terça-feira, 20 de outubro de 2015

Maduro prorroga estado de emergência na fronteira com a Colômbia

Em decreto publicado hoje no Diário Oficial da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro prorrogou por 60 dias o estado de emergência em várias cidades da fronteira com a Colômbia no estado de Táchira sob o pretexto de combater o contrabando e outros crimes.

Os municípios incluem Bolívar, Capacho Novo, Capacho Velho, Pedro María Urena e Rafael Urdanetta.

O estado de emergência foi imposto em 21 de agosto, depois de um incidente em que quatro soldados venezuelanos foram feridos. Com o subsídio que faz a gasolina custar centavos de dólar e o controle de preços, as mercadorias venezuelanas são muito mais baratas do que do outro lado da fronteira, estimulando o contrabando.

Já o conflito com a Colômbia, aliada dos Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas e aos grupos guerrilheiros de esquerda, faz parte das jogadas políticas do regime chavista desde a ascensão ao poder de Hugo Chávez, em 1999.

Com a crise econômica, recessão de 10%, desabastecimento generalizado e inflação rondando os 200% ao ano, as pesquisas preveem uma derrota fragorosa do governo nas eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2015. Desde já, Maduro e o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) acusam os inimigos internos e externos, inclusive a Colômbia.

A última de Maduro foi pedir a abertura de processo contra o presidente do grupo Polar, dono de redes de supermercados, porque em conversa telefônica grampeada com o economista Ricardo Hausmann, professor da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, disse que a Venezuela deveria pedir um empréstimo de emergência de US$ 15 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A escuta telefônica é ilegal e discutir opções para sair do caos econômico está longe de ser golpismo.

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