terça-feira, 19 de janeiro de 2016

FMI reduz previsão de crescimento mundial para 3,4% em 2016

Diante da desaceleração na China, da longa recessão no Brasil e na queda nos preços do petróleo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) diminuiu hoje sua previsão para o crescimento da economia mundial em 2016 para 3,4%, 0,2 ponto percentual abaixo da expectativa anterior. Em 2015, a expansão foi de 3,1%.

"O crescimento mundial poderá ser descarrilado se as transições importantes da economia mundial não forem bem geridas", adverte o Fundo, comentando a tentativa da China de reorientar sua economia do comércio exterior para o mercado interno.

Mais cedo, a segunda maior economia do mundo anunciou um avanço de 6,9% em 2015, o menor desde 1990. Pelos cálculos do FMI, a China deve crescer 6,3% em 2016 e 6,7% em 2017.

Em relação ao Brasil, a perspectiva é de uma contração mais forte, de 3,5%. No relatório de outubro, a queda prevista era de 1%. A retomada do crescimento foi adiada para 2018. No próximo ano, em vez de um avanço de 2,3% da previsão anterior, a expectativa agora é de estagnação.

O Brasil está na contramão dos mercados emergentes, que avançaram 4% em 2015, o pior desempenho desde a Grande Recessão de 2008-9, e devem crescer 4,3% em 2016 e 4,7% em 2017.

Para o petróleo, o FMI espera um preço médio de US$ 42 por barril. Ontem a cotação caiu abaixo de US$ 29 pela primeira vez desde 2003.

As economias desenvolvidas devem crescer 2,1% em 2016 e repetir a dose em 2017 puxadas pelos Estados Unidos, que avançaram 2,5% em 2015 e devem progredir 2,6% em 2016 com o fortalecimento dos mercados de trabalho e imobiliário. Mas o fortalecimento do dólar deve prejudicar as exportações da indústria americana.

Na Zona do Euro, os juros baixos e a queda nos preços do petróleo devem estimular o consumo interno. O Japão também deve se beneficiar com o aumento da quantidade de dinheiro em circulação e a baixa nos preços da energia.

Entre os principais riscos para a economia mundial em 2016, o FMI citou:
• Uma desaceleração mais forte na China capaz de abalar ainda mais os mercados de produtos primários.
• Uma valorização ainda maior do dólar, o que acentuaria as vulnerabilidades dos países emergentes, com dificuldades para saldar dívidas em dólares e risco de quebra de bancos e empresas.
• Uma nova onda de aversão ao risco, que poderia causar desvalorização de moedas e problemas financeiros nos países emergentes.
• Uma escalada nas tensões geopolíticas em várias regiões como o Oriente Médio, o Sudeste Asiático e a Ucrânia capaz de prejudicar o comércio, os fluxos de capital e o turismo.

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