quarta-feira, 18 de novembro de 2015

EUA travam primeira batalha em terra contra Estado Islâmico

Pela primeira vez, uma força terrestre dos Estados Unidos travou uma batalha no solo contra a organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ajudando a repelir um ataque contra o quartel onde está baseada, noticiou ontem a agência de notícias iraquiana Shafaq.

Os soldados americanos participaram de um contra-ataque do Exército do Iraque e de milícias tribais para defender a base de Ein al-Assad, que fica a oeste da cidade de Ambar, onde há cem assessores militares dos EUA. A batalha durou duas horas.

"Uma força dos EUA equipada com armas leves e médias, apoiada por um avião de caça F-18" conseguiu ferir e matar milicianos do Estado Islâmico, forçando-os a recuar da região de Dolabe, que fica a cerca de dez quilômetros do quartel atacado, declarou o coronel Salam Nazim, um dos comandantes militares do Iraque na região.

A base militar de Ein al-Assad fica a 90 quilômetros de Ramadi, a capital da província de Ambar, ocupada pelos jihadistas em maio de 2015 numa das últimas vitórias importantes do EI. Tem 26 km2 e fica perto do Rio Eufrates, na metade do caminho entre as fronteiras do Iraque com a Síria e a Jordânia.

"As forças dos EUA intervieram porque os milicianos do EI estavam chegando perto da base onde eles estão. Foi autodefesa", observou o xeque Mahmud Nimraui, um líder tribal local. "Fizemos grande progresso na região de Dolabe, de onde o EI se retirou, recuando para vilas mais distantes", abrindo flancos para mais ataques.

O xeque acrescentou que "os EUA prometeram fornecer novas armas às milícias tribais" envolvidas na guerra contra o EI.

Desde agosto de 2014, os EUA atacam o EI com bombardeios aéreos, mas o presidente Barack Obama se nega a enviar forças terrestres para acabar com o califado proclamado pelos jihadistas nas terras que ocupam no Iraque e na Síria, por medo de envolver o país numa guerra que prometeu acabar.

Em 2011, os EUA saíram do Iraque por não conseguir fazer um acordo de segurança com o então primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki, considerado um dos grandes responsáveis pela alienação da minoria sunita que permitiu a expansão do EI. Deixaram apenas um pequeno contingente militar para proteger a embaixada americana.

Com a guerra contra o EI, há hoje cerca de 7 mil militares dos EUA assessorando o Exército do Iraque. Ramadi pode ser o próximo alvo da campanha.

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