terça-feira, 11 de agosto de 2015

Colômbia prende quatro dirigentes das FARC

A polícia colombiana prendeu hoje quatro dirigentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), noticiou o jornal Diario del Huila. Os quatro militantes presos eram chefes de finanças e logística da 17ª Frente das FARC, que opera no departamento de Huila, no Sudoeste do país.

Num duro golpe contra a organização da guerrilha, os chefes da também chamada Frente Angelino Godoy, parte do Bloco Oriental das FARC, foram capturados depois de meses de investigações. Eles foram identificados como Erick Andrés Amaya Macías, José Quilindo Quilindo, Teódulo Cardozo Aragonés e Manuel Felipe Molano.

Amaya Macías, de 24 anos também conhecido como O Bode, foi detido na vereda Rio Branco, no município de Baraya. Filho de Erick o Bode, chefe de finanças do Comando Conjunto Central das FARC, hoje na prisão, militava nas FARC desde os 12 anos de idade.

Como habitante da região, foi designado chefe de inteligência das milícias bolivaristas. Sua missão era coletar informações para preparar atentados contra as forças de segurança pública, instalação de minas e outras ações guerrilheiras. Também é acusado de incendiar veículos para pressionar pelo pagamento de chantagem.

José Quilindo Quilindo, de 40 anos, militante das FARC há 15 anos, foi preso na cidade de Neiva. Era chefe do Movimento Bolivarista nas veredas Versalhes, Profunda, Rio Negro e Cadillo, nos municípios de Tello e Baraya.

Sua principal função era mobilizar camponeses para participar de marchas e protestos em Neiva. Quem desobedecia, tinha de pagar 50 mil pesos por dia de ausência. Também é acusado de coletar os informes de inteligência das células clandestinas para enviá-los ao comando central e de recrutar menores para serviços de apoio à guerrilha.

Teódulo Cardozo Aragonés, também conhecido como Macaco, foi detido na vereda Nova Reforma, em Baraya. Sua zona de atuação incluía os distritos de Rio Branco, Versalhes e a área urbana de Neiva. Sua função era extorquir comerciantes e agricultores da região.

Na vereda Profunda, em Baraya, as autoridades prenderam Manuel Felipe Molano, membro do Partido Comunista Clandestino Colombiano, que coletava informações sobre a Força Pública e potenciais vítimas de sequestro e extorsão.

Com a estagnação do processo de paz realizado em Havana, depois da morte de 11 soldados numa ação rebelde em 15 de abril de 2015, o presidente Juan Manuel Santos ordenou o reinício dos bombardeios contra o grupo guerrilheiro de esquerda.

As negociações estancaram na questão de como punir os crimes cometidos na longa guerra civil colombiana. Muitos guerrilheiros não aceitam negociar a paz para ir para a cadeia. Entendem que isso é uma rendição. Mas nem o governo nem a sociedade colombiana aceitam a impunidade total.

Para a guerrilha, não há alternativa a não ser integrar ao processo político e à democracia liberal. Os bombardeios do governo e agora essas prisões reforçam a mensagem de que a luta armada não é mais uma opção. O problema é o preço a pagar pelos crimes de guerra.

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