sexta-feira, 25 de março de 2016

Governo paralelo declara estado de emergência na Líbia

O primeiro-ministro do governo da Líbia não reconhecimento internacionalmente, Khalifa Ghwell, declarou estado de emergência à zero hora de hoje em reação a notícias não confirmadas de que quatro membros de um proposto governo de união nacional teriam chegado à Trípoli, informou hoje o jornal Libya Herald.

Os quatro membros do Conselho Presidencial do Governo do Acordo Nacional estariam num conjunto residencial para preparar a chegada à capital líbia do primeiro-ministro designado, Faiez Serraj, nos próximos dias. A reação de Ghwell indica que o CNG não vai ceder o poder facilmente.

Em seu anúncio à meia-noite, o primeiro-ministro do governo paralelo dominado por milícias jihadistas pediu às "brigadas revolucionárias" a instalação de postos de controle em toda a cidade e a proteção de prédios importantes.

Ghwell representa o Congresso Nacional Geral, o primeiro parlamento formado depois da queda da ditadura de Muamar Kadafi, deposto e morto em 2011, eleito pelo voto popular em 7 de julho de 2012.

A missão do CNG era aprovar uma nova Constituição em um ano e meio. Sem concluir a tarefa dentro do prazo previsto, o CNG foi obrigado a convocar eleições para uma Câmara de Deputados, empossada em 4 de agosto de 2014.

Três semanas depois, uma parte do CNG rejeitou o resultado das urnas e, com o apoio de milícias extremistas muçulmanas, formou um governo paralelo com sede na capital, Trípoli, enquanto o novo parlamento reconhecido internacionalmente funciona em Tobruk. O chamado acordo nacional é uma tentativa de pacificar o país e unificar o governo.

Em 19 de março, houve violência nas ruas da capital líbia entre partidários e adversários do governo de união nacional. Nos últimos meses, membros das milícias jihadistas da cidade de Missurata, tradicionalmente aliadas ao governo paralelo, se aproximaram do Ocidente e passaram a apoiar o acordo nacional.

Diante do fracasso das negociações de paz e da instalação na Líbia da milícia terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, aumenta a possibilidade de uma nova intervenção militar ocidental no país. Ela depende da existência de um único governo.

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