quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

China processa maior defensora dos direitos humanos

O regime comunista chinês formalizou a prisão da advogada Wang Yu, considerada a maior defensora dos direitos humanos no país, acusando-a de "subversão", como parte de uma campanha contra ativistas dos direitos civis, revelou ontem sua advogada, Li Yuhan.

Wang foi presa em julho e denunciada em agosto por "incitar à subversão da ordem contra a autoridade do Estado" e "provocar perturbações". É a mais conhecida entre as centenas de advogados presos na China nos últimos meses por defender os direitos humanos.

A formalização da prisão e da denúncia geralmente levam à condenação na China, onde a Justiça está sob o controle do Partido Comunista. A pena máxima por subversão é a morte.

A acusação de subversão é típica de ditaduras militares que não toleram qualquer tipo de crítica. Foi muito usada no Brasil para justificar a perseguição de adversários políticos da ditadura militar.

"Wang Yu deu assistência jurídica a pessoas das camadas mais baixas da sociedade", declarou Li. "Nunca pensei que seria acusada de subverter a autoridade do Estado."

Nos últimos seis meses, a polícia impediu sete tentativas de Li de se encontrar com Wang sob o argumento de que o caso "ameaçava a segurança do Estado", outro discurso característico de ditaduras.

Entre os clientes importantes de Wang, estavam Wu Gan, um defensor da liberdade de expressão na Internet; Li Tingting, um ativista dos direitos humanos; e Cao Shunli, que morreu na prisão por falta de assistência médica.

No ano passado, depois de ser atacada pela mídia oficial por "blablablá sobre o Estado de Direito e os direitos humanos", Wang admitiu à agência Reuters que sua prisão era inevitável.

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