sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Boko Haram ataca mais duas mesquitas na Nigéria

Muitos fiéis foram mortos e vários outros feridos com a explosão de uma bomba em uma mesquita na cidade de Yola, capital do estado de Adamawa, no Nordeste da Nigéria, horas depois de um duplo atentado suicida contra uma mesquita em Maiduguri, capital do estado de Borno.

Ao menos 18 pessoas foram mortas e outras dezenas feridas em Maiduguri. Em Yola, foram pelo menos 30 mortos e mais de 100 feridos.

Ninguém reivindicou a autoria dos ataques. As maiores suspeitas recaem sobre a milícia extremista muçulmana Boko Haram, que agora se apresenta como a Província do Estado Islâmico na África Ocidental.

Só o Estado Islâmico do Iraque e do Levante cometeu mais atentados terroristas suicidas em 2015 do que o Boko Haram e nenhum grupo usou mais mulheres-bomba do que o Boko Haram até hoje. Neste ano, foram 53, depois de oito no ano passado, num total de 61. No mesmo período, houve 86 explosões de homens-bomba da milícia.

Com a posse do ex-ditador e ex-general Muhammadu Buhari como presidente da Nigéria em 29 de maio, o Exército intensificou o combate à milícia jihadista. Depois de perder o controle de quase todos os territórios conquistados, o Boko Haram passou a apelar para o terrorismo suicida e para mulheres, menos sujeitas a revistas corporais do que os homens.

As mulheres-bomba foram usadas pelo Partido Social Nacionalista Sírio, comunista, e pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus) no Líbano nos anos 1980s para lutar contra invasão israelense e a intervenção militar dos Estados Unidos e da França.

Longe do Oriente Médio, os Tigres da Libertação do Ilam Tamil, que lutavam contra a dominação da maioria cingalesa no Sri Lanka, usaram 46 mulheres-bomba dos anos 1990s até sua dissolução, em 2009. Uma das vítimas foi o primeiro-ministro da Índia Rajiv Gandhi, assassinado em 1991. Era o grupo que mais tinha apelado para atentados terroristas suicidas femininos antes do Boko Haram.

No fim dos anos 1990s, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), comunista, usou mulheres suicidas na luta contra a Turquia para criar um Estado nacional curdo.

Durante a segunda intifada, a revolta contra a ocupação israelense deflagrada em 2000, grupos palestinos recorreram ao terrorismo suicida. Quando Israel reforçou a segurança, as milícias palestinas apelaram para mulheres.

Outra onda de mulheres-bomba foi usada pelos chechenos em sua guerra contra a Rússia. De 2000 a 2004, as chamadas viúvas negras, mulheres de homens mortos na luta, atacaram alvos na Chechênia, inclusive o presidente da República, e civis na Rússia.

A rede terrorista Al Caeda no Iraque, que depois virou Estado Islâmico do Iraque e Estado Islâmico do Iraque e do Levante, passou a usar mulheres-bomba a partir do fim de 2005. Em novembro daquele ano, atacou três hotéis de empresas ocidentais em Amã, na Jordânia.

O Boko Haram aderiu à luta armada em 2009 e começou a usar mulheres-bomba em 2014. Até hoje, foram 61.

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