quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Colômbia suspende processos contra líderes das FARC

A Procuradoria-Geral da Colômbia suspendeu todas as denúncias contra membros do secretariado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que inclui os comandantes militares do grupo guerrilheiro, informou hoje o jornal El Espectador.

A medida é consequência do acordo anunciado ontem nas negociações de paz realizadas em Havana para a criação de um tribunal especial de paz para processar os crimes cometidos em 50 anos de guerra civil das FARC contra o Estado colombiano.

Foi um passo decisivo para a paz definitiva. Deve haver uma anistia, mas não para os "crimes contra a humanidade", como exige a sociedade colombiana. Atualmente, a Procuradoria investiga 38 mil casos ligados à guerra civil. O ministro da Justiça, Yesid Reyes Alvarado, declarou que até ex-presidentes podem ser acusados pelo novo tribunal.

O governo e a guerrilha prometeram ontem chegar a um acordo de paz em seis meses para que os rebeldes deponham as armas e se integrem à vida civil como um movimento político. Mas o fim da guerra não deve significar o fim da violência na Colômbia, onde mais de 500 mil pessoas foram mortas desde o assassinato do líder liberal Jorge Eliécer Gaitán, em 9 de abril de 1948.

A exemplo do que aconteceu em países da América Central, o fim da guerra civil deve deixar milhares de guerrilheiros sem qualquer qualificação em condições difíceis de se reintegrar à sociedade. Isso acabou fortalecendo as gangues do crime organizado. Os cartéis do tráfico oferecem uma opção de vida. As extorsões, sequestros e assaltos à mão armada devem continuar

Nenhum comentário: