quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Estado Islâmico começa a abandonar a cidade de Rakka

Sob pressão dos bombardeios da Rússia e da França, os milicianos da organização terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante e suas famílias estão deixando a cidade de Rakka, no Norte da Síria, considerada a capital do califado proclamado pelo grupo em 29 de junho de 2014, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que monitora a guerra civil da Síria, citado pela agência de notícias iraquiana Shafaq.

Nos últimos dois dias, por causa da onda de terror em Paris e do abate de um avião de passageiros russo no Egito, as Forças Aéreas da Rússia e da França intensificaram os ataques a Rakka. Pelo menos 33 terroristas foram mortos na cidade nas últimas 72 horas.

Ontem, o presidente Vladimir Putin ordenou às forças russas que coordenem seus bombardeios com os franceses. Hoje, um grupo naval lideradado pelo porta-aviões francês Charles de Gaulle saiu de Toulon rumo ao Leste do Mar Mediterrâneo, onde vai triplicar o poder de ataque da França.

A fuga da capital do califado é uma forte indicação de que o Estado Islâmico está acuado em seu próprio território nas áreas que conquistou no Iraque e na Síria. O recurso ao terrorismo pode ser mais um sinal de desespero do que de força.

O presidente François Hollande vai a Washington no dia 24 e a Moscou no dia 26 na expectativa de obter uma união das grandes potências na guerra contra o Estado Islâmico. O inimigo comum ajuda a reaproximar a Rússia do Ocidente depois da crise provocada pela intervenção militar da Rússia na ex-república soviética da Ucrânia. Mas há limites nesta cooperação.

Uma etapa fundamental para derrotar o Estado Islâmico é acabar com a guerra civil na Síria. Nos últimos quatro anos e meio, quando 250 mil pessoas foram mortas, não houve acordo entre as grandes potências com direito a veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) para pacificar a Síria.

Enquanto Moscou insiste em que a ditadura de Bachar Assad é o governo legítimo da Síria, as potências ocidentais o responsabilizam pela guerra civil que transformou o Estado Islâmico do Iraque no Estado Islâmico do Iraque e do Levante, aumentando significativamente o poder do grupo terrorista. Sem um consenso em torno do futuro de Assad, a aliança com a Rússia será frágil.

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