sábado, 30 de janeiro de 2016

Oposição chega a Genebra para negociar a paz na Síria

Uma delegação de 17 representantes da oposição, inclusive três líderes rebeldes e o chefe do Comitê de Alta Negociação, apoiado pela Arábia Saudita, chegou hoje a Genebra, na Suíça, para participar das negociações de paz na Síria organizadas pelas Nações Unidas, noticiou a televisão árabe Al Jazira.

O enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, se encontrou primeiro com o embaixador sírio Bachar Jaafari. Amanhã, deve se reunir com os oposicionistas, que se negam a falar diretamente com os representantes da ditadura de Bachar Assad antes que suas exigências humanitárias sejam atendidas.

A ONU prometeu atender às exigências, que incluem o fim do bombardeio e dos bloqueios a áreas civis, mas os rebeldes querem ver uma mudança real nos campos de batalha.

Assim, a Rússia, principal aliada do regime sírio, não acredita em negociações diretas. Elas devem ser feitas por intermediários, admitiu o vice-ministro do Exterior, Guenadi Gatilov.

A proposta da ONU prevê uma transição de um ano e meio, mas os objetivos divergentes dos diferentes atores no conflito sírio tornará um acordo de paz muito difícil.

Os Estados Unidos, a União Europeia e seus aliados no Oriente Médio, a Turquia, a Arábia Saudita e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico exigem o afastamento de Assad. A Rússia e o Irã só admitem que isso aconteça em eleições onde provavelmente ele seria reeleito.

No momento, os rebeldes com força no campo de batalha são quatro grupos jihadistas: o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, a Frente al-Nusra, braço armado da rede Al Caeda, Ahrar al-Sham (Movimento dos Homens Livres do Levante) e Jaish al-Islam (Exército do Islã).

Os dois primeiros estão fora de qualquer negociação. A Arábia Saudita, o Catar e a Turquia apoiam os outros dois e exigem sua participação nas negocias, mas a Rússia, o Irã e o governo sírio os acusam de terrorismo.

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