadas lançaram hoje uma ofensiva na província de Nínive com o objetivo de retomar Mossul, a segunda maior cidade do país, capturada em 10 de junho de 2014 pela organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Enquanto na Síria, o regime de Bachar Assad e milícias aliadas estão prestes a retomar Palmira, a última cidade importante a caminho de Rakka, a capital do Estado Islâmico, o Iraque prepara a reconquistar Mossul.

A operação há muito esperada está em marcha. Deve ser longa e difícil. Hoje o comando militar iraquiano anunciou a retomada de várias vilas na periferia de Makhmur, uma cidade a leste de Mossul.

Dois mil homens lutam na ofensiva contra Makhmur, muitíssimo menos do que a força necessária para reconquistar Mossul. O plano de combate preparado pelos EUA pede que as forças de segurança do Iraque mobilizem de 20 a 25 mil homens, que seriam apoiados por milicianos curdos. A Turquia, por sua vez, daria ajuda a milícias sunitas aliadas.

Pelos cálculos da empresa de consultoria e estudos estratégicos americana Stratfor, serão necessários 40 mil soldados.

Nos últimos meses, as forças do Iraque conseguiram vitórias importantes contra o Estado Islâmico na cidade de Samarra e na província de Ambar. Para retomar Mossul, terá de cercar a cidade e cortar as linhas de suprimento dos jihadistas.

O general Sean MacFarland, comandante da campanha militar dos EUA contra o Estado Islâmico, disse que os generais iraquianos não acreditam que terão condições de reconquistar Mossul antes do fim deste ano ou do início de 2017.

Apesar da perda de 20% do total de territórios que já dominou no Iraque e na Síria, o Estado Islâmico ainda é uma poderosa força de combate. Não vai entregar Mossul sem luta. A cidade é hoje a grande bastiã do sunismo, um centro de logística e de finanças do Estado Islâmico, e uma fonte de mão de obra e de voluntários do martírio.

Se perder Rakka e Mossul, o Estado Islâmico deixará de ser o protoestado que é hoje. Será reduzido mais uma vez a grupo terrorista. Terá de fazer ataques espetaculares como os de 13 de novembro de 2015 em Paris e 22 de março de 2016 em Bruxelas para manter a liderança do movimento jihadista internacional. Isso o torna ainda mais perigoso para o resto do mundo, inclusive para o Brasil, que não é alvo mas pode ser palco de atentados terroristas durante a Olimpíada do Rio de Janeiro.

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