segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Oposição vence com maioria absoluta na Venezuela

A Mesa da Unidade Democrática, a aliança oposicionista, conseguiu uma ampla vitória sobre o regime chavista nas eleições parlamentares de domingo e terá maioria absoluta na Assembleia Nacional da Venezuela. A oposição elegeu pelo menos 99 deputados e o governo 46. Falta definir o resultado de 19 das 167 cadeiras do parlamento unicameral.

"Ganhamos, Venezuela!", festejou o governador do estado de Miranda, Henrique Capriles, candidato derrotado nas duas últimas eleições presidenciais por Hugo Chávez, em 2012, e Nicolás Maduro, em 2013, nesta última por apenas 1,5%. Ele pediu humildade, maturidade e serenidade aos partidários da oposição, noticiou o jornal El Nacional.

Depois de reconhecer a derrota na televisão, o presidente Nicolás Maduro fez mais uma de suas bravatas no Twitter: "Forças revolucionárias estamos aqui de pé com nossa moral intacta."

É a primeira derrota eleitoral do chavismo desde a vitória de Hugo Chávez na eleição presidencial de 1998. Em 2007, Chávez perdeu um referendo constitucional que propunha, entre outras medidas, o fim dos limites para a reeleição presidencial e acabava com a autonomia do Banco Central.

Chávez obteria a reeleição em outro referendo, em 2009, e nunca respeitou a autonomia do BC.

Agora, com recessão de 10%, inflação subindo para 200% ao ano e desabastecimento generalizado, a vitória da oposição era dada como certa. Se conseguir 110 deputados, a oposição terá força para mudar a Constituição.

De um jeito ou de outro, é o início do fim do "socialismo do século 21". Qualquer negociação entre governo e oposição terá de incluir a libertação dos presos políticos e a mudança na política econômica desastrosa que transformou um dos maiores exportadores mundiais de petróleo num país falido.

Em seu discurso aceitando a derrota, Maduro declarou que "não foi uma vitória da oposição, é uma contrarrevolução". Sua sobrevivência política depende da melhoria da situação econômica. A retórica vazia da "guerra econômica" do "império" contra a Venezuela e da "burguesia parasitária" não ajuda a reconstruir um país que está na lona. A revolução chavista acabou.

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